sábado, 19 de abril de 2008

Cristianismo prático


Quando era monge, João Colobo disse um dia a seu abade: “Quero ser como os anjos, sem preocupação, rendendo culto a Deus, ininterruptamente.”

Tirou seu manto e partiu para o deserto. Depois de uma semana retornou, faminto, ao abrigo e bateu. “Quem és?” - perguntou a voz do abade, atrás da porta. - “Sou o monge João Colobo.” - “Não pode ser” - tornou a voz – João Colobo virou anjo e não está mais entre os homens”. - “Oh! não”, insiste o monge - “sou eu mesmo que volto”.

Mas o abade o deixou ao relento até a manhã e quando lhe abriu a porta, disse:

-”Se és homem, trata de trabalhar para o teu sustento!”

O monge inclinou-se, respeitosamente, pediu perdão e submeteu-se, desde então, à disciplina.

* * *

O Cristianismo não está divorciado da vida prática. Ao contrário, Ele dá qualidade e significado ao nosso cotidiano. É Marta e Maria.

Há o escapista, que foge do mundo para dedicar-se, inteiramente, à vida contemplativa; há o materialista, que faz de sua vida um meio e fim; mas, há o equilibrado, que leva Deus na sua consciência, a cada circunstância e atividade da vida. A respeito, São Paulo escreveu: “Jamais comemos pão de graça, mas com labor e fadiga, para não sermos pesados a ninguém, tendo em vista oferecer-vos exemplo e nos imitardes.” (II Tess. 3: 8-9)

(extraído de “Padres do Deserto”, séc. IV e V)

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