sábado, 19 de abril de 2008

Atitude é tudo


Paul Pichnoff Júnior conta uma história que vem bem a propósito: É sobre Jerry, um tipo de pessoa que você iria adorar. Ele sempre estava de alto-astral e sempre tinha algo positivo para dizer. Quando alguém lhe perguntava: “Como vai você?” ele respondia: “Melhor que isso, só dois disso!”

E Paul continua contando que Jerry era o único gerente de uma cadeia de restaurantes e todos os garçons seguiam seu exemplo. E a razão disso eram suas atitudes. Ele era, naturalmente, motivador. Se algum empregado estivesse tendo um mau dia, Jerry prontamente estava lá, contando ao empregado como olhar pelo lado positivo da situação.

Observar seu estilo me deixava realmente curioso e então, um dia, eu perguntei a Jerry: “Eu não acredito! Você não pode ser uma pessoa positiva o tempo todo... Como você consegue?” E ele respondeu: “Toda manhã, ao acordar, digo para mim mesmo: Jerry, você tem duas escolhas hoje: escolher estar de baixo-astral ou escolher estar de alto-astral. Eu escolho estar de alto astral. A todo momento que acontece alguma coisa desagradável, eu posso escolher aprender algo com isso. Eu escolho aprender algo com isso! Sempre que alguém vem reclamar da vida comigo, eu posso escolher aceitar a reclamação, ou posso escolher apontar o lado positivo da vida para a pessoa. Eu escolho apontar o lado positivo para a pessoa.

Então eu argumentei: “Tá certo! Mas não é tão fácil assim!” “É fácil sim, Jerry disse...” A vida consiste em escolhas. Quando você tira todos os detalhes e enxuga a situação, o que sobra são escolhas, decisões a serem tomadas. Você escolhe como reagir nas situações. Você escolhe como as pessoas irão afetar seu astral. Você escolhe estar feliz ou triste, calmo ou nervoso... Em suma é escolha sua como você vive sua vida”.

Eu refleti no que Jerry disse. Algum tempo depois deixei o restaurante para abrir meu próprio negócio. Nós perdemos contato, mas freqüentemente pensava nele quando tomava a decisão de viver ao invés de ficar reagindo aos acontecimentos. Alguns anos mais tarde, ouvi dizer que Jerry havia feito algo que nunca se deve fazer quando se trata de restaurantes: ele deixou a porta dos fundos aberta e, conseqüentemente, foi rendido por três assaltantes armados.

Enquanto ele tentava abrir o cofre, sua mão, tremendo de nervoso, errou a combinação do cofre. Os ladrões entraram em pânico, atiraram nele e fugiram. Por sorte, Jerry foi encontrado, relativamente rápido, e foi levado às pressas ao pronto-socorro local. Depois de 18 horas de cirurgia e algumas semanas de tratamento intensivo, Jerry foi liberado do hospital com alguns fragmentos de balas ainda em seu corpo.

Encontrei com Jerry seis meses depois do acidente. Quando eu perguntei: “Como vai você?” ele respondeu: “Melhor que isso, só dois disso! Quer ver minhas cicatrizes?” Enquanto olhava as cicatrizes, perguntei o que passou pela mente dele quando os ladrões invadiram o restaurante. “A primeira coisa que veio a minha cabeça foi que eu deveria ter trancado a porta dos fundos...”, ele respondeu. “Então, depois, enquanto estava baleado no chão, lembro-me que tinha duas escolhas: eu podia escolher viver ou podia escolher morrer. Eu escolhi viver.”

(Augusto Marzagão - extraído de O Globo, ed. 21.09.97)

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