sábado, 19 de abril de 2008

Tóxico, também não!


Meu filho, hoje volto a falar-te. Lembras-te? Há pouco, escrevi-te sobre o suicídio, rogando-te não violentar, com a morte provocada, o corpo que Deus te concedeu para o próprio progresso espiritual.
Atendeste-me os alvitres.
Deus te protegerá sempre, evitando que a idéia do auto-extermínio volte a rondar o teu cérebro juvenil.
Agora, porém, meu filho, manda o coração de quem já sofreu muito e conhece, de sobra, as “transas” terrestres que te escreva sobre a pílula dourada dos tóxicos.
Sabe, as drogas, inicialmente, fascinam, dando uma falsa sensação de paz interior, todavia, após as primeiras doses, estarás envolvido por uma angústia indescritível, da qual, apenas, te poderás libertar, pela confiança em Deus e em tua capacidade de reação.
É uma espécie de miragem...
Não te entregues ao tóxico, nem mesmo para experimentá-lo; não te faças cobaia do sofrimento!
Repara: ainda há sol bastante, na Terra; a primavera voltará...
Desconfia, sempre, dos que te acenarem com promessas e te falarem de incursões no paraíso dos sonhos, onde a dor é desconhecida...
Eles estarão ludibriando-te.
Não te deixes dopar!
Depois da primeira tragada ou da primeira picada, virá mais outra, mais outra, mais outra e... estarás, totalmente dependente.
Logo, em seguida, a desintegração da personalidade; a escravização moral ao vício; a alucinação; a tortura sem fim...
É uma espécie de morte, dentro da vida.
Com o cérebro em brasa, com total descontrole emocional, não serás mais senhor das próprias ações. Assim, prostituirás pelo tóxico; furtarás por ele; para tê-lo, matarás, até!...
Lembra-te; o tóxico te reduzirá à condição de farrapo humano; vegetarás.
E que falar, então, das outras conseqüências? Da família destruída, das amizades desfeitas, do trabalho perdido, da ausência de responsabilidade...
Não te envolvas, nem te deixes envolver.
Repudia o comércio vil das almas mesquinhas.
A vida, por mais penosa que seja, é, sempre, uma benção de Deus.
Porém, meu filho... se já te rendeste... se já cedeste à tentação dos alucinógenos... RETORNA!
Por Deus, dá meia-volta! RECUA!
Deus te dará forças.
Estende as mãos às que te estão sendo estendidas por amigos que desejam a tua paz real, a tua felicidade legítima.
Quando, trêmulo, sentires o corpo a exigir as doses habituais do veneno destruidor, lembra-te de Deus e ora.
Jesus pacificará a tua alma em convulsão.
Há retorno, sim!
Enquanto é tempo e consegues lutar, enquanto podes discernir. RECUA!
Amanhã, talvez, filho meu, seja mais difícil.
Tóxico, não!
Nem como estimulante, nem como antidepressivo.
O trabalho em favor dos que sofrem é o melhor remédio contra a depressão. O Evangelho do Senhor é água pura; bebendo-a, jamais voltarás a ter sede...
Tóxico, também não!
Deus te abençoe e te dê forças, para ouvir estas palavras de quem se preocupa muito contigo.
(Odilon Fernandes)

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