terça-feira, 23 de março de 2010

Ama tua Casa

Não te irrites.

Mantém a serenidade e a cordialidade no lar, para que o ambiente doméstico opere por luz pacificadora na sociedade tumultuada em que vives.

Se não tens luz no lar, como queres dissipar a escuridão do mundo em conflito?

Compenetra-te de que o lar é célula da humanidade. Se adoece, compromete fatalmente a saúde do mundo.

Aceita o teu lar por ponto de encontro de almas que aí se reúnem com o fim de se ajustar a se ajudar mutuamente na reparação do passado de erros e na construção de um presente de amor com vistas a um futuro de justas alegrias.

Não transformes, pois, o teu ninho familiar em caldeirão explosivo, nem em praça de desabafo das infelicitações que te alcançam lá fora, nas tuas relações com o mundo que te examina a toda hora os níveis de progresso que já alcançaste na escola da vida.

Preserva o teu ninho doméstico das intempéries do tempo, para que se mantenha incólume ante a borrasca da violência expressa nas mais diferentes formas dos males que assolam o mundo. Lembra-te de que ele poderá rolar desfeito do galho da árvore do amor, se não estiver bem amarrado pelos cipós da compreensão e da solidariedade.

Contém os impulsos do personalismo que não conseguiste ainda abrandar e poda o quanto antes os brotos das viciações que ameaçam a segurança e a paz do teu ninho. As leis do dever te cobrarão o eventual descaso ou te premiarão pelo zelo à família que assumiste um dia sob contrato de amor. E quem ama verdadeiramente tudo faz para tornar feliz o objeto do seu amor.

Ama a tua casa, e o mundo se transformará no recanto de paz que tanto almejas e apregoas.

Com a paz do Senhor e Mestre Jesus.

Pereira, Wanderley. Ditado pelo Espírito Joana.

Cuidado!

Cuidado!

Não são as armas mortíferas dos homens que te ameaçam, mas as armas sutis dos vícios que trazes camufladas no teu arsenal de imperfeições, na forma de ódio, orgulho, vaidade, egoísmo, sensualidade e ansiedades inúmeras que te assediam a alma irrequieta com as cores da sedução.

Cuidado!

Sempre que uma porta se abra aos teus desejos e ambições, precisas antes avaliar a conveniência de transpô-la. As facilidades funcionam por tentações das necessidades. E por trás de um quadro de incontida atração pode esconder-se uma víbora traiçoeira. Nem sempre o que convence os olhos deve convencer fatalmente o coração. Por isso Jesus aconselhou a porta estreita, “porque larga é a porta da perdição”, conforme consta das anotações no capítulo VII do Evangelho de Mateus.

Cuidado!

Examina-te as forças reais, para que as ilusões do caminho não te induzam a um salto além do que possam dar as tuas pernas. Vê melhor quem vê pelas lentes da realidade. Os óculos escuros da fantasia costumam confundir os olhos. O pior não é o mal que possam te fazer, mas o mal que tu possas causar a ti mesmo. Olha, portanto, para ti antes de olhar os outros.

Cuidado!

Os amigos não são os que se proclamam amigos, mas os que agem como amigos, mesmo contrariando-te com seus conselhos e pareceres justos. O amigo da festa, alegra-se com a festa; o amigo real perturba-se com a festa. Cultiva, pois, a amizade com Jesus e Ele te orientará para o bem e para a felicidade sem preço – tu e a tua família. Aproxima-te dos bons e serás um entre eles, diz uma antiga máxima da filosofia popular.

Cuidado!

Vê quais os convidados para a tua festa! A melhor festa é aquela que deixa a alegria nas almas, que perfuma os corações e irradia a verdadeira felicidade. Esta é a festa do Evangelho do Senhor que não deve faltar na tua casa, a única que produz paz e harmonia nos corações dos convidados. Sobram as festas dos vícios e das crises. Falta a festa do Reino, essa que reúne os convidados do Senhor.


Pereira, Wanderley. Ditado pelo Espírito Deocleciano.

Dificuldades

De braços com a dificuldade, não te lamentes nem adotes desalento por reação. Desânimo e pessimismo são os antídotos da cura. Servem apenas para agravar o problema.

Diante de qualquer situação, da visita da dor ou de provas morais, não adiantam desculpas, nem transferir responsabilidades. Os males que nos alcançam têm raízes em nós mesmos. Cabe-nos, portanto, enfrentá-los e extirpá-los de nós pela cirurgia da mudança.

Quanto te vires sob o látego da incompreensão, vítima da deslealdade ou da perseguição gratuitas, não te deixes paralisar pela idéia da "autopiedade". Quanto mais te fazes vítima, de alvo indevido das perturbações externas, mais se avoluma a tua represa íntima de sofrimentos.

Nos exames do caminho a que todos somos chamados a testar nossas aquisições morais, comporta-te como aluno consciente dos deveres e desejoso de multiplicar os conhecimentos que o conduzirão ao êxito no curso em que foi matriculado. Persevera no aprendizado, de boa vontade, porque somente a lição dada comprova a aquisição do saber.

Em vez de te revoltares, ou te entregares ao desânimo, acusando e culpando as provas ou os que funcionam, à tua revelia, por examinadores dos teus valores espirituais e das tuas resistências morais, bendizes a oportunidade e te esforças para provares a ti mesmo que hoje já estás um pouco melhor do que eras ontem.

Não te maldigas da má sorte. Examina antes a boa sorte que tens desperdiçado e as oportunidades que tens jogado fora. Medita sobre o bem que tens negligenciado pelo excessivo amor-próprio e pela mania da "autopiedade".

Levanta-te e deixa que a vida te examine as aquisições reais, para aprenderes que as dificuldades são oportunidades de aprendizado a teu favor. Sem elas, não terias chegado onde estás! Agradece a Deus e prossegue fazendo todo o bem aos outros, que estarás fazendo-o a ti mesmo.

Que Jesus te abençoe,


Pereira, Wanderley. Ditado pelo Espírito Deocleciano

O Orgulho e sua Família

Meu amigo,

Não deixes que a ave peçonhenta do orgulho faça ninho em teu coração, para chocar e produzir filhos perniciosos como a vaidade, a prepotência, a intolerância, a indiferença, o desamor, a ingratidão, o ódio, a cólera, a vingança e toda uma família de iniqüidades que te deforma a alma e te impede a visita da felicidade.

Nunca te imagines dominador e proprietário dos sentimentos alheios, porque a ninguém é dado o direito de ver, pensar nem sentir pelos outros. Todos somos iguais perante Deus que nos concedeu o livre-arbítrio para que tenhamos a autonomia de decidir sobre o nosso próprio destino.

No ambiente de provas do lar, nas relações do trabalho, como chefe ou chefiado; ou em meio à perturbação na rua, permite que a sugestão de humildade que verte do Alto sobre todos os homens possa encontrar guarida em tua casa mental. Essa sugestão é a voz de Deus exortando-te ao exercício da paciência e do amor fraterno que produz a paz, unindo os homens como verdadeiros irmãos.

Se amas, não transformes o coração em cárcere dos teus caprichos, escravizando em vez de libertar a pessoa amada. Amar é um ato de humildade, mas nunca de humilhação.

Se te sentes ofendido por quem te deu sempre provas de afeição e testemunho de lealdade, aprende a transformar tuas reações de orgulho em prova de compreensão, tolerância e perdão.

Reconhece-te primeiro como alma imperfeita e suscetível ao erro, para que possas avaliar com isenção as imperfeições alheias. Evita o grito, que é a buzina do orgulho, e adota a musicalidade de um coração que bate desarmado.

Ora e te esforça no bem que a ginástica do bem faz esquecer o mal. Quebra as algemas do orgulho pelo poder transformador da vontade. Imagina-te pequenino para te libertares de falsa idéia de grandeza que conduz ao narcisismo e à irracionalidade. Humilha-te, e a tua ginástica de humildade terminará vencendo a obesidade do teu orgulho, para o teu bem e de todos os que te compartilham os passos na senda da evolução.

Com a paz de Jesus


Pereira, Wanderley. Ditado pelo Espírito Deocleciano.

A Cura pelo Amor

Interessa-te pelo teu doente. Prova-lhe que o ama, dedicando-lhe atenção, zelo e carinho. Transmite-lhe, pelos gestos e atitudes, tuas lições de serenidade, paciência e confiança em Deus. Dá-lhe o exemplo da fé viva e mostra-lhe que a resignação é anestésico para a dor e que o amor vale por todos os remédios.

Não há males que o amor não cure. Um simples copo d’agua dado com amor é tônus incomparável no refazimento do ânimo. Os medicamentos curam pelos elementos químicos contidos na sua composição. O amor cura a alma por seus compostos divinos constituídos dos sentimentos de solidariedade.

Uma injeção de amor pode salvar muitas vidas pelo seu efeito multiplicador. Numa casa em que todos se amam, a doença não faz morada, porque há um estoque de amor disponível nos corações! O doente amado não se expõe aos tóxicos do desespero. Mas o doente que ama é mais resistente ainda às investidas dos vírus do pessimismo. Ele é o próprio amor agindo na intimidade do enfermo, anulando todo o poderio das infecções do desânimo e predispondo-o à assimilação dos agentes da cura – a vontade, a fé e a esperança!

Se tens um doente à tua volta, irradia sobre ele a energia do amor. O amor é a poderosa tomada que liga o homem a Deus, que opera todas as curas. Não cura todas as doenças porque nem todos os doentes desejam a cura e há os que a desejam, mas nada fazem por merecê-la. Mas é Deus que manipula todas as substâncias geradoras do amor. É do amor divino que se extrai o amor inoculado nos corações dos homens.

Por isso, quando doamos do nosso amor, estamos doando, na verdade, porções do amor divino, doses das energias de Deus, em favor da saúde do próximo. E quando a alma está saudável, o seu estado se reflete sobre o corpo, operando as defesas do organismo. Se a alma adoece, si as potências inabaláveis do amor poderão rearmonizá-la com a saúde que verte de Deus.

Cuida do teu doente com amor. Não lhe dês a entender jamais que lhe assiste por obrigação, mas por amor; pelo amor renúncia que é capaz de curar os males sem cura. Uma palavra de amor é injeção que envivece. “Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa”, ordenou Jesus ao paralítico de Cafarnaum. (Marcus 2,11). É que o amor é um concentrado de virtudes celestes que transformam o homem, curando-o dos males sem conta. É “alimento das almas”, como aprende André Luiz em Nosso Lar. (Cap. 18).

Com as bênçãos de Jesus, Nosso Senhor e Mestre.


Joana

Pereira, Wanderley. Ditado pelo Espírito Joana.

Não se culpe, corrija-se

Não deixe que a consciência fique emperrada no circuito fechado do remorso, a rodar repetidamente o filme dos seus erros, valorizando a culpa.

É preciso liberar a mente da zona de sombras para as claridades da razão, a fim de detectar onde e como se deu a queda e, em função disso, movimentar os recursos da corrigenda. Culpar-se apenas não resolve nada. É indispensável sair do ponto em que caímos.

E a primeira atitude é levantar-se, bater a poeira, dar a volta por cima e prosseguir a caminhada, mas agora como os cuidados que negligenciamos antes. O erro, às vezes, não é mais que o tropicão que nos empurra para além do buraco fatal, evitando o pior.

Não é que devamos nos atirar propositadamente ao erro, nem transformá-lo em hábito pernicioso, sob a desculpa de que errar é humano, ou que é preciso errar para acertar. Não, o que é importante é conscientizar-se do erro, de que ele é um mal que retarda o nosso progresso e adia a felicidade. E como tal, é imperioso corrigi-lo, compreendendo que somente nos educando para a vida, superaremos nosso lado animal.

Não devemos achar, porém que porque erramos, o mundo inteiro desabou sobre nossa cabeça e, por isso, vamos ficar repisando a culpa, na posição do doente que, não acreditando na cura, atira-se nos braços da morte por antecipação, pensando: “Já que vou morrer, nada mais devo fazer para salvar-me”.

Somos humanos, almas em aprendizado e não espíritos acabados e infalíveis! Por isso, se você caiu, se errou, se cometeu algum equívoco, utilize a experiência por lição oportuna para não reincidir, não errar mais. Há males que tem função educativa, e a dor é matéria indispensável no seu currículo. A perfeição passa indubitavelmente pelo erro e só se chega à perfeição agradecendo as quedas.

Não se culpe demasiadamente para não fechar as portas aos recursos da corrigenda. Defeitos existem para ser enfrentados e consertados. Confinar-se ao círculo da auto-acusação e condenar-se irremissivelmente sem cogitar de um álibi qualquer para redimir-se do erro, é suicídio. A solução para o culpado é corrigir-se. Atire a primeira pedra aquele que não tiver errado! Este pensamento de Jesus, no episódio da Mulher Adúltera[1], para mostrar aos fariseus acusadores que ninguém está imune ao erro, a um equívoco qualquer neste mundo de almas a caminho da eterna corrigenda.


Pereira, Wanderley. Ditado por um Amigo Espiritual.

Somos os Lázaros da Escritura

Não deve existir nenhuma interpretação oficial obrigatória, dogmática, da mensagem de Jesus. Nenhuma instituição humana foi por Ele investida de autoridade especial ou de procuração particular para interpretar e ministrar com exclusividade os ensinos do Mestre. Se assim fosse, Jesus teria deixado aos homens não um código de moral e ética de livre acesso e uso geral de todos os povos, mas um instrumento particular de força e dominação em poder de grupos privilegiados, em nome da fé.

A única autorização que se conhece está explícita nos Evangelhos, através de Suas próprias palavras quando disse: “Onde houver duas ou mais pessoas reunidas em meu nome, aí também estarei”. Logo, os ensinos do Cristo não formam compêndio particular de ninguém, nem a sua interpretação se submete ao espírito de seita ou de religião em conflitos nas disputas pela pretensa posse das verdades eternas. Ninguém está proibido de buscar o tesouro moral dos Evangelhos para partilhá-lo com os necessitados do pão da alma, recolhendo-lhe a interpretação que melhor assimile os princípios da lógica e da razão nele contidos.

E a razão nos diz que as lições do Mestre não podem conflitar com o caráter divino da sua missão. Não se pode abster-se de considerar nelas o fundo moral de Suas idéias, a essência do Seu pensamento superior formulados em linguagem inerente à cultura da época e da região. Assim é que em narrativas como a da Ressurreição de Lázaro, a interpretação não deve se ater à forma literária própria do evangelista para detalhar o acontecimento. A amplitude psicológica do episódio em si, os ensinamentos nele sinalizados limitaram a capacidade interpretativa do escritor que se restringiu mais aos aspectos formais, às emoções do fato, fruto do nível de percepção.

O mais importante, porém, nesse episódio como noutros semelhantes, é a leitura dos sinais embutidos na mensagem. Eles falam mais do que o fato em si. É deles que devemos recolher, como o garimpeiro na bateia, as pedras preciosas das verdades do Cristo, em prol da transformação real dos homens. Visto por esse prisma, o Lázaro das Escrituras somos todos nós que ainda estamos enfaixados nas próprias imperfeições, imobilizados pela morte da ignorância e da rebeldia, à espera da ressurreição que não virá enquanto não removermos a pedra que nos impede a saída de nós. Na ressurreição de Lázaro, Jesus pede que se retire a pedra para que Lázaro volte à vida. É uma alusão às dificuldades, aos empeços que criamos a toda hora contra a nossa própria libertação dos males em que nos enredamos.

Continuamos retidos por essas pedras que se expressam na forma de dores e sofrimentos, sepultando-nos sonhos e esperanças. Permanecemos moucos ao chamamento do Cristo que nos convida a deixar o túmulo das nossas ilusões, desfazendo-se, como Lázaro, das ataduras da morte que nos paralisa a vontade e nos impede de acordar para uma vida nova, alçando vôos mais altos pelos espaços infinitos de nossos anseios de felicidade e paz – rumo à verdadeira vida!

Com as bênçãos do Divino médico Jesus,


Deocleciano

Pereira, Wanderley. Ditado pelo Espírito Deocleciano.

A Ciência e o Amor

São muitos os crentes que gastam tempo e energia em longas e estéreis discussões sobre a natureza íntima de Jesus e a substância divina dos seus ensinos. Para uns, o Cristo não passa de um grande mago, de um guru especial enviado por Deus para passar a uma casta privilegiada de crentes uma receita com fórmulas milagrosas de felicidade. Para outros, é o próprio Deus encarnado que num dado momento da criação resolveu abandonar o governo do universo e localizar-se na pequenina terra, com alguns assessores, para aí criar e chefiar, em carne e osso, uma religião salvacionista. Há os que buscam decifrar no Galileu um enigma extra-terrestre, emissário de longínquas galáxias que viveu disfarçado entre os homens que lhe impuseram o calvário, alarmados, quando o descobriram. E há também partidários da pesquisa e da experimentação da fé, mais presunçosos do que sinceros, que altercam, vaidosos, sobre o corpo etéreo de Jesus, insatisfeitos com a versão do seu desaparecimento do sepulcro, em Jerusalém. Para estes, Jesus não foi além de um agênere que teria protagonizado não mais que uma encenação no teatro da Judéia, pois materializado em corpo fluídico não teria sentido os sofrimentos e dores que lhe impôs o drama do calvário.

Perdidas nessa discussão sem resultados práticos, os homens terminam esquecendo o Cristo verdadeiro que continua vivendo nos fundamentos da sua mensagem, desperdiçando as oportunidades de se reformarem moralmente pelos seus ensinos e exemplos que falam da felicidade não como uma graça ou um privilégio sem os méritos do esforço, mas como uma conquista paulatina que requer suor, sacrifício e renúncia, da qual a cruz é o símbolo, e o calvário, o caminho. Até hoje há os que duvidam da real existência de gênios como Sócrates e Shakespeare, simplesmente porque não conseguem aceitar a idéia de que criaturas especiais como eles possam ter encarnado personalidades tão sábias, mas também tão simples e tão puras, como se revelam nas suas obras. No entanto, são obras que continuam vencendo o tempo e aumentando o número dos seus admiradores, independentemente dos quês acreditem ou não terem eles existido como homens.

Os crentes precisam considerar acima de todas as discussões as obras de Jesus. Nelas o seu espírito superior se revela com toda a sua sabedoria e simplicidade. O importante não é interpretá-lo do ponto de vista da ciência acadêmica nem dos dogmas políticos. O mundo não precisa de um Jesus tecnológico, precisa sim dos seus ensinamentos, de forma a colocar em prática aquilo que se constitui o mais perfeito código de moral e ética que é o seu Evangelho. Os espíritos advertem sobre a ação solapadora de falanges que lutam contra a consolidação do Espiritismo que esclarece e liberta os homens dos males que os escravizam. Para tanto recorrem à vaidade do falso espírito de ciência, tentando sufocar no coração dos espíritas sinceros as sementes da fé simples e verdadeira. Fomentam a linguagem metodológica de comparação e pesquisa no exame dos fatos mais elementares da doutrina, exaltando os rótulos para subestimar a essência. Na questão 104 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec fala dos espíritos pseudo-sábios, “que crêem saber mais do que realmente sabem”. Cuidado porque eles costumam colorir erros absurdos com verdades aparentes. A ciência sim, mas não o espírito científico presunçoso que desfigura a interpretação do Evangelho. Lembremos que em mensagem no Capítulo VI, item 5, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Espírito de Verdade coloca o amor como primeiro ensinamento da Doutrina e o conhecimento, como segundo. A ciência sem amor é como o cérebro sem o coração num corpo vazio de sentimentos.

Com a paz de Jesus, o Mestre em amor.


Pereira, Wanderley. Ditado pelo Espírito Deocleciano
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Comecemos de Nós Mesmos

Ensina a caridade, dando aos outros algo de ti mesmo, em forma de trabalho e carinho e aqueles que te seguem os passos virão ao teu encontro oferecendo ao bem quanto possuem.

Difunde a humildade, buscando a Vontade Divina com esquecimento de teus caprichos humanos e os companheiros de ideal, fortalecidos por teu exemplo, olvidarão a si mesmos, calando as manifestações de vaidade e de orgulho.

Propaga a fé, suportando os revezes de teu próprio caminho, com valor moral e fortaleza infatigável e quem te observa crescerá em otimismo e confiança.

Semeia a paciência, tolerando construtivamente os que se fazem instrumentos de tua dor no mundo, auxiliando sem desânimo e amparando sem reclamar, e os irmãos que te buscam mobilizarão os impulsos de revolta que os fustigam, na luta de cada dia, transformando-a em serena compreensão.

Planta a bondade, cultivando com todos a tolerância e a gentileza e os teus associados de ideal encontrarão contigo a necessária inspiração para o esforço de extinção da maldade.

Estende as noções do serviço e da responsabilidade, agindo incessantemente na religião do dever cumprido e os amigos do teu círculo pessoal envergonhar-se-ão da ociosidade.

As boas obras começam de nós mesmos.

Educaremos, educando-nos.

Não faremos a renovação da paisagem de Somos arquitetos de nossa própria estrada e seremos conhecidos pela influência que projetamos naqueles que nos cercam.

Que o Espírito de Cristo nos infunda a decisão de realizar o auto-aprimoramento, para que nos façamos intérpretes do Espírito do Cristo.

A caridade que salvará o mundo há de regenerar-nos primeiramente.

Sigamos ao encontro do Mestre, amando, aprendendo e servindo e o Mestre, hoje ou amanhã, virá ao nosso encontro, premiando-nos a perseverança com a luz da ressurreição..


Xavier, Francisco Candido. Da obra: Apostilas da Vida. Ditado pelo Espírito André Luiz.

Ao Levantar-se

Agradeça a Deus a benção da vida, pela manhã.

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Se você não tem o hábito de orar, formule pensamentos de serenidade e otimismo, por alguns momentos, antes de retornar as próprias atividades.

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Levante-se com calma.

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Se deve acordar alguém, use bondade, gentileza, reconhecendo que gritaria ou brincadeiras de mau gosto não auxiliam em tempo algum.

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Guarde para com tudo e para com todos a disposição de cooperar para o bem.

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Antes de sair para a execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida para que a vida nos abençoe.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Sinal Verde. Ditado pelo Espírito André Luiz. 49a edição. CEC, 2001.

Mãos Estendidas

Estende a tua mão. E ele a estendeu
e foi-lhe restituída a sua
mão, sã como a outra" - (MARCOS, 3:5.)


Em todas as casas de fé religiosa, há crentes de mãos estendidas, suplicando socorro...

Almas aflitas revelam ansiedade, fraqueza, desesperança e enfermidades do coração.

Não seremos todos nós, encarnados e desencarnados, que algo rogamos à Providência Divina, semelhantes ao homem que trazia a mão seca?

Presos ao labirinto criado por nós mesmos, eis-nos a reclamar o auxílio do Divino Mestre...

Entretanto, convém ponderar a nossa atitude.

É justo pedir e ninguém poderá cercear quaisquer manifestações da humildade, do arrependimento, da intercessão.

Mas é indispensável examinar o modo de receber.

Muita gente aguarda a resposta materializada de Jesus.

Esse espera o dinheiro, aquele conta com a evidência social de improviso, aquele outro exige a imediata transformação das circunstâncias no caminho terrestre...

Observemos, todavia, o socorro do Mestre ao paralítico.

Jesus determina que ele estenda a mão mirrada e, estendida essa, não lhe confere bolsas de ouro nem fichas de privilégio. Cura-a. Devolve-lhe a oportunidade de serviço.

A mão recuperada naquele instante permanece tão vazia quanto antes.

É que o Cristo restituía-lhe o ensejo bendito de trabalhar, conquistando sagradas realizações por si mesmo; recambiava-o às lides redentoras do bem, nas quais lhe cabia edificar-se e engrandecer-se.

A lição é expressiva para todos os templos da comunidade cristã.

Quando estenderes tuas mãos ao Senhor, não esperes facilidades, ouro, prerrogativas... Aprende a receber-lhe a assistência, porque o Divino Amor te restaurará as energias, mas não te proporcionará qualquer fuga às realizações do teu próprio esforço.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 20a edição. Lição 174. FEB, 1999.

Sobre a Moral Mediúnica

Desde que iniciamos os nossos trabalhos nesta Casa que o assunto mediunidade e, por conseqüência, médiuns, tem sido o tema preferido para as nossas comunicações.

O médium é o instrumento imperfeito que Deus nos concede para trabalhar. Geralmente seivado de falhas morais, defeitos e imperfeições que dificultam, sobremodo, o bom desempenho das suas tarefas. Quando, porém, o médium consegue erradicar de si os defeitos mais graves, torna-se o instrumento abençoado que utilizamos com segurança, desvelo e respeito.

O tema da "Identidade dos Espíritos" é deveras preocupante, mas elegemos outro tema quiçá tão preocupante e delicado, qual seja a conduta moral do médium.

No medianeiro é necessário observarmos sua moral, sua maneira, portanto, de conduzir-se, de falar e sentir. Não basta que o médium pratique a Caridade ostensiva, mas faz-se urgente que ele erradique em si as inclinações que o tornam vulnerável à ação dos maus Espíritos.

O médium com Jesus está sempre atento à prece e à vigilância. Desde o amanhecer até o momento do repouso noturno, deve observar seus pensamentos, não sintonizando com Entidades malevolentes que visam, atacando o médium descuidado, prejudicar a Doutrina Espírita, também.

Nesta vigilância e atenção, neste comportamento sadio e na ética e dignidade do tarefeiro, está a diferença fundamental entre mediunismo e mediunato.

Costuma-se dar muita importância ao fenômeno mediúnico, às variantes da mediunidade. Ouvimos falar em pesquisas acerca dos Fluidos, do Perispírito, das vibrações dentro das salas de reunião e tantos outros assuntos, de fato, muito interessantes, mas, desafortunadamente, ouvimos muito pouco acerca da moral mediúnica, ela que é a base da credibilidade do trabalho.

Nas palavras inspiradas do nosso dirigente encarnado, o médium é a usina geradora; ele é, deveras, o filtro através do qual escoa, na expressão feliz do nosso Philomeno de Miranda, o pensamento das Entidades benfeitoras. Este pensamento nunca se mostrará tão límpido como no momento em que sai da fonte; depois, ao atravessar os escaninhos mentais do intermediário, poderá conspurcar-se pela infinidade e variedade dos fatores que compõem o campo mental deste, daí que se este campo mental não se encontrar limpo, a mensagem virá deturpada.

Observamos até o modo de vestir-se de um médium, que não deverá primar pelo exotismo. Seu comportamento, igualmente, deve ser sóbrio e discreto, primando pela singeleza e correção.

Todavia, hoje, como ontem, observamos médiuns com o comportamento de atores, exibindo-se em palcos doutrinários. Ostentando a mediunidade de maneira leviana e exibicionista, fazendo dela o veículo de sua realização pessoal e não dos Espíritos comunicantes que, aliás, em sua grande maioria, dispensam tais atitudes. Tais seareiros são reverenciados, cortejados em sua própria perda, lamentavelmente.

A mediunidade é tarefa santa que deve ser tratada na intimidade da sala mediúnica, relevando-se toda e qualquer expressão de cunho pessoal, exteriorizando-se apenas em momentos delicados e especiais.

A vida familiar do medianeiro deve ser intocável, no que lhe diz respeito, zelando este por sua mediunidade, observando, inclusive, o Centro Espírita onde serve. Se se encontra em ambiente desorganizado, dirigido por pessoas desequilibradas emocional e moralmente falando, por medida de bom-senso e precaução, deve buscar outro local para desenvolver sua faculdade. Não o podendo fazer, que exerça severa vigilância sobre tudo que o cerca, para não ver-se envolvido em transtornos.

Tão séria é esta questão que recomendamos cuidado na escolha das amizades, devendo ser evitados aqueles que se conduzem de forma leviana. Auxiliá-los, sim, acompanhá-los, não.

Entre seus próprios familiares evitar os turbulentos e desequilibrados, abstendo-se de comentários, precatando-se no silêncio e na oração.

A vida social convencional não deve fazer parte da rotina do médium. Que estas palavras não vos pareçam excessivamente severas. Elas são fruto da observação e do acompanhamento de atividades mediúnicas ao longo de muitos anos, assim é que chegamos à conclusão de que a vida social ativa não concorda bem com a vida mediúnica ativa. Uma coisa como que se opõe à outra. Todavia, não vos dizemos que o médium deve ser um solitário ou misantropo, de forma alguma. A alegria sadia deve vibrar na tonalidade mediúnica, a convivência fraterna com todos, sem, porém, depender de ninguém em particular para os seus momentos de lazer. Amar e apreciar a todos, auxiliar a quem precisa de auxílio, compartilhar os momentos tristes e os felizes, mas sempre preservar sua integridade, que serve a uma causa nobre e bela.

Assim, como médiuns, sede sensatos, prudentes, bondosos, como deve ser o bom espírita, enfim.

Queridos e amados filhos, não vos assusteis com as nossas colocações. Elas são fruto da nossa preocupação, da observação e também da nossa tristeza pelos muitos médiuns que conhecemos e acompanhamos.

***

Miguel Vives y Vives

Mensagem recebida em reunião mediúnica do Lar Espírita Chico Xavier, no dia 05/06/1995, pelo médium Vera Cohim.

Revisado pelo professor Humberto Vasconcelos, da Fraternidade Espirita Francisco Peixoto Lins (Peixotinho).

Aproveitamento

"Medita estas coisas; ocupa-te
nelas para que o teu aproveitamento
seja manifesto a todos."
- Paulo. (I TIMÓTEO, 4:15.)


Geralmente, o primeiro impulso dos que ingressam na fé constitui a preocupação de transformar compulsoriamente os outros.

Semelhante propósito, às vezes, raia pela imprudência, pela obsessão. O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argumentos calorosos, azorragando costumes, condenando idéias alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço na casa de Nosso Pai.

Aceitar a boa doutrina, decorar-lhe as fórmulas verbais e estender-lhe os preceitos são tarefas importantes, mas aproveitá-la é essencial.

Muitos companheiros apregoam ensinamentos valiosos, todavia, no fundo, estão sempre inclinados a rudes conflitos, em face da menor alfinetada no caminho da crença. Não toleram pequeninos aborrecimentos domésticos e mantêm verdadeiro jogo de máscara em todas as posições.

A palavra de Paulo, no entanto, é muito clara.

A questão fundamental é de aproveitamento.

Indubitável que a cultura doutrinária representa conquista imprescindível ao seguro ministério do bem; contudo, é imperioso reconhecer que se o coração do crente ambiciona a santificação de si mesmo, a caminho das zonas superiores da vida, é indispensável se ocupe nas coisas sagradas do espírito, não por vaidade, mas para que o seu justo aproveitamento seja manifesto a todos.


* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Lição 13. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. FEB, 1996.

Agredido

Evidentemente sofres agressões. Do íntimo convulsionado, petardos mentais, contínuos, produzem-te desequilíbrios; de fora chegam as investidas da ignorância e da impiedade, que te dilaceram com profundos golpes.

São incontáveis as agressões:

vibrações perniciosas que exteriorizas ou absorves em comércio psíquico, agridem os outros, que revidam, inconscientes; palavras ácidas que proferes ou que te penetram, ferintes, quando enunciadas por outrem na tua direção; atitudes descorteses que assumes ou que têm para contigo e maceram teus sentimentos...

Sim, estás agredido, porque não conseguiste, ainda, a doçura que recolhe a animosidade sem revide, a biliosidade sem azedume, a investida do desequilíbrio sem revolta...

Açodado por fatores intrínsecos que te desarmonizam, não pudeste armazenar forças para o auto-burilamento, que te imunizaria contra as investidas perturbantes.

O espírita é alguém, que, encontrando a explicação dos motivos do sofrimento, penetra-se de luz e paz.

Revida mediante os métodos da confiança ilimitada em Deus, deixando à Vida as respostas mais úteis aos que a desconsideram.

Não toma nas mãos as rédeas da Justiça, armando-se de látego e baraço ou esgrimindo os recursos coarctadores nem os da punição.

Se não concorda com o erro e a criminalidade, não se transforma em julgador, ante age e produz corretamente, reagindo pela atitude positiva e elevada com que expõe a excelência dos conhecimentos que o vitalizam.

O triunfo dos agressores é semelhante a vapor que os vence no auge do êxito, enquanto a vitória dos agredidos é a paz do coração.

Toda aflição, pois, é recurso providencial de que a Vida se utiliza para aproximar-te da Verdade. Não recalcitres, nem sintonizes com aqueles que transitam nas densas faixas do primitivismo e da agressividade.

A vida na Terra por mais longa é sempre breve...

Felizes aqueles que concluem a jornada, quites, em relação aos deveres assumidos, podendo olhar para trás sem amarras nem, dependências de qualquer natureza, livres, após os embates terminados.

Incitado a adensar a massa dos atormentadores-atormentados, recorda Jesus e prossegue manso, sofrendo sem impor desespero a ninguém.

Asseverou-nos Ele, que todo aquele que "ganhar a vida, perdê-la-á", enquanto o que a "perder, tê-la-a ganho".

Assim informado não desfaleças e prossegue, agredido, porém, jamais agressor.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Celeiro de Bênçãos. Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis.

Abençoa e Passa

Não basta recear a violência.

É preciso algo fazer para erradicá-la.

Indubitavelmente, as medidas de repressão, mantidas pelos dispositivos legais do mundo, são recursos que a limitam, entretanto, nós todos, - os espíritos encarnados e desencarnados, - com vínculos na Terra, podemos colaborar na solução do problema.

Compadeçamo-nos dos irmãos envolvidos nas sombras da delinqüência, a fim de que se nos inclinem os sentimentos para a indulgência e para a compreensão.

Tanto quanto puderes, não participes de boatos ou de julgamentos precipitados, em torno de situações e pessoas.

Silencia ante quaisquer palavras agressivas que te forem dirigidas, onde estejas, e segue adiante, buscando o endereço das próprias obrigações.

Não eleves o tom de voz, entremostrando superioridade, à frente dos outros.

Não te entregues à manifestações de azedume e revolta, mesmo quando sintas, por dentro da própria alma, o gosto amargo dessa ou daquela desilusão.

Respeita a carência alheia e não provoques os irmãos ignorantes ou infelizes com a exibição das disponibilidades que os Desígnios Divinos te confiaram para determinadas aplicações louváveis e justas.

Ao invés de criticar, procura o lado melhor das criaturas e das ocorrências, de modo a construíres o bem, onde estiveres.

Auxilia para a efevação, abençoando sempre.

Lembra-te: o morrão aceso é capaz de gerar incêndios calamitosos e, às vezes, num gesto infeliz de nossa parte, pode suscitar nos outros as piores reações de vandalismo e destruição.



Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Atenção. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

A Grande Pergunta

E por que me chamais Senhor,
Senhor, e não fazeis o que eu digo?
- Jesus. (LUCAS, 6:46)


Em lamentável indiferença, muitas pessoas esperam pela morte do corpo, a fim de ouvirem as sublimes palavras do Cristo.

Não se compreende, porém, o motivo de semelhante propósito. O Mestre permanece vivo em seu Evangelho de Amor e Luz.

É desnecessário aguardar ocasiões solenes para que lhe ouçamos os ensinamentos sublimes e claros.

Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho santo, mas desejam revelações diretas. Teriam mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o Senhor, de modo pessoal, em suas manifestações divinas. Acreditam-se merecedores de dádivas celestes e acabam considerando que o serviço do Evangelho é grande em demasia para o esforço humano e põem-se à espera de milagres imprevistos, sem perceberem que a preguiça sutilmente se lhes mistura à vaidade, anulando-lhes as forças.

Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre Divino em seu verbo imortal. Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram chamados, por mais humildes lhes pareçam as atividades a que se ajustam.

Na qualidade de político ou de varredor, num palácio ou numa choupana, o homem da Terra pode fazer o que lhe ensinou Jesus.

É por isso que a oportuna pergunta do Senhor deveria gravar-se de maneira indelével em todos os templos, para que os discípulos, em lhe pronunciando o nome, nunca se esqueçam de atender, sinceramente, às recomendações do seu verbo sublime.



Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Tempo da Regra Áurea

"Assim, tudo o que vos quereis
que os homens vos façam, fazei-o
também vos a eles; esta é a lei
e os profetas."
(S.Matheus cap.7 v.12)

Faremos hoje o bem a que aspiramos receber.

*

Alimentaremos para com os semelhantes os sentimentos que esperamos alimentem eles para conosco.

*

Pensaremos acerca do próximo somente aquilo que estimamos pense o próximo quanto a nós.

*

Falaremos as palavras que gostaríamos de ouvir.

*

Retificaremos em nós tudo o que nos desagrade nos outros.

*

Respeitaremos a tarefa do companheiro como aguardamos respeito para a responsabilidade que nos pesa nos ombros.

*

Consideraremos o tempo, o trabalho, a opinião e a família do vizinho tão preciosos quanto os nossos.

*

Auxiliaremos sem perguntar, lembrando como ficamos felizes ao sermos auxiliados sem que dirijam perguntas.

*

Ampararemos as vítimas do mal com a bondade que contamos receber em nossas quedas, sem estimular o mal e sem esquecer a fidelidade a prática do bem.

*

Trabalharemos e serviremos de moldes que reclamamos do esforço alheio.

*

Desculparemos incondicionalmente as ofensas que nos sejam endereçadas no mesmo padrão de confiança dentro do qual aguardamos as desculpas daqueles a quem porventura tenhamos ofendido.

*

Conservaremos o nosso dever em linha reta e nobre, tanto quanto desejamos retidão e limpeza nas obrigações daqueles que nos cercam.

*

Usaremos paciência e sinceridade para com os nossos irmãos, na medida com que esperamos de todos eles paciência e sinceridade, junto de nós.

*

Faremos, enfim, aos outros o que desejamos que os outros nos façam.

*

Para que o amor não enlouqueça em paixão e para que a justiça não se desmande em despotismo, agiremos persuadidos de que o tempo da regra áurea, em todas as situações, agora ou no futuro, será sempre hoje.

* * *
Da obra: Opinião Espírita.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
CEC.

Sem Desânimo

A dor te visitou, sem aviso prévio.

É compreensível que a emotividade te envolva, diante de acontecimentos que te atingirem no âmago do ser.

Contudo, procura raciocinar.

Lembra-te do amparo de Deus, que já te sustentou em outras situações difíceis.

Recorda as palavras de Jesus, prometendo consolação aos que sofrem.

Lembra-te dos amigos espirituais que te guiam e vem sustentando os passos, por entre os caminhos espinhosos.

Equilibra-te na certeza de que o tempo é solucionador natural de todos os problemas que não possas resolver de imediato.

Confia em Deus e segue para frente.

Amanhã compreenderás melhor as razões das dores, que, hoje padecem incompreensíveis.

* * *

Clayton.
Ditado pelo Espírito Augusto.

Esmola e Caridade

Escusam-se muitos de não poderem ser caridosos, alegando precariedade de bens, como se a caridade se reduzisse a dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus e proporcionar um teto aos desabrigados.

Além dessa caridade, de ordem material, outra existe - a moral, que não implica o gasto de um centavo sequer e, não obstante, é a mais difícil de ser praticada.

Exemplos? Eis alguns:

Seríamos caridosos se, fazendo bom uso de nossas forças mentais, vibrássemos ou orássemos diariamente em favor de quantos saibamos acharem-se enfermos, tristes ou oprimidos, sem excluir aqueles que porventura se considerem nossos inimigos.

Seríamos caridosos se, em determinadas situações, nos fizéssemos intencionalmente cegos para não vermos o sorriso desdenhoso ou o gesto disprezivo de quem se julgue superior a nós.

Seríamos caridosos se, com sacrifício de nosso valioso tempo, fôssemos capazes de ouvir, sem enfado, o infeliz que nos deseja confiar seus problemas íntimos, embora sabendo de antemão nada podermos fazer por ele, senão dirigir-lhe algumas palavras de carinho e solidariedade.

Seríamos caridosos se, ao revés, soubéssemos fazer-nos momentâneamente surdos quando alguém, habituado a escarnecer de tudo e de todos, nos atingisse com expressões irônicas ou zombeteiras.

Seríamos caridosos se, disciplinando nossa língua, só nos referíssemos ao que existe de bom nos seres e nas coisas, jamais passando adiante notícias que, mesmo sendo verdadeiras, só sirvam para conspurcar a honra ou abalar a reputação alheia.

Seríamos caridosos se, embora as circunstâncias a tal nos induzissem, não suspeitássemos mal de nossos semelhantes, abstendo-nos de expender qualquer juízo apressado e temerário contra eles, mesmo entre os familiares.

Seríamos caridosos se, percebendo em nosso irmão um intento maligno, o aconselhassemos a tempo, mostrando-lhe o erro e despersuadindo o de o levar a efeito.

Seríamos caridosos se, privando-nos, de vez em quando, do prazer de um programa radiofônico ou de T.V. de nosso agrado, visitássemos pessoalmente aqueles que, em leitos hospitalares ou de sua residência, curtem prolongada doença e anseiam por um pouco de atenção e afeto.

Seríamos caridosos se, embora essa atitude pudesse prejudicar nosso interesse pessoal, tomássemos, sempre, a defesa do fraco e do pobre, contra a prepotência do forte e a usura do rico.

Seríamos caridosos se, mantendo permanentemente uma norma de proceder sereno e otimista, procurássemos criar em torno de nós uma atmosfera de paz, tranquilidade e bom humor.

Seríamos caridosos se, vez por outra, endereçássemos uma palavra de aplauso e de estimulo às boas causas e não procurássemos, ao contrário, matar a fé e o entusiasmo daqueles que nelas se acham empenhados.

Seríamos caridosos se deixássemos de postular qualquer benefício ou vantagem, desde que verificássemos haver outros direitos mais legítimos a serem atendidos em primeiro lugar.

Seríamos caridosos se, vendo triunfar aqueles cujos méritos sejam inferiores aos nossos, não os invejássemos e nem lhes desejássemos mal.

Seríamos caridosos se não desdenhássemos nem evitássemos os de má vida, se não temêssemos os salpicos de lama que os cobrem e lhes estendêssemos a nossa mão amiga, ajudando-os a levantar-se e limpar-se.

Seríamos caridosos se, possuindo alguma parcela de poder, não nos deixássemos tomar pela soberba, tratando, os pequeninos de condição, sempre com doçura e urbanidade, ou, em situação inversa, soubéssemos tolerar, sem ódio, as impertinências daqueles que ocupam melhores postos na paisagem social.

Seríamos caridosos se, por sermos mais inteligentes, não nos irritássemos com a inépcia daqueles que nos cercam ou nos servem.

Seríamos caridosos se não guardássemos ressentimento daqueles que nos ofenderam ou prejudicaram, que feriram o nosso orgulho ou roubaram a nossa felicidade, perdoando-lhes de coração.

Seríamos caridosos se reservássemos nosso rigor apenas para nós mesmos, sendo pacientes e tolerantes com as fraquezas e imperfeições daqueles com os quais convivemos, no lar, na oficina de trabalho ou na sociedade.

E assim, dezenas ou centenas de outras circunstâncias poderiam ainda ser lembradas, em que, uma amizade sincera, um gesto fraterno ou uma simples demonstração de simpatia, seriam expressões inequívocas da maior de todas as virtudes.

Nós, porém, quase não nos apercebemos dessas oportunidades que se nos apresentam, a todo instante, para fazermos a caridade.

Porquê?

É porque esse tipo de caridade não transpõe as fronteiras de nosso mundo interior, não transparece, não chama a atenção, nem provoca glorificações.

Nós traímos, empregamos a violência, tratamos ou outros com leviandade, desconfiamos, fazemos comentários de má fé, compartilhamos do erro e da fraude, mostramo-nos intolerantes, alimentamos ódios, praticamos vinganças, fomentamos intrigas, espalhamos inquietações, desencorajamos iniciativas nobres, regozijamo-nos com a impostura, prejudicamos interesses alheios, exploramos os nossos semelhantes, tiranizamos subalternos e familiares, desperdiçamos fortunas no vício e no luxo, transgredimos, enfim, todos os preceitos da Caridade, e, quando cedemos algumas migalhas do que nos sobra ou prestamos algum serviço, raras vezes agimos sob a inspiração do amor ao próximo, via de regra fazemo-lo por mera ostentação, ou por amor a nós mesmos, isto é, tendo em mira o recebimento de recompensas celestiais.

Quão longe estamos de possuir a verdadeira caridade!

Somos, ainda, demasiadamente egoístas e miseravelmente desprovidas de espírito de renúncia para praticá-la.

Mister se faz, porém, que a exercitemos, que aprendamos a dar ou sacrificar algo de nós mesmos em benefício de nossos semelhantes, porque "a caridade é o cumprimento da Lei."

* * *
Calligaris, Rodolfo. Da obra: As Leis morais.
8a edição. Rio de Janeiro, RJ:FEB, 1998.

Os Infortúnios Ocultos

Nas grandes calamidades, a caridade se emociona e observam-se impulsos generosos, no sentido de reparar os desastres. Mas, a par desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam despercebidos: os dos que jazem sobre um grabato sem se queixarem. Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência.

Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida? Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida, pois que à entrada a saúdam respeitosamente. Aonde vai ela? Sobe até a mansarda, onde jaz uma mãe de família cercada de crianças. À sua chegada, refulge a alegria naqueles rostos emagrecidos. E que ela vai acalmar ali todas as dores. Traz o de que necessitam, condimentado de meigas e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos, que não são profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar. O pai está no hospital e, enquanto lá permanece, a mãe não consegue com o seu trabalho prover às necessidades da família. Graças à boa senhora, aquelas pobres crianças não mais sentirão frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas, o leite não secará no seio que as amamenta. Se entre elas alguma adoece, não lhe repugnarão a ela, à boa dama, os cuidados materiais de que essa necessite. Dali vai ao hospital levar ao pai algum reconforto e tranqüilizá-lo sobre a sorte da família. No canto da rua, uma carruagem a espera, verdadeiro armazém de tudo o que destina aos seus protegidos, que todos lhe recebem sucessivamente a visita. Não lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens. Terminado o seu giro, diz de si para consigo: Comecei bem o meu dia. Qual o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que nada indica; mas é o anjo da consolação. A noite, um concerto de benções se eleva em seu favor ao Pai celestial: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem.

Por que tão singelo traje? Para não insultar a miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha? Para que aprenda como se deve praticar a beneficência. A mocinha também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe diz: "Que podes dar, minha filha, quando nada tens de teu? Se eu te passar às mãos alguma coisa para que dês a outrem, qual será o teu mérito? Nesse caso, em realidade, serei eu quem faz a caridade; que merecimento terias nisso? Não é justo. Quando visitamos os doentes, tu me ajudas a tratá-los. Ora, dispensar cuidados é dar alguma coisa. Não te parece bastante isso? Nada mais simples. Aprende a fazer obras úteis e confeccionarás roupas para essas criancinhas. Desse modo, darás alguma coisa que vem de ti." É assim que aquela mãe verdadeiramente cristã prepara a filha para a prática das virtudes que o Cristo ensinou. E espírita ela? Que importa!

Em casa, é a mulher do mundo, porque a sua posição o exige. Ignoram, porém, o que faz, porque ela não deseja outra aprovação, além da de Deus e da sua consciência. Certo dia, no entanto, imprevista circunstância leva-lhe a casa uma de suas protegidas, que andava a vender trabalhos executados por suas mãos. Esta última, ao vê-la, reconheceu nela a sua benfeitora. "Silêncio! ordena-lhe a senhora. Não o digas a ninguém." Falava assim Jesus.

* * *
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febrasil.org. Federação Espírita Brasileira, 1996.

O Homem de Bem

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.

Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.

O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.

Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

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Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febrasil.org. Federação Espírita Brasileira, 1996.

Bem e Mal Sofrer

Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.

O militar que não é mandado para as linhas de fogo fica descontente, porque o repouso no campo nenhuma ascensão de posto lhe faculta. Sede, pois, como o militar e não desejeis um repouso em que o vosso corpo se enervaria e se entorpeceria a vossa alma. Alegrai-vos, quando Deus vos enviar para a luta. Não consiste esta no fogo da batalha, mas nos amargores da vida, onde, às vezes, de mais coragem se há mister do que num combate sangrento, porquanto não é raro que aquele que se mantém firme em presença do inimigo fraqueje nas tenazes de uma pena moral. Nenhuma recompensa obtém o homem por essa espécie de coragem; mas, Deus lhe reserva palmas de vitória e uma situação gloriosa. Quando vos advenha uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponde-vos a ela, e, quando houverdes conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, dizei, de vós para convosco, cheio de justa satisfação: "Fui o mais forte."

Bem-aventurados os aflitos pode então traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do labor virá o repouso. - Lacordaire. (Havre, 1863.)

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Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febrasil.org. Federação Espírita Brasileira, 1996.

A Parentela Corporal e a Parentela Espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências (Capitulo IV, no.13).

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

A hostilidade que lhe moviam seus irmãos se acha claramente expressa em a narração de São Marcos, que diz terem eles o propósito de se apoderarem do Mestre, sob o pretexto de que este perdera o espírito. Informado da chegada deles, conhecendo os sentimentos que nutriam a seu respeito, era natural que Jesus dissesse, referindo-se a seus discípulos, do ponto de vista espiritual: "Eis aqui meus verdadeiros irmãos." Embora na companhia daqueles estivesse sua mãe, ele generaliza o ensino que de maneira alguma implica haja pretendido declarar que sua mãe segundo o corpo nada lhe era como Espírito, que só indiferença lhe merecia. Provou suficientemente o contrário em várias outras circunstâncias.

* * *
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Capitulo XIV, no.8. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.

A Lei de Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.)

* * *
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
112a edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febrasil.org. Federação Espírita Brasileira, 1996.

Perante os Parentes

"Mas se alguém não tem cuidado dos seus
e principalmente dos da sua família,
negou a fé e é pior do que o infiel."
Paulo. (I Timóteo, 5:8.)

Desempenhar todos os justos deveres para com aqueles que lhe comungam as teias da consangüinidade.

Os parentes são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do Espírito encarnado.

Intensificar os recursos de afeto, compreensão e boa-vontade para os afins mais próximos que não lhe compreendam os ideais.

O lar constitui cadinho redentor das almas endividadas.

Dilatar os laços da estima além do círculo da parentela.

A humanidade é a nossa grande família.

Acima de todas as injunções e contingências de cada dia, conservar a fidelidade aos preceitos espíritas cristãos, sendo cônjuge generoso e melhor pai, filho dedicado e companheiro benevolente.

Cada semelhante nosso é degrau de acesso à Vida Superior, se soubermos recebê-lo por verdadeiro irmão.

Melhorar, sem desânimo, os contactos diretos e indiretos com os pais, irmãos, tios, primos e demais parentes, nas lides do mundo, para que a Lei não venha a cobrar-lhe novas e mais enérgicas experiências em encarnações próximas.

O cumprimento do dever, criado por nós mesmos, é lei do mundo interior a que não poderemos fugir.

Imprimir em cada tarefa diária os sinais indeléveis da fé que nutre a vida, iniciando todas as boas obras no âmbito estreito da parentela corpórea.

Temos, na família consangüínea, o teste permanente de nossas relações com a Humanidade.

* * *

Vieira, Waldo. Da obra: Conduta Espírita.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
21a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1998.

Perante os Fatos Momentosos

Vede que ninguém dê a outrem mal por mal,
mas segui sempre o bem, tanto uns para com
os outros, como para com todos.
Paulo. (I TESSALONICENSES, 5:15.)

Em tempo algum empolgar-se por emoções desordenadas ante ocorrências que apaixonem a opinião pública, como, por exemplo, delitos, catástrofes, epidemias, fenômenos geológicos e outros quaisquer.

Acalmar-se é acalmar os outros.

Nas conversações e nos comentários acerca de notícias terrificantes, abster-se de sensacionalismo.

A caridade emudece o verbo em desvario.

Guardar atitude ponderada, à face de acontecimentos considerados escandalosos, justapondo a influência do bem ao assédio do mal.

A palavra cruel aumenta a força do crime.

Resguardar-se no abrigo da prece em todos os transes aflitivos da existência. As provações gravitam na esfera da Justiça Divina.

Aceitar nas maiores como nas menores decepções da vida humana, por mais estranhas ou desconcertantes que sejam, a manifestação dos Desígnios Superiores atuando em favor do aprimoramento espiritual.

Deus não erra.

Ainda mesmo com sacrifício, entre acidentes inesperados que lhe firam as esperanças, jamais desistir da construção do bem que lhe cumpre realizar.

Cada Espírito possui conta própria na Justiça Perfeita.

* * *

Vieira, Waldo. Da obra: Conduta Espírita.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
21a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1998.

Perante os Fatos do Momento

"Vede que ninguém dê a outrem
mal por mal, segui sempre o
bem, tanto uns para com outros,
como para com todos".
Paulo (I Tessalonicenses, 5:15)

Em tempo algum empolgar-se por emoções desordenadas ante ocorrências que apaixonem a opinião pública, como, por exemplo, delitos, catástrofes, epidemias, fenômenos geológicos e outros quaisquer.

Acalmar-se é acalmar os outros.

*

Nas conversações e nos comentários acerca de notícias terrificantes, abster-se de sensacionalismo.

A caridade emudece o verbo em desvario.

*

Guardar atitude ponderada, à face de acontecimentos considerados escandalosos, justapondo a influência do bem ao assédio do mal.

A palavra cruel aumenta a força do crime.

*

Resguardar-se no abrigo da prece em todos os transes aflitivos da existência.

As provações gravitam na esfera da Justiça Divina.

*

Aceitar nas maiores como nas menores decepções da vida humana, por mais estranhas ou desconcertantes que sejam, a manifestação dos Desígnios Superiores atuando em favor do aprimoramento espiritual.

Deus não erra.

*

Ainda mesmo com sacrifício, entre acidentes inesperados que lhe firam as esperanças, jamais desistir na construção do bem que lhe cumpre realizar.

Cada Espírito possui conta própria na Justiça Perfeita.

* * *

Vieira, Waldo. Da obra: Conduta Espírita.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
FEB.

Juventude e Gentileza

Por certo, não desconheces as conseqüências dessa onda de egoísmo que recrudesce no seio social, toda vez em que os valores educativos não se fazem prezados.

A bem da verdade, bem poucas têm sido as pessoas ocupadas em trabalhar essa dimensão da personalidade, qual seja a do altruísmo, tornando-se úteis à dinâmica da vida planetária.

Encharcados de personalismo, os indivíduos falam somente de si, disputam nonadas para si, recorrem a favores diversos apenas para si, sufocando-se no esquife do egoísmo, mais e mais.

Nas atividades cotidianas, esses egoístas aproveitam-se de todas as chances possíveis para driblarem os outros, tendo a sensação de serem mais astutos, mais vivos, mais sabidos, dando vazão ao intimo doente.

*

Se devem enfrentar as filas variadas, desse ou daquele tipo, para serem atendidos a seu tempo, tratam de descobrir pessoas conhecidas, localizadas à frente, que lhes facilite passar para posições privilegiadas, quando não invadem abusivamente, elas mesmas, o espaço dos que aguardam dignamente. Crêem-se mais apressados ou com mais compromissos que os demais.

Entretanto, para o egoísta, tanto faz seja a fila bancária, ou dos cinemas e outras diversões, o que deseja é passar à frente dos outros, porque lhe impacienta a espera ou por vício, sempre alimentado.

Os males do caráter, desenvolvidos e alicerçados no egoísmo, não se limitam.

Nas conduções populares, o acomodado egoísta vê pessoas idosas, mulheres gestantes, criaturas visivelmente enfermas, viajando de pé, sob ingentes sacrifícios, sem qualquer sensibilização, mantendo-se assentados, indiferentes.

Em outros momentos, vemos crianças e moços assentados, ao lado de seus pais, que acompanham a tudo, fazendo de conta que não estão vendo ou entendendo o que se passa.

A disputa generalizada por entrar ou sair primeiro dos lugares de muita gente, quantos acidentes há provocado? E os desentendimentos e guerras mentais que se somam, incontáveis?

A marca do egoísmo, assim, mostra-se em toda parte, entre as mais diversas personalidades.

*

Avaliando esse quadro que se forja nos grupos sociais, percebe, meu jovem companheiro, quantas ocasiões de conquista salutar para a alma têm sido postergadas.

Verifica, desse modo, como tens agido, em relação à gentileza. Se constatares que não tens estado sintonizado com ela, esforça-te para alcançá-la.

Se te encontrares em algum transporte coletivo, valendo-te do vigor da tua mocidade, não esperes que te solicitem. Oferece o teu assento para quem dele precise, demonstrando os valores que te lucilam no íntimo. E é tão pouca coisa.

Evita que tombe uma gestante ou um velho; impede que se fira uma pessoa obesa ou doente, e sintas as alegrias de ser útil.

Diante das filas, enfrenta-as. Tu podes fazê-lo. Se tiveres pressa, chega mais cedo. Não sobrecarregues os amigos que encontres com teus pedidos, embora possas pedir a alguém que te guarde o lugar e, quando chegues, esse alguém, então, sairá.

A virtude costuma parecer tolice, quando começamos a exercitá-la. Depois, transforma-se em luz tão ampla que não mais a dispensamos.

Ao atravessar a via pública, vê se por perto não haverá um velhinho, um cego, alguém a quem possas ajudar na travessia. Far-te-á imenso bem essa atitude.

Coopera com alguém que sobe ou desce uma escada com fardos e bolsas pesados. Dá-lhe pequena ajuda e recolhe, nas vibrações agradecidas, verbalizadas ou não, as alegrias de servir.

Abre uma porta para esse ou aquele, dando-lhe passagem, gentilmente, seja em tua casa, seja num elevador, seja onde for, e sintas a euforia de ser atencioso.

À principio, terás que fazer esforços; com o tempo a gentileza será parte de ti.

*

Juventude, se pretendes influir no mundo para modificar-lhe as bases de vida social, que sabes tão complexa e perturbadora, começa com teu empenho, com a tua contribuição.

Na gentileza exemplificada por ti, verás que a postura egocêntrica vai sendo transformada, e que, ao te sentires mais leve e feliz, não te preocuparás com a gratidão ou não dos beneficiários da tua solicitude, porque, para o teu coração, valerá a cooperação que prestas à Vida, a cooperação com a Obra de Deus.

Segue, então, adiante. Contagia os teus amigos e afetos com a tua atitude gentil, ajudando a extinguir o egoísmo do mundo.

* * *
Teixeira, José Raul. Da obra: Cânticos da Juventude.
Ditado pelo Espírito Ivan de Albuquerque.
1a edição. Niterói, RJ: Fráter, 1990.

Juventude e Gentileza

Por certo, não desconheces as conseqüências dessa onda de egoísmo que recrudesce no seio social, toda vez em que os valores educativos não se fazem prezados.

A bem da verdade, bem poucas têm sido as pessoas ocupadas em trabalhar essa dimensão da personalidade, qual seja a do altruísmo, tornando-se úteis à dinâmica da vida planetária.

Encharcados de personalismo, os indivíduos falam somente de si, disputam nonadas para si, recorrem a favores diversos apenas para si, sufocando-se no esquife do egoísmo, mais e mais.

Nas atividades cotidianas, esses egoístas aproveitam-se de todas as chances possíveis para driblarem os outros, tendo a sensação de serem mais astutos, mais vivos, mais sabidos, dando vazão ao intimo doente.

*

Se devem enfrentar as filas variadas, desse ou daquele tipo, para serem atendidos a seu tempo, tratam de descobrir pessoas conhecidas, localizadas à frente, que lhes facilite passar para posições privilegiadas, quando não invadem abusivamente, elas mesmas, o espaço dos que aguardam dignamente. Crêem-se mais apressados ou com mais compromissos que os demais.

Entretanto, para o egoísta, tanto faz seja a fila bancária, ou dos cinemas e outras diversões, o que deseja é passar à frente dos outros, porque lhe impacienta a espera ou por vício, sempre alimentado.

Os males do caráter, desenvolvidos e alicerçados no egoísmo, não se limitam.

Nas conduções populares, o acomodado egoísta vê pessoas idosas, mulheres gestantes, criaturas visivelmente enfermas, viajando de pé, sob ingentes sacrifícios, sem qualquer sensibilização, mantendo-se assentados, indiferentes.

Em outros momentos, vemos crianças e moços assentados, ao lado de seus pais, que acompanham a tudo, fazendo de conta que não estão vendo ou entendendo o que se passa.

A disputa generalizada por entrar ou sair primeiro dos lugares de muita gente, quantos acidentes há provocado? E os desentendimentos e guerras mentais que se somam, incontáveis?

A marca do egoísmo, assim, mostra-se em toda parte, entre as mais diversas personalidades.

*

Avaliando esse quadro que se forja nos grupos sociais, percebe, meu jovem companheiro, quantas ocasiões de conquista salutar para a alma têm sido postergadas.

Verifica, desse modo, como tens agido, em relação à gentileza. Se constatares que não tens estado sintonizado com ela, esforça-te para alcançá-la.

Se te encontrares em algum transporte coletivo, valendo-te do vigor da tua mocidade, não esperes que te solicitem. Oferece o teu assento para quem dele precise, demonstrando os valores que te lucilam no íntimo. E é tão pouca coisa.

Evita que tombe uma gestante ou um velho; impede que se fira uma pessoa obesa ou doente, e sintas as alegrias de ser útil.

Diante das filas, enfrenta-as. Tu podes fazê-lo. Se tiveres pressa, chega mais cedo. Não sobrecarregues os amigos que encontres com teus pedidos, embora possas pedir a alguém que te guarde o lugar e, quando chegues, esse alguém, então, sairá.

A virtude costuma parecer tolice, quando começamos a exercitá-la. Depois, transforma-se em luz tão ampla que não mais a dispensamos.

Ao atravessar a via pública, vê se por perto não haverá um velhinho, um cego, alguém a quem possas ajudar na travessia. Far-te-á imenso bem essa atitude.

Coopera com alguém que sobe ou desce uma escada com fardos e bolsas pesados. Dá-lhe pequena ajuda e recolhe, nas vibrações agradecidas, verbalizadas ou não, as alegrias de servir.

Abre uma porta para esse ou aquele, dando-lhe passagem, gentilmente, seja em tua casa, seja num elevador, seja onde for, e sintas a euforia de ser atencioso.

À principio, terás que fazer esforços; com o tempo a gentileza será parte de ti.

*

Juventude, se pretendes influir no mundo para modificar-lhe as bases de vida social, que sabes tão complexa e perturbadora, começa com teu empenho, com a tua contribuição.

Na gentileza exemplificada por ti, verás que a postura egocêntrica vai sendo transformada, e que, ao te sentires mais leve e feliz, não te preocuparás com a gratidão ou não dos beneficiários da tua solicitude, porque, para o teu coração, valerá a cooperação que prestas à Vida, a cooperação com a Obra de Deus.

Segue, então, adiante. Contagia os teus amigos e afetos com a tua atitude gentil, ajudando a extinguir o egoísmo do mundo.

* * *
Teixeira, José Raul. Da obra: Cânticos da Juventude.
Ditado pelo Espírito Ivan de Albuquerque.
1a edição. Niterói, RJ: Fráter, 1990.

Jamais o Aborto

A liberdade que prezas
Por galardão de tua vida,
Quantas vezes a arrevesas,
Fazendo-a mais reduzida?

Se te proclamas, ufano,
Defensor dos inocentes,
Não te apresentes insano
Entre os mais indiferentes.

Aborto! Jamais o faças
Resolução de problemas,
Pois, pelo ser que rechaças,
Terás a dor como algemas.

Aborto! Nunca cogites
Dessa trama inferior.
Por mais na agrura te agites,
Confia mais no Senhor.

Quem ama jamais se estende
Justificando o que é mal.
A vida é bênção que esplende.
Aborto é o que, afinal?

Não tisnes tua consciência
Com alusões sem sentido,
P´ra não sofreres a ardência
Pelo filho não nascido.

Goza, então, tua liberdade
Com inteireza no bem,
Sem remorsos, com verdade,
Desde a Terra até o além.

* * *

José Raul Teixeira.
Ditado pelo Espírito Belmiro Braga.
Mensagem psicografada na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói, RJ.

Prece de Cáritas

DEUS, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai forca àquele que passa pela provação; dai luz àquele que procura a verdade, pondo no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus, dai ao viajor a estrela guia; ao aflito a consolação; ao doente o repouso. Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o guia, ao órfão o pai. Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que Criastes. Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé. Deus, um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra. Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós como um grito de reconhecimento e amor. Como Moisés sobre a montanha, nos Vós esperamos com os braços abertos, oh! Poder... oh! Bondade... oh! Beleza... oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte alcançar a Vossa misericórdia. Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós. Dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas, o espelho onde deve refletir a Vossa Santa e Misericordiosa imagem.

* * *
Mme. W. Krill.
Ditado pelo Espírito Cáritas.
25 de dezembro de 1873.

Viagens

Ambicionas viajar, mudar de ares, viver novas experiências, conhecer outras pessoas...

Sentes-te saturado por fazer as mesmas coisas, repetir os trabalhos habituais, conviver com as criaturas de todos os dias.

A imaginação te desenha cenas empolgantes, enriquecidas de ilusões, convidando-te a conhecer outras terras, passear pelas regiões paradisíacas.

Os lugares onde ainda não estiveste, se te apresentam encantadores, ricos de promessas e de realizações, ensejando-te a felicidade que se te faz escassa, muito distante daquilo que anelas.

*

Os promotores de turismo apresentam recepcionistas risonhos, vivendo um clima de festa permanente, de verdadeiro encantamento.

Fascinado, acreditas que lá, no lugar onde não estás, tudo são alegrias e brilho, jogos de prazeres e constante renovação de festa.

Se não consegues, de imediato, realizar os projetos que traças, na esperança de fruir essas satisfações, deixas-te dominar pela amargura, pela frustração, tombando em estados depressivos ou de revolta contra tudo e todos.

*

Retifica, porém, a maneira de encarar a vida.

A dor, a dificuldade e o problema, a alegria e a tristeza, a saúde, a enfermidade e a morte visitam a todos e se apresentam em todos os lugares.

Quem vive lá, no lugar que desejas ardentemente visitar, atormenta-se pelo desejo irreprimível de vir cá, onde te encontras, com idênticas impressões.

Ali se padece de situações iguais às tuas.

Há um fluxo contínuo e crescente destes que vão e daqueles que vêm.

Sorridentes e joviais aqui, comunicativos e ligeiros, lá, são taciturnos e tristes, vivem cansados e deprimidos, qual ocorre contigo e com os indivíduos daqui.

*

Há festa em toda parte e programações especiais para vender sensações, que deixam ressaibos de insatisfação e dor.

Provocam paixões que se desvanecem, tornando-se cinzas e rescaldo dos incêndios que proporcionam.

Enquanto na Terra, ninguém passa isento de provações.

Cada criatura experimenta e vive sua quota, conforme as suas necessidades evolutivas.

Não te iludas, portanto.

Aqueles que se te fazem modelos de felicidade e beleza, também sofrem muito. Estão, apenas, disfarçados, guindados ao profissionalismo do qual retiram o pão diário, e, às vezes, o veneno com que se matam lentamente.

Não imaginas o que lhes sucede...

Há um lugar ao teu alcance, onde a felicidade te aguarda e nada a perturbará.

Não te exige muito, nem te atormenta. Este reduto maravilhoso é o coração. Põe nele o teu tesouro, conforme propôs Jesus, e aí o desfrutarás.

*

Se viajares e te alegrares, levarás contigo a verdadeira alegria, e se não puderes sair de onde vives, manterás a mesma bênção sem qualquer conflito.

*

Já que desejas, porém, viajar, faze-o como uma experiência para dentro, descobrindo o mundo íntimo profundo, e aí fruirás da plenitude que nunca se acabará.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1988.

Verdade Libertadora

Realizado o estudo do Evangelho no lar
de Josef Jackulack, na noite de 5 de
junho, em Viena, Áustria, o tema foi
Não ponhais a candeia debaixo do
alqueire, capítulo XXIV, de O
Evangelho Segundo o Espiritismo, de
Allan Kardec, após o qual a Mentora
espiritual escreveu a presente
mensagem.

A verdade sempre predomina.

O culto à mentira é dos mais danosos comportamentos a que o indivíduo se submete. Ilusão do ego, logo se dilui ante a linguagem espontânea dos fatos. Responsável por expressiva parte dos sofrimentos humanos, fomenta a calúnia que lhe é manifestação grave e destrutiva - a infâmia, a crueldade...

A maledicência é-lhe filha predileta, por expressar-lhe os conteúdos perturbadores, que a imaginação irrefreada e os sentimentos infelizes dão curso.

Além desses aspectos morais, a mentira não resiste ao transcurso do tempo. Sem alicerce que a sustente, altera a sua forma ante cada evento novo e de tal maneira se modifica, que se desvela. Por ser insustentável, quem se apóia na sua estrutura frágil padece insegurança contínua.

Porque é exata na sua forma de apresentar-se, a verdade é o inimigo normal da mentira. Enquanto a primeira esplende ao sol dos acontecimentos e exterioriza-se sem qualquer exagero, a segunda é maneirosa, prefere a sombra e comunica-se com sordidez. Uma é fruto da realidade; a outra, da fantasia, que não medita nas consequências de que se reveste.

A mentira teme o confronto com a verdade. Aloja-se nas sombras, espraia-se, às escondidas, e encontra, infelizmente, guarida.

A verdade jamais se camufla; surge com força e externa-se com dignidade. Não tem alteração íntima, permanecendo a mesma em todas as épocas. Ninguém consegue ocultá-la, porque, semelhante à luz, irradia-se naturalmente. Nem sempre é aceita, por convidar à responsabilidade. Amiga do discernimento, é a pedra angular da consciência de si mesmo, fator ético-moral da conduta saudável.

Enquanto a mentira viger, a acomodação, o crime afrontoso ou sob disfarce, o abuso do poder e a miséria de todo tipo predominarão na Terra exaltando os fracos, que assim se farão fortes, os covardes, que se tornarão estóicos, os astutos, que triunfarão em detrimento dos sábios, dos nobres e dos bons...

Face a tais logros, que propicia, não obstante efêmeros, os seus famanazes e cultuadores detestam e perseguem a verdade. Não medem esforços para impelir-lhe a propagação, por saberem dos resultados que advirão com o seu estabelecimento entre as criaturas.

São baldas, porém, tão insanas atitudes.

A verdade espera... Seus opositores enfermam, envelhecem e morrem, enquanto ela permanece.

A mentira é de breve existência. Predomina por um pouco, esfuma-se e passa...

(...) Jesus, em proposta admirável, afirmou: Busca a verdade e a verdade te libertará.

Ninguém tem o direito de ocultar a verdade, qual se fosse uma luz que devesse ficar escondida. Onde se encontre, irradia claridade e calor.

O seu conhecimento induz o portador a apresentá-la onde esteja, a divulgá-la sempre. Pelos benefícios que proporciona, estimula à participação, à solidariedade, difundindo-a. (...)

* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Sob a Proteção de Deus.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

Usina de Forças

Ama o corpo que te serve de instrumento para o progresso espiritual com respeito e elevação.

Através dele, cresces e constróis o mundo de esperança e felicidade, se o conduzes com dignidade e trabalho.

Não suponhas que ele seja responsável pela falência dos teus valores éticos, ou pelas sucessivas quedas que te retêm na retaguarda.

Considerando-o, prolongar-lhe-ás a existência e finalidade, preservando-o de desgastes desnecessários.

*

A fraqueza moral nunca é da carne, mas, sim, do Espírito que a comanda.

*

Graças ao corpo, a Humanidade recebeu as belezas da arte superior através de Miguel Ângelo, Rafael, Goya, Rembrandt e, antes deles, Fídias, Praxíteles ou Renoir, Tissot, Manet.

Por ele se expressaram, na música divina, Bach, Mozart, Beethoven, Sibelius, Schummann, Carlos Gomes, Villa Lobos, para nos recordarmos apenas de alguns poucos.

Através dele, o pensamento se humanizou em Sócrates, Platão, Aristóteles, Rousseau, Hegel, Kant...

Utilizando-o, Krishna, Buda, Confúcio, Jesus, Allan Kardec, trouxeram ao mundo a canção de beleza da imortalidade em triunfo.

Mergulhados nele, Pasteur, Koch, Hansen, Fleming, ampliaram os horizontes da saúde, ao lado de Kraepelin, Griesinger, Freud, Jung, que lutaram pelo reequilíbrio mental e emocional dos homens.

Conduzindo-o com nobreza, Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Vicente de Paulo, mantiveram viva a chama da fé e da caridade.

... E milhares de cientistas, filósofos, artistas, poetas, músicos, santos, heróis e lutadores anônimos construíram sob divina inspiração o mundo onde agora respiras.

*

Certamente, há muito ainda por fazer. E isto a ti compete realizar, oferecendo a tua quota de engrandecimento.

*

Se os vestígios do primitivismo, do qual ele proveio, te induzem à promiscuidade de qualquer natureza ou ao seu rebaixamento moral, sustenta-o na fragilidade com o combustível da temperança, não agindo de forma a perturbar-lhe o equilíbrio ou intoxicá-lo com os miasmas da injunção danosa.

*

Se te ocorre ciliciá-lo, a fim de o acalmar, conforme ensinam, erradamente, os atormentados da fé, balsamiza-lhe os impulsos com os medicamentos da prece e os esforços do trabalho que retemperam as energias.

*

Se o tombas, por qualquer motivo ou invigilância, não o lastimes nem o recrimines. Simplesmente, levanta-o e evita-lhe repetir o insucesso.

*

Se o tens enfermo ou mutilado, acode-o com o otimismo e a confiança em Deus.

*

Se o possuis sadio e harmônico, bendize-o com a sua preservação cuidadosa.

*

Nem excesso de cuidados, vivendo para ele, nem abandono, desprezando-o à própria sorte.

*

O teu corpo é conquista que alcançaste diante das Soberanas Leis da Vida.

Torna-o uma usina de forças a serviço do bem e um santuário de bem-aventuranças com possibilidades de alçar-te das cinzas e do lodo da terra aos altiplanos espirituais, onde reinam a felicidade e o amor total.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1988.

Tristeza Perturbadora

Conquanto brilhe o sol da oportunidade feliz, abrindo campo para a ação e para a paz, a sombra teimosa da tristeza envolve-te em injustificável depressão.

Gostarias de arrancar das carnes da alma este espinho cravado que te faz sofrer, e, por não o conseguires, deixas-te abater.

Conjecturas a respeito da alegria, do corpo jovem, dos prazeres convidativos, e lamentas não poder fruir tudo quanto anelas.

A tristeza, porém, é doença que, agasalhada, piora o quadro de qualquer aflição.

A sua sombra densa altera o contorno dos fatos e das coisas, apresentando fantasmas onde existe vida e desencanto no lugar em que está a esperança.

Ela responde pela instalação de males sutis que terminam por desequilibrar o organismo físico e a maquinaria emocional.

*

Luta contra a tristeza, reeducando-te mentalmente.

Não dês guarida emocional às suas insinuações.

Ninguém é tão ditoso quanto supões ou te fazem crer.

A Terra é o planeta-escola de aprendizes incompletos, inseguros.

A cada um falta algo, que não conseguirá conquistar.

Resultado do próprio passado espiritual, o homem sente sempre a ausência do que malbaratou.

A escassez de agora é conseqüência do desperdício de outrora.

A aspiração tormentosa é prova a que todos estão submetidos, a fim de que valorizem melhor aquilo de que dispõem e a outros falta.

Lamentas não ter algo que vês noutrem, todavia, alguém ambiciona o que possuis e não dás valor.

Resigna-te, pois, e alegra-te com tudo quanto te enriquece a existência neste momento.

Aprende a ser grato à vida e àqueles que te envolvem em ternura, saindo da tristeza pertinaz para o portal de luz, avançando pelo rumo novo.

*

Jesus, que é o "Espírito mais perfeito" que veio à Terra, sem qualquer culpa, foi incompreendido, embora amando; traído, apesar de amar, e crucificado, não obstante amasse...

Desse modo, sorri e conquista o teu espaço, esquecendo o teu espinho e arrancando aquele que está ferindo o teu próximo.

Oportunamente, descobrirás que, enquanto te esqueceste da própria dor, lenindo a dos outros, superaste-a em ti, conseguindo a plenitude da felicidade, que agora te rareia.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1988.

Transformação Íntima

Tendências viciosas como impulsos para a virtude procedem, sim, do Espírito, agente determinante do comportamento humano.

Não podendo a organização celular definir estados psicológicos e emocionais, estes obedecem às impressões espirituais de que se encharcam, exteriorizando-se como fatores propelentes para uma ou outra atitude.

Destituída de espontaneidade, exceto dos fenômenos que lhe são inerentes, graças aos automatismos atávicos, a matéria orgânica é resultado das aquisições eternas do Espírito que dela se veste para as experiências da evolução.

A hereditariedade vigente nos mapas dos genes e dos cromossomos encarrega-se de transmitir inúmeros caracteres morfológicos, fisiológicos, sem exercer preponderância fundamental nos arcabouços psicológicos e morais, que pertencem ao ser espiritual, modelador das necessidades inerentes ao progresso e fomentador dos recursos que se lhe fazem indispensáveis a esse processo de crescimento a que se destina.

Descartar-se o valor dos implementos espirituais nos fenômenos comportamentais do homem, é uma tentativa de reduzi-lo a um amontoado de tecidos frágeis que o acaso organiza e desmantela ao próprio talante.

A vida pessoal escreve nas experiências de cada ser as diretrizes para as suas conquistas futuras.

Vícios e delitos ignóbeis, virtudes sacrificiais e abnegação, pertencem à alma que os externa nos momentos hábeis conforme o seu estágio evolutivo.

*

Vicente de Paulo e Francisco de Sales, fascinados pelo amor aos infelizes, liberaram as altas forças que lhes jaziam inatas, a serviço da caridade e da dedicação sem limite.

Ana Nery e Eunice Weaver, sensibilizadas pelo sofrimento humano, esqueceram-se de si mesmas e dedicaram-se, a primeira, aos combatentes feridos, e a segunda, à salvação dos filhos sadios dos hansenianos.

Eichmann e inúmeros carrascos nazistas acariciavam, comovidos, os filhinhos, após enviarem, cada dia, milhares de outras crianças e adultos aos fornos crematórios em inúmeros lugares dos países subjugados.

Tamerlão incendiava as cidades conquistadas, após degolar os sobreviventes, para depois dormir tranqüilo ao lado daqueles a quem amava.

Homens e mulheres virtuosos, sempre revelaram o alto grau de amor que lhes jazia em latência, da mesma forma que sicários e criminosos sanguissedentos deixaram transparecer a crueldade assassina desde os primeiros anos de infância...

As exceções demonstram o poder da vontade, que é manifestação do Espírito, quando acionada, propelindo para uma ou para outra atitude.

*

O hábito vicioso arraigado remanesce, impondo de uma para outra reencarnação suas características, assim impelindo o homem para manter a sua continuidade.

Da mesma forma, os salutares esforços no bem e na virtude ressumam dos refolhos da alma, e conduzem vitoriosos aos labores de edificação.

Toda ação atual, portanto, tem as suas matrizes em outras que as precedem, impressas nos arquivos profundos do ser.

*

Estás, na Terra, com a finalidade de abrir sepulturas para os vícios e dar asas às virtudes.

Substituindo o mau pelo bom hábito, o equivocado pelo correto labor, corrigirás a inclinação moral negativa, criando condicionamentos sadios que se apresentarão como virtudes a felicitar-te a vida.

Teus vícios de hoje, transforma-os, no teu mundo íntimo, em virtudes para amanhã ao teu alcance desde agora.

Libera-te pois, com esforço e valor moral, do mau gênio que permanece dominador, das paixões perturbadoras que te inquietam, e renova-te para o bem, pelo bem que flui do Eterno Bem.

* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Vigilância.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
1a edição. Salvador, BA: LEAL, 1987.