sábado, 19 de abril de 2008

A Oração, por um ex-ateu



Alexis Carrel, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, embora fosse ateu, escreveu “La Prière”, que foi traduzido para o português com o título “A Oração – Seu Poder e Efeitos”.
No prefácio, ele esclarece logo não ser teólogo nem filósofo, mas como cientista, “pela observação sistemática do homem que reza”, “poderemos aprender em que consiste o fenômeno da oração, a técnica da sua produção e os seus efeitos.”.
Nomeado Diretor de Pesquisas Médicas da Fundação Rockfeller, desenvolveu suas pesquisas nos hospitais e laboratórios daquela instituição, em Nova York. Contou, para isto, com o auxílio de uma equipe da mais alta qualificação, examinando centenas e centenas de pacientes de todas as condições sociais, culturais e de credo.
Vejamos algumas das conclusões de suas pesquisas científicas:
Longe de consistir numa simples recitação de fórmulas, a verdadeira oração representa um estado místico em que a consciência se absorve em Deus.
Para orar, basta somente o esforço de nos elevarmos até Deus; tal esforço, porém, deve ser afetivo, e não intelectual.
A melhor maneira de comunicar com Deus é, incontestavelmente, cumprir a sua vontade.
Onde e quando se deve orar? Pode-se orar em toda a parte: na rua, num automóvel, num vagão, no escritório, na escola, na oficina. Mas ora-se melhor nos campos, nas montanhas, nos bosques ou na solidão do quarto.
Deus não fala ao homem, se este não se mantiver calmo, sereno.
É só tornando-se um hábito que a oração atua sobre o caráter, sendo preciso, portanto, orar freqüentemente.
É absurdo que oremos de manhã e, no decorrer do dia, nos comportemos como bárbaros.
A oração é muitas vezes estéril porque os que oram são egoístas, mentirosos, orgulhosos e fariseus incapazes de fé e amor.
A oração atua sobre o espírito e sobre o corpo, por uma forma que parece depender da sua qualidade, da sua intensidade e da sua freqüência.
A oração tem comprovadamente efeitos curativos.
A oração tem efeitos que, por vezes, podemos chamar explosivos. Há doentes que têm sido curados quase instantaneamente.
Para que estes fenômenos se produzam, não há necessidade que o doente ore, caso das criancinhas... (Alguém, porém, orava perto delas).
A oração provoca a aceleração dos processos normais de cura.
Nos doentes que oram, e sabem orar, os remédios fazem efeito com maior eficácia; os processos de cicatrização são mais rápidos.
Todas as sociedades que põe à margem a necessidade de orar, estão em via de declínio.
É pela oração que o homem vai até Deus e que Deus entra nele.
Orar é um ato espiritual e um ato biológico. A oração exerce uma função normal no nosso corpo e no nosso espírito.
É vergonhoso orar – dizia Nietzsche.
Não é mais vergonhoso orar do que beber água ou respirar. O homem tem necessidade de Deus como tem necessidade de água e de oxigênio.
(Hélio Zenaide)

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