sábado, 19 de abril de 2008

O Velho Sábio e o Ladrão


A tarde era suave e amena. Um velho sábio, montando o moroso cavalo árabe, companheiro de muitos anos, saiu de casa e foi, pela estrada deserta, rumo à vila, para adquirir suprimentos.

De repente, ouviu um gemido, estacou, apeou pressuroso e foi descobrir o doente à beira do caminho.

Era, porém, um ladrão, que se levantou de um salto e rapidamente se apoderou do cavalo.

O sábio, com dor profunda no coração, segurou as rédeas, antes que o malfeitor escapasse, e disse, lentamente:

_ Sou velho, nada posso fazer para impedir-te de levar minha montaria. Pagaste o bem com o mal. Não importa. Dou-te o cavalo, com uma condição: não digas a ninguém o que fizeste.

E diante do olhar de incompreensão do assaltante, completou:

_ Por que amanhã poderá alguém cair à beira da estrada e, com receio de um assalto, ninguém descerá para prestar-lhe socorro!

_ Sua sabedoria e bondade me tocaram o coração. Vá em paz com o que lhe pertence, e que Deus me ajude a ser, doravante, um homem de bem, como o senhor!

O ladrão, envergonhado da má ação, apeou do cavalo e restitui-o ao sábio.

(Adaptado de uma página do Livro "Pérolas Literárias" de Antônio F. Rodrigues)

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