quarta-feira, 31 de março de 2010

Mansão do Caminho

Vamos conhecer a Mansão do caminho, modelo de
instituição benfeitora a nos inspirar à prática
do amor ao próximo?

Radionovela: Sexo e Destino

Em cena, duas famílias desajustadas tragicamente unidas por sentimentos conflitantes de amor e de ódio, alimentando causas e sofrendo efeitos. Da obra do Espírito André Luiz, na psicografia de Francisco Cândido Xavier (1910-2002) e Waldo Vieira, acontecimentos materiais com a influência dos chamados "mortos" e todo o esforço dos Espíritos de Luz, ou Anjos da Guarda, em afastar as pessoas do domínio de obsessores espirituais. Com riqueza de detalhes, a radionovela descreve as conseqüências do sexo e dos relacionamentos amorosos na vida das pessoas e das famílias, passando pela Lei Universal da Reencarnação, além de demonstrar as intervenções boas ou más do Mundo Espiritual e a Justiça de Deus, determinando o futuro de cada um de nós. Sexo e destino, uma iniciativa de Paiva Netto, que reúne, sob a direção artística de Arlete Montenegro, os maiores dubladores de superproduções de Hollywood que imprimem emoção e calor humano aos personagens reais de uma história comovente.

A radionovela está dividida em 33 capítulos, os quais podem acessados pelo Youtube ou por download, estas duas formas de acesso você encontra neste ótimo Blog abaixo:

A Caminho da Luz: Radionovela: Sexo e Destino

Radionovela: 50 Anos Depois

Radionovela 50 Anos Depois em nova versão MP3 - A radionovela 50 Anos Depois, romance do Espírito Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, é uma adaptação do livro de mesmo título. Se você se comoveu com a saga de Publio Lentulus em Há 2000 anos, renove seu estoque de emoções: cinqüenta anos depois do terremoto de Pompéia, quando o impiedoso e arrependido senador se desprendeu da vida material, em busca do perdão supremo para as faltas que aqui cometeu, iremos encontrá-lo novamente, porém, sob os trajes humildes de Nestório, escravo de personalidade iluminada, um Ser Humano especial, que fará você reconhecer em cada traço de seus sofrimentos terrestres o resgate de um passado de injustiças. Ouça e vivencie a versão dramatizada do livro 50 Anos Depois com elenco de vozes, trilha sonora e efeitos sonoros.

O audiobook está dividido em 35 capítulos, e cada parte poderá ser acessada através do YouTube ou por meio de download, os links de acesso e de download estão neste Blog abaixo:

A Caminho da Luz: Radionovela: 50 Anos Depois


Felicidades a todos!

Audiobooks da Doutrina Espírita em MP3

No blog A Caminho da Luz (cujo link você encontra abaixo) você pode fazer o download em MP3 das radiovovelas dos livros: Nosso Lar[1], Evangelho Segundo Espiritismo[2], O Livro dos Espíritos[3], Há 2000 Anos[4], 50 Anos Depois[5] e Sexo e Destino[6]. Todas essas radionovelas estão compactadas no formato RAR (Para usuários do Windows podem descompactar os arquivos usando o programa WinRar, disponível em http://baixaki.ig.com.br/download/winrar.htm).

Para ter acesso ao download é só acessar este blog abaixo:

A Caminho da Luz: Audiobooks em MP3



[1] - http://pt.wikipedia.org/wiki/Nosso_Lar
[2] - http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Evangelho_segundo_o_Espiritismo
[3] - http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Livro_dos_Esp%C3%ADritos
[4] - http://pt.wikipedia.org/wiki/Emmanuel_(Esp%C3%ADrito)
[5] - http://pt.wikipedia.org/wiki/Emmanuel_(Esp%C3%ADrito)
[6] - http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_Luiz_(esp%C3%ADrito)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Distúbios Emocionais

Enquanto nos demoramos encarnados no plano terrestre, um tipo de impaciência existe, sutil, capaz de arrastar-nos aos piores distúrbios emotivos: a revolta contra nós mesmos.

Acolhemos receios infundados, em torno de opiniões que formulem de nós, seja por deformidades físicas, frustrações orgânicas, conflitos psicológicos ou empeços sociais de que sejamos portadores, e adotamos o medo por norma de ação, no exagerado apreço a nós mesmos, e dessa inquietação sistemática comumente se deriva um desgosto contínuo contra as forças vivas que nos entretecem o veículo de manifestação.

E tanto espancamos mentalmente esses recursos que acabamos neuróticos, fatigados, enfermos ou obsessos, escorregando mecanicamente para a calha da desencarnação prematura. Tudo por falta de paciência com as nossas provações ou com os nossos defeitos. Decerto, ninguém nasce no corpo físico para louvar as deficiências que carrega ou ampliá-las, mas é preciso aceitar-nos como somos e fazer o melhor de nós. Desinibirão construtiva. Compreensão do aprendizado que se tem pela frente. Acolher o instrumento físico de que o Alto Comando da Vida nos considera necessitados, tanto para resgatar culpas do pretérito na esfera individual, quanto para a consecução de empresas endereçadas ao benefício coletivo, e realizar todo o bem que pudermos.

O corpo carnal de que dispões ou a paisagem doméstico-social em que te situas, representam em si o utensílio certo e o lugar justo, indispensáveis à provação regeneradora ou à missão específica a que te deves afeiçoar. Por isso mesmo, o ponto nevrálgico da existência é o teste difícil que te exercita a resistência moral, temperando-te o caráter, no rumo do serviço maior do futuro.

Nossas perturbações emocionais quase sempre decorrem da nossa relutância em aceitar alguns dos aspectos menos agradáveis, conquanto passageiros da nossa vida. Saibamos, pois, rentear com eles honestamente, corajosamente. Nada de subterfúgios. Temos um corpo defeituoso ou estamos em posição vulnerável à crítica? Seja assim. Contrariamente a isso, porém, reflitamos que ninguém está órfão da Bondade de Deus e, confiando-nos a Deus, procuremos concretizar tudo de bom ou de belo, no círculo de trabalho que se nos atribui.

Por outro lado, vale observar que reconhecer a existência do erro ou do desajuste em nós é sinal de melhoria e progresso. Os espíritos embutidos na inércia não enxergam as próprias necessidades morais. Acomodam-se à suposta satisfação dos sentidos em que se lhes anestesia a consciência, até que a dor os desperte, a fim de que retomem o esforço que lhes compete na jornada de evolução e aprimoramento.
Agradeçamos, desse modo, a luz espiritual de que já dispomos para analisar a nossa personalidade e, abraçando as tarefas de equilíbrio ou reequilíbrio que nos compete efetuar no próprio espírito, enfrentemos os nossos obstáculos com paciência e serenidade, na certeza de que podemos solucionar todos os problemas na oficina do serviço com a bênção de Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Discussões

Hora de aborrecimento ou desagrado – tempo de silêncio e de oração.

Esclarecer, analisar, observar, anotar, mas toda vez que o azedume apareça, mesmo de longe, deixar a conversação ou o entendimento para depois.

Discutir, no sentido de questionar ou contentar, é o mesmo que atirar querosene à fogueira.

Sempre que nos adentramos na irritação, a tomada de nosso pensamento se liga, de imediato, para as áreas da perturbação ou da sombra. Então, a palavra se nos debita na conta do arrependimento, porque fàcilmente exageramos impressões, esposamos falsos julgamentos, provocamos reações negativas ou magoamos alguém sem querer. E o pior ele tudo isso é que as rupturas nas relações harmoniosas do lar ou do grupo fraterno principiam de bagatelas semelhantes às brechas diminutas pelas quais se esbarrondam vigorosas represas, criando as calamidades da inundação.

Saibamos tolerar os dissabores e contratempos da vida, arredando-os do cotidiano, como quem alimpa um campo minado.

Aceitemos a reclamação alheia, paguemos o prejuízo que nos seja possível resgatar sem maior sacrifício e esqueçamos a frase impensada ou o gesto de desconsideração tantas vezes involuntários com que nos hajam ferido.

Nunca valorizar ocorrências desagradáveis ou futilidades que pretendam tisnar-nos o otimismo.

Há quem diga que da discussão nasce a luz. É provável seja ela, em muitos casos, um fator de discernimento, quando manejada por espíritos de elevada compreensão”; no entanto, em muitos outros, nada mais faz que apoiar a discórdia e apagar a luz.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Deus Virá

Não esmoreças sob o fardo das provações e nem te desanimes na bruma das lágrimas.

Nas horas mais difíceis da senda terrestre, recorda que Deus virá em nosso auxílio.

Ouvirás quem te fale dos triunfos retumbantes do mal, convidando-te à cessação de qualquer esforço no bem, sob o pretexto de que o mal se acha escorado pelas enormes legiões daqueles que lhe auferem as vantagens de superfície. Não discutas. Servirás incessantemente ao bem comum, na certeza de que Deus virá pelas vias do tempo, repor os bons no lugar justo.

Assinalarás a presença daqueles que te fazem sentir que os desentendimentos do mundo não se coadunam com o trabalho da paz, com a desculpa de que o homem tem necessidade da guerra como imperativo da evolução. Não discutas. Darás todo o apoio à sustentação da concórdia, onde estejas, consciente de que Deus virá, pelas vias do tempo, estabelecer a solidariedade perfeita entre as nações.

Escutarás longas dissertações, acerca da deterioração dos costumes, inclinando-te a descrer da dignidade social. Não discutas. Serás fiel no respeito a ti mesmo e não te retirarás do dever retamente cumprido, na convicção de que Deus virá, pelas vias do tempo, reajustar os setores convulsionados da comunidade humana, recolocando cada um deles em caminha certo.

Muitas vezes, na própria trilha pessoal, amargos vaticínios te procurarão da parte de muitos companheiros, tentando fixar-te o campo mental nas mais escabrosas questões da caminhada do dia-dia... Ouviremos referências inquietantes em torno de compromissos que tenhamos abraçado, de pessoas a quem nos afeiçoamos, de instituições a que oferecemos o melhor conteúdo de nossas aspirações para a vida mais alta... Respeitemos a todos os informantes amigos que nos solicitem a atenção para a influência do mal e, tanta quanto nos seja possível, cooperemos com eles na extinção do mal; entretanto, guardemos o coração invariàvelmente na túnica luminosa da esperança, orando e trabalhando, vigiando e servindo, convencidos de que Deus, cuja infinita bondade nos sustentou ontem e nos sustenta hoje, sustentar-nos-á igualmente amanhã.

Sejam quais forem as aflições e desafios da estrada, nunca te deixes intimidar pela farsa das trevas e faze brilhar no próprio coração a mensagem inarticulada do amor eterno que a luz dos céus abertos te anuncia, cada manhã, de horizonte a horizonte : “Deus virá”.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

De Sol a Sol

Dizes-te numa época de tensão, na qual os sucessos de ordem negativa surgem aos montes, compelindo-te aos mais graves testes de fortaleza moral.

Tão grande a massa de conflitos, na esfera da alma, que muitos dos nossos irmãos de jornada evolutiva se recolhem à retaguarda, buscando refazimento, quando não a cura dos nervos destrambelhados.

À vista disso, indagas, por vezes, como trabalhar eficientemente e, ao mesmo tempo, resistir com êxito ao assédio da inquietação. Realmente, isso envolve questão muito importante no mundo íntimo de cada um de nós, porquanto nem podemos parar nos domínios da ação e nem desconhecer a necessidade de equilíbrio para suportar construtivamente as provas que venham a sobrevir. A única solução a nosso ver, será focalizar a mente do Espírito do Senhor, e Ele, o Divino Mestre, dar-nos-á rendimento em serviço e descanso ao coração. Se aparecerem dificuldades imprevistas, entrega-lhe os obstáculos que te aborrecem, e prossegue no dever que te esposaste. Se tribulações te caírem na estrada, imagina-lhe as mãos vigorosas nas tuas e procura atravessa-las, de ânimo firme, aproveitando a lição bendita do sofrimento. Se problemas te desafiam, transmite-lhe as tuas apreensões e atende com paciência aos encargos que a vida te reservou. Se amigos te desertaram, mentaliza nele o companheiro infalível e continua fiel aos compromissos que te honorifiquem a existência.

Dividamos diariamente com Cristo de Deus a carga abençoada de trabalho que nos pese nos ombros. Ele é o gerente de toda a empresa de elevação e sócio provedor de todas as nossas necessidades. Deixa que o Senhor faça por ti a carga de trabalho de não consegues fazer, e segue a frente oferecendo os melhores recursos de que disponhas, no desempenho das obrigações imediatas que te compete, e observarás que quaisquer aflições se dissipam, em torno de ti, como as sombras se desfazem à luz dos Céus, a fim de que sirvas alegremente, no bem de todos, com invariável serenidade, de sol a sol.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Dar

As maiores transformações de nossa vida surgem, quase sempre das doações que fizermos.

Dar, na essência, significa abrir caminhos, fundamentar oportunidades multiplicar relações.

Muitos acreditam ainda que o ato de auxiliar procede exclusivamente daqueles que se garantem sobre poderes amoedados. Em verdade, ninguém subestime o bem que o dinheiro doado ou emprestado consegue fazer; entretanto não se infira daí que a doação seja privilégio dos irmãos transitoriamente chamados à mordomia da finança terrestre.

Todos, podemos oferecer consolação, entusiasmo, gentileza, encorajamento.

Às vezes, basta um sorriso para varrer a solidão. Uma frase de solidariedade é capaz de estabelecer vida nova no espírito em que o sofrimento crestou a esperança.

A rigor, todas as virtudes têm a sua raiz no ato de dar. Beneficência, doação de recursos próprios. Paciência, doação de tranqüilidade interior. Tolerância, doação de entendimento. Sacrifício, doação de si mesmo.

Toda dádiva colocada em circulação volta infalivelmente ao doador, suplementada de valores sempre maiores.

Quem deseje imprimir mais rendimento e progresso em suas tarefas e obrigações, procure ampliar os seus dispositivos de auxilio aos outros e observará sem delonga os resultados felizes de semelhante cometimento. Isso ocorre porque em todo o Universo as Leis Divinas se baseiam em amor ? no que, no fundo, é a onipresença de Deus em doações eternas.

Em qualquer soma de prosperidade e paz, realização e plenitude, o serviço ao próximo é a parcela mais importante, a única aliás, suscetível de sustentar as outras atividades que compõem a estrutura do êxito.

Dá do que possas e tenhas, do que sejas e representes, na convicção de que a tua dádiva é investimento na organização crediária da vida, afiançando os saques de recursos e forças dos quais necessites para o caminho.

“Dá e dar-se-te-á” ? ensinou-nos o Cristo de Deus.

Unicamente pela benção de dar é que a vida de cada um de nós se transformará numa benção.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Conversa em Família

Quando observares a dificuldade moral de alguém, não te detenhas na superfície das coisas. Aprofunda-te no exame das causas, para que a injustiça não te enodoe o coração.

Recordemos que o médico nem sempre identifica a enfermidade pelo que vê, mas sobretudo por aquilo que não vê, apoiado na cooperação do laboratório.

Raramente todo o mal é aquele mal que se enxerga no lado visível das circunstâncias.

A Humanidade é constituída de povos; cada povo se baseia em comunidades; cada comunidade é uma coletânea de grupos; cada grupo é uma constelação de almas.

Como definir a posição da esposa, imaginada em desvalimento, sem considerar a conduta do esposo, chamado pelos princípios de causa e efeito a prestar-lhe assistência ? E como examinar o homem tombado em criminalidade passional, sem analisar a mulher que o levou ao desvario ? De que modo interpretar os jovens transviados sem tocar nos adultos que os largaram à matroca, e de que maneira observar a penúria dos mais velhos, sem anotar o abandono a que foram votados pelos mais moços ?

Como acusar unicamente os maus, sem perguntar aos bons o que fizeram por eles, na esfera da convivência ? E como condenar exclusivamente os pecadores, sem saber que orientação recolheram dos virtuosos que lhes comungam a vida cotidiana ?

Serão justos ou insensíveis os Espíritos nomeados por justos quando relegam seus irmãos aos enganos da injustiça, sem a mínima frase que lhes clareie o raciocínio ? E serão corretos ou ingratos os Espíritos supostos corretos quando deixam seus irmãos afundados no erro, sem o menor amparo que lhes refaça o equilíbrio ?

Irmãos uns dos outros pelos laços da família maior - a humanidade - , à frente de nossos companheiros caídos antes de censurá-los, será preciso interrogar-nos a nós próprios que espécie de benefício já lhes teremos feito, a fim de que não resvalassem no lodo que lhes desfigura a face divina de filhos de deus, tão carecedores das bênçãos de deus quanto nós próprios.
Reflitamos nisso, porque, atendendo a isso, sempre que impelidos a observar o comportamento de alguém, teremos misericórdia por inspiração e apoio, a fim de que não falhemos ao imperativo do amo para a glória do bem.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Como Perdoar

Na maioria dos casos, o impositivo do perdão surge entre nós e os companheiros de nossa intimidade, quando o suco adocicado da confiança se nos azeda no coração.

Isso acontece porque, geralmente, as mágoas mais profundas repontam entre os Espíritos vinculados uns aos outros na esteira da convivência.

Quando nossas relações adoeçam, no intercâmbio com determinados amigos que, segundo a nossa opinião pessoal, se transfiguram em nossos opositores, perguntemo-nos com sinceridade: “como perdoar, se perdoar não se resume à questão de lábios e sim a problema que afeta os mais íntimos mecanismos do sentimento?”.

Feito isso, demo-nos pressa em reconhecer que as criaturas em desacerto pertencem a Deus e não a nós; que também temos erros a corrigir e reajustes em andamento; que não é justo retê-las em nossos pontos de vista, quando estão, qual nos acontece, sob os desígnios da Divina Sabedoria que mais convém a cada um, nas trilhas do burilamento e do progresso. Em seguida, recordemos as bênçãos de que semelhantes criaturas nos terão enriquecido no passado e conservemo-las em nosso culto de gratidão, conforme a vida nos preceitua.

Lembremo-nos também de que Deus já lhes terá concedido novas oportunidades de ação e elevação em outros setores de serviço e que será desarrazoado de nossa parte manter processos de queixa contra elas, no tribunal da vida, quando o próprio Deus não lhes sonega Amor e Confiança.

Quando te entregares realmente a Deus, a Deus entregando os teus adversários como autênticos irmãos teus, - tão necessitados do Amparo Divino quanto nós mesmos, penetrarás a verdadeira significação das palavras de Cristo: “Pai, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, reconciliando-te com a vida e com a tua própria alma.

Então, saberás oscular de novo a face de quem te ofendeu, e quem te ofendeu encontrará Deus contigo e te dirá com a mais pura alegria no coração: “bendito sejas...”.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Auxílio Moral

Em muitas circunstâncias, afligimo-nos ante a impossibilidade de alterar o pensamento ou o rumo das pessoas queridas.

Como auxiliar um filho que se distancia de nós, através de atitudes que consideramos indesejáveis, ou amparar um amigo que persiste em caminho que não nos parece o melhor?

Às vezes, a criatura em causa é alguém que nos mereceu longo tempo de convivência e carinho; noutros lances da vida, é pessoa que se nos erigia na estrada em baliza de luz.

Tudo o que era harmonia passa ao domínio das contradições aparentes, e tudo aquilo que se nos figurava tarefa triunfante, nos oferece a impressão de trabalho deteriorado voltando à estaca zero.

Chegados a esse ponto de indagação e estranheza é imperioso compreender que todos os temos na edificação espiritual uns dos outros uma parte limitada de serviço e concurso, depois da qual vem a parte de Deus.

O lavrador promove condições favoráveis ao plantio da lavoura, mas não consegue colocar o embrião na semente; protege a árvore, mas não lhe inventa a seiva.

Assim ocorre igualmente conosco, nas linhas da existência.

Cada qual de nós pode ofertar a outrem apenas a colaboração de que é capaz.

Além dela, surge a zona íntima de cada um, na qual opera a Divina Providência, através de processos inesperados e, muitas vezes, francamente inacessíveis ao nosso estreito entendimento.

Diante, pois, dos seres diletos que se nos complicam na estrada, o melhor e mais eficiente auxílio moral com que possamos socorrê-los, será sempre o ato de entender-lhes a bênção da oração silenciosa, para que aceitem, onde se colocaram, o Amparo Divino que nunca falha.

Sejam quais sejam os problemas que nos forem apresentados pelos entes queridos, guardemos a própria serenidade e cumpramos para com eles a parte de serviço e devotamento que lhes devemos, depois da qual é forçoso nos decidamos a entregá-los à oficina da vida, em cujas engrenagens e experiências recolherão, tanto quanto nós todos temos recebido, a parte oculta do Amor e da assistência de Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Auxiliarás por Amor

Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho.

Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores o espírito desprevenido, amarás servindo sempre.

Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos do sacrifício para que pudesses livremente viver. Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram...

Para isso, não te deterás na superfície das palavras.

Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias.

Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz.
Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Ataques nas Boas Obras

Um problema existe no campo das boas obras, que surge, de vez em vez, a pedir-nos paciência e reflexão - o problema do ataque.

Reconheçamos que os irmãos mais particularmente chamados a servir são aqueles que se mostram mais intensivamente policiados por incessante e geral observação.

Freqüentemente, por esse motivo, para eles se encaminha o rigor de nossa vigilância, porquanto aspiramos vê-los sem qualquer momento infeliz.

Fácil anotar que, de hábito, cada um de nós, entre os que nos dirigem ou nos obedecem, anela encontrar criaturas tão perfeitas quanto possível. Se nos achamos em subalternidade, queremos possuir chefes que se nos façam espelhos cristalinos de bons exemplos, e, se comandamos, eis-nos a disputar cooperadores, às vezes até mesmo mais eficientes que nós próprios. Acontece, porém, que reponta o dia em que aparecem neles as imperfeições e fraquezas inerentes a nós todos - os espíritos em evolução na Humanidade Terrestre - e choca-se-nos o ideal com a realidade. Quando desprevenidos, atiramo-nos à censura sem perceber, ameaçando, em muitas circunstâncias a estabilidade das tarefas que mais amamos, ao modo de tresloucado escultor que se precipitasse a exigir a obra-prima de um dia para outro, golpeando o mármore impensadamente.

Por ocasião de quaisquer ataques, no âmbito das realizações nobres em que nos encontremos afeiçoados, verificaremos, assim, sem qualquer dificuldade, que eles são endereçados geralmente aos companheiros que estão trabalhando e produzindo o bem de todos, mesmo porque, em verdade, nas construções respeitáveis, não há tempo a perder com os irmãos ainda voluntariamente estirados na inércia.

À vista disso, nos momentos de crítica, levantamentos uma pausa dedicada à oração, porque o Senhor nos alumiará, norteando-nos a atitude; se houver erro a corrigir, alcançaremos o tato da caridade para saná-lo no reajuste; se nos achamos atacados, desculparemos, de imediato, quaisquer ofensas, multiplicando as próprias forças na precisa abnegação; e se estamos atacando alguém, aprenderemos, para logo, a identificar o lado bom da pessoa, situação, acontecimento ou circunstância que nos preocupem na causa edificante a que tenhamos empenhado o coração.

Na hora do ataque, seja qual for, recorramos ao apoio da bondade e ao recurso da prece, de vez que a oração e a misericórdia nos trarão um raio de luz da Mente Divina, ensinando-nos a ver compreender, amparar e harmonizar, auxiliar e servir.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Apoio Espiritual

Compartilhamos, em nome da beneficência, de recursos vários, como sejam - a moeda e o agasalho, o teto e a mesa.

Uma dádiva, porém, existe de que todos necessitamos no câmbio da fraternidade: a dádiva do encorajamento.

Admitamos, de modo geral, que os únicos irmãos baldos de força são aqueles que tropeçam nas veredas da extrema penúria física; no entanto, em matéria de abatimento moral, surpreendemos, em cada lance da estrada, legiões de companheiros em cujos corações a esperança bruxuleia qual chama prestes a extinguir-se, ao sopro da adversidade.

Um possui créditos valiosos nos círculos da finança, mas carrega o peso de escabrosas desilusões; exorna-se aquele com títulos de cultura e competência, todavia traz o espírito curvado sob constrangimentos e desgostos de toda espécie, como se arrastasse fardos ocultos; outro dispõe de autoridade e influência, na orientação de vasta comunidade, e tem o peito semi-sufocado de aflição à face das dores desconhecidas que lhe gravam as horas; outro, ainda, exibe-se por modelo de higidez nas vitrinas da saúde corpórea e transporta consigo um poço de lágrimas represadas, em vista das provações que lhe oneram a vida.

Detém-te em semelhantes realidades e não recuses o donativo da coragem para toda criatura irmã do caminho.

Se alguém errou, fala-lhe das lições novas que o tempo nos traz a todos; se caiu, estende-lhe os braços com a fé renovadora que nos repõe nas trilhas de elevação; se entrou em desespero, dá-lhe a bênção da paz; se tombou em tristeza, oferece-lhe a mensagem do bom ânimo...

Ninguém há que prescinda de apoio espiritual.

Agora, muitos de nós precisamos da coragem de aprender, de servir, de compreender, de esperar...

E, provavelmente, mais tarde, em trechos mais difíceis da viagem humana, todos necessitaremos da coragem de sofrer e abençoar, suportar e viver.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Ante a Lei do Bem

Em verdade, quando as aflições se sucedem umas às outras, simultaneamente, em nossa vida, sentimo-nos à feição do viajor perdido na selva, intimado pelas circunstâncias a construir o próprio caminho.

Quando atinjas um momento, assim obscuro, em que as crises aparecem gerando crises, não atribuas a outrem a culpa da situação embaraçosa em que te vejas e nem admitas que o desânimo se te aposse das energias. Analisa o valor do tempo e não canalizes a força potencial dos minutos para os domínios da queixa ou da frustração. Ora, levanta-te dos obstáculos em pensamento e age em favor da própria libertação na certeza de que, por trás da dificuldade, a lei do bem está operando.

Certifica-te, sobretudo, de que Deus, Nosso Pai, é o autor e o sustentador do Sumo Bem. Nenhum mal lhe poderia alterar o governo supremo, baseado em amor infinito e bondade eterna. À vista de semelhante convicção, o que te parece doença é processo de recuperação da saúde. Pequenos dissabores que categorizas por ofensas, serão convites a reexame dos empeços que te crivam a estrada ou apelos à oração por aqueles companheiros de Humanidade que levianamente se transformam em perseguidores das boas obras que ainda não conseguem compreender. Contratempos que interpretas como sendo ingratidão de pessoas queridas, quase sempre apenas significam modificações dos Desígnios Superiores, em benefício dos entes que amamos e que prosseguem credores de nosso entendimento e carinho. Discórdia é problema que te pede ação pacificadora. Desarmonias domésticas mais não são que exigência de mais serviços aos familiares para que te concilies em definitivo com adversários do pretérito, suprimindo possibilidades de retorno a causas de sofrimento e desequilíbrio que já te induziram à quedas e obsessões em existências passadas, e até mesmo a presença da morte não se define senão por mais renovação e mais vida.

Sempre que aflições te visitem na forma de enfermidade ou tristeza, humilhação ou penúria, perseguição ou tentação, prejuízo ou desastre, não te rendas às sugestões de rebeldia ou desalento. Trabalha e espera, entre o prazer de servir e a felicidade de confiar, recordando que, se procuras pelo socorro de Deus, o socorro de Deus também te procura. E se a tranqüilidade parece tardar, porque privações e provações se multipliquem, persevera com o trabalho e com a esperança, lembrando-te de que a lei do bem opera sempre e de que o amparo de Deus está oculto ou vem vindo.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Ambientes

Importante pensar que não apenas termos o que damos, mas igualmente viveremos naquilo que proporcionamos aos outros.

Daí o impositivo de doarmos tão somente o bem, integralmente o bem.

Se em determinada faixa de tempo criamos a alegria para os nossos semelhantes e criamos para eles o sofrimento em outra faixa, nossa existência estará dividida entre felicidade e desventura, porque teremos trazido uma e outra ao nosso convívio, arruinando valiosas oportunidades de serviço e elevação.

Se oferecemos azedume, é óbvio que avinagraremos o sentimento de quem nos acolhe, reavendo, em câmbio inevitável, o mesmo clima vibratório, como quem recolhe água inconveniente para a própria sede, após agitar o fundo do poço, de cuja colaboração necessite.

Se atiramos crítica e ironia à face do próximo, de outro ambiente não disporemos para viver senão aquele que se desmanda em sarcasmo e censura.

Certifiquemo-nos de que não somente as pessoas, mas os ambientes também respondem. Queiramos ou não, somos constrangidos a viver no clima espiritual que nós mesmos formamos.

Pacifiquemos e seremos pacificados.

Auxilia e colherás auxílio.

Tudo que espiritualmente verte de nós, regressa a nós, “Dá e dar-se-te-á”, ? asseverou Jesus. O ensinamento não prevalece tão só nos domínios da dádiva material propriamente considerada. Do que dermos aos outros, a vida fatalmente nos dá.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Ambiente Pessoal

Surges e, onde pisas, aparece a atmosfera pessoal que te é própria. Falas e de tua palavra flui o magnetismo que te nasce do coração.

Interessamo-nos em auxiliar os outros, conforme a beneficência; entretanto, é preciso saber como auxiliar, de vez que nos oferecemos, instintivamente, naquilo que damos.

A dádiva é, obrigatoriamente, envolvida pela influência do doador.

À vista disso, analisa as reações que provocas e os pensamentos que inspiras, onde, quando e com quem te manifestas.

Qualquer estudo neste sentido pode ser efetuado sem nenhum embaraço, desde que disponhas a observar em ti mesmo os resultados da presença dos outros.

Na hora da insegurança, não estimas a conversação dos que te não compreendem; no dia da enfermidade, não te acomodas com as opiniões deprimentes dos que se envenenam com pessimismo. A voz que te impele a construir a virtude é uma benção de valor infinito, mas aquela que te censura o defeito em extinção é uma pancada mental de conseqüências imprevisíveis.

Não te omita onde as circunstâncias te aguardem o comparecimento, mas examina antes como te apresentares para que alguma atitude menos feliz de tua parte não estrague o fruto proveitoso que a tua intervenção deva produzir.

Entender primeiro, agir depois.

A necessidade exige socorro, mas, se o socorro aparece destrambelhado, a necessidade faz-se maior.

Medita na atmosfera espiritual que carregas e cultiva a serenidade, para que a serenidade te componha o ambiente. Isso não é fazer caridade calculada, nem exercer o bem sob princípios de matemática, e sim praticar em toda parte o respeito à vida pelo culto do amor.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Amarás Servindo

Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho.

Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores o espírito desprevenido, amarás servindo sempre.

Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos do sacrifício para que pudesses livremente viver. Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram...

Para isso, não te deterás na superfície das palavras.

Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias.

Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz.

Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Alma e Coração

A ti, leitor amigo, uma ligeira explicação quanto às páginas deste livro.

Não resultam de aturados estudos, no recinto de bibliotecas preciosas, porque todas nasceram na fonte da experiência.

Reunidos à luz da oração (¹), os companheiros encarnados e nós outros, os amigos domiciliados do Mais Além, ? grafamo-las no curso de reflexões e debates sobre milenares problemas do destino e do ser, da indignação e da dor. Após destacar esse ou aquele tópico da Doutrina Espírita, que nos revive o Evangelho de Jesus, permutávamos impressões e comentários acerca das verdades fundamentais e simples do universo.

À face disso, são elas fragmentos de amor, colhidos em diálogos fraternos, no tentame de ajustar-nos às realidades do Espírito.

Muitas vezes, os generosos interlocutores que nos honravam com atenção e palavra, procediam não só de círculos laureados de conquistas acadêmicas, mas igualmente de laboriosas oficinas da vida prática; não apenas de austeros deveres do lar, mas também dos torturados distritos da adversidade e da provação que burilam a existência. E muitos outros, por bondade, nos traziam os ouvidos ansiosos, lubrificados de lágrimas ou atormentados de angústia, com fome de esperança e sede de Deus.

Irmanados no objetivo único de buscar o progresso espiritual, trocávamos, então, os mais íntimos pensamentos, nos ajustes amigos de que este despretensioso volume nasceu em nossa renovadora seara de fé.

Releva-nos, pois, se te dedicamos um livro tão singelo quanto às possibilidades de expressão de que dispomos. Crê, no entanto, que todo ele é entretecido por fios de alma e coração nos votos que formulamos ao Senhor para que nos ilumine e nos abençoe, a fim de que, nas trilhas do amanhã, te possamos oferecer algo de mais proveitoso e de melhor.

Emmanuel

Uberaba, 26 de Julho de 1969


(¹) Todas as páginas publicadas neste livro foram psicografadas em reuniões públicas da Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, Minas Gerais. (Nota do Médium)


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Acima de Nós

Quantas vezes, procuramos à paz, experimentando a tortura do sedento que anseia pela glória!...

Em momentos assim, o passo mais expressivo será sempre a nossa incondicional rendição a Deus, cuja sabedora nos guiará no rumo da tranqüilidade operosa e tonificante.

Imperioso pensar nisso, porque freqüentemente surgem no cotidiano, crises inesperadas que se nos enovelam na vida mental, à feição de problemas classificados por insolúveis no quadro das providências humanas.

Em muitas ocasiões, efetuaste quanto se te fazia possível pela sustentação de um ente amado, no terreno firme dos ideais superiores e, ainda assim, assististe-lhe a queda espetacular nos precipícios da sombra... Entregastes os melhores valores da existência para a felicidade de alguém que os recolheu, enquanto isso lhe conferia vantagens imediatas, e, de instante para outro, sofreste inqualificável abandono, colhendo injúria e sarcasmo, em troca de renúncia e de amor... Responsabilizaste a ti mesmo pelo amigo que te deixou a sós, no labirinto de negócios e compromissos inquietantes, sem qualquer consideração para com os teus testemunhos de confiança... Deste o que és e quanto tens na proteção do grupo doméstico,por tempo vasto de trabalho e de sacrifício, e te viste, de repente, sob o desprezo daqueles mesmos familiares que te deviam carinho e respeito, sem a menor possibilidade de reivindicação...

Em tais circunstâncias, a prova se reveste de tamanha complexidade que, quase sempre, não dispões de outro recurso senão conservá-la por braseiro de angústia, trancado no coração, porquanto, às vezes, no grave assunto, os melhores amigos não te poderiam compreender, de vez que, provavelmente, se inclinariam a intervenções oportunas, complicando-te os problemas.

Diante de quaisquer dificuldades, e, sobretudo, nas horas de amargura suprema, confia à Divina Providência as dores que te vergastam a alma!...

Todos nós, os Espíritos em evolução no Planeta, somos ainda humanos e, nessa condição, nem sempre conseguimos em nós mesmos, a energia suficiente para a superação de nossas deficiências...

À vista disso, nos momentos terríveis e a agoniados da adversidade terrestre, não abras falência diante do desespero!... Recorre aos créditos infinitos do Pai Infinito Amor.

Nenhum de nós está órfão de amparo e socorro, luz e benção, porque ainda mesmo fracassem todas as nossas forças, na direção do bem para o desempenho de nossas obrigações, muito acima de nós e muito acima de nossos recursos limitados e frágeis, temos Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

Diante da Paz

Entendendo-se a paciência, à maneira de ciência da Paz, não procures a Paz, à distância, de vez que ela reside em ti mesmo.

A Paz, no entanto, baseia-se na lei da troca que mantém o equilíbrio do Universo, através do binômio “dar e receber”.

Semeia a Paz, a fim de que a recolhas.

Quando te não seja possível providenciar a segurança do ambiente fustigado de inquietação, mentaliza a Paz por intermédio da palavra e do pensamento.

Ante os enfermos, cala os assuntos suscetíveis de criar agitação e oferece-lhes a tranqüilidade, relacionando temas capazes de garanti-la.entretanto, se o verbo não te for facultado, envia idéia de reconforto e encorajamento aos doentes, diligenciando proteger-lhes as forças mentais, ameaçadas de desgoverno.

Surpreendendo a discórdia, permanece com a verdade e aclara o caminho, mas emite pensamentos de paz, no rumo dos irmãos em contenda; e, se podes falar, pronuncia a frase edificante que consiga ajudar a extinguir os focos de perturbação ou desequilíbrio.

Renteando com alguma criatura menos feliz, por maiores sejam os motivos que a tornem pouco simpática, rememora os vínculos de fraternidade que nos unem fundamentalmente uns aos outros e procura ampará-la mentalmente, abençoando-lhes a presença com silenciosas mensagens de amor e renovação.

Se recebes notícias acerca das aflições e provas de alguém, endereça a esse alguém pensamentos de compreensão e consolo que lhe favoreçam o reajuste.

Conversando, acalma os que te ouvem.

Escrevendo, articula imagens de otimismo e confiança, serenidade e alegria.

Lembrando amigos ou inimigos, envia-lhes votos de êxito nas tarefas e compromissos que abracem.

Seja a quem seja, auxilia como e quanto puderes, afim de que todos os que se comunicam contigo permaneçam em Paz e Alegria.

Cada consciência, na Excelsa Criação de Deus, é núcleo de vida independente na Vida Imperecível.

Reflete na importância de tua própria imortalidade e recorda, onde estejas, que a paz de teu ambiente começa invariavelmente de ti.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Rumo Certo”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Cobrando Débito Antigo

Noras cruéis, genros brutos,

Pai tirânico e violento,

São contas do crediário

Resgatado a sofrimento...


Rusgas, brigas e desgostos

Espinheirais do passado,

Pagamento a prestações

De culpas por atacado...


Nossos erros de outras eras,

Ódio, inveja, tentação,

Retornam pela família

Na lei da reencarnação.


Quem amou, quem deu de si,

Sobe de altura e lugar,

Quem fez sofrer vem sofrer,

Quem bateu vem apanhar.


Quem dos outros fez capacho,

Cria resgate severo,

Quem foge ao próprio dever

Vem de novo á estaca zero.


Parentela é escola santa

Sempre que a vemos daqui,

Cada qual encontra em casa

Aquilo que fez de si.


Ame, perdoe, sirva e ajude

Quanto ao mais, meu caro irmão

Se você sofre em família,

Não reclame, agüente, João.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Recados da Vida”. Ditado pelo Espírito Cornélio Pires.

Brandura e Serenidade

"Brandura é a faculdade de recolher dificuldades, extraindo-lhes o ensinamento, e aceitar as pedras que se lhe atiram, para transformá-las em material valioso de construção íntima.

As criaturas serenas agem com reflexão e tolerância, sofrem sem reclamar e suportam pancadas por amor à paz dos outros. E, sobretudo, sabem aguardar o tempo o tempo claro para examinar os enigmas que se lhe apresentam nos dias de sombra, sem a mínima intenção


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Sol na Alma”. Ditado pelo Espírito André Luiz.

Aviso

Perdeste posição?

Trabalha e terás outra.

Amigos te deixaram?

Serve e outros mais virão.

Prejuízos vieram?

Acharás novo apoio.

Se a doença surgiu,

Deus proverá remédio.

Se trabalhas e serves,

Terás sempre o melhor.

Mas tempo que se perde

Nunca retornará.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Auxílio Verbal

Se falas para o mundo,

Compadece-te e ampara.

Não revolvas feridas

Que já foram curadas.

Não apontes mazelas,

Nem defeitos dos outros.

Os homens já conhecem

Os males que carregam.

Acende a luz do bem

Na força da esperança.

Deus nos cede a palavra

Para as bênçãos do amor.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Auxílio

A prova que te busca

É mensagem da vida.

Ouve a tribulação,

Atende, serve e segue.

Mais tarde, entenderás

O bem que recebeste.

Da terra massacrada

Surge o trigal maduro.

Nas pontas do espinheiro,

Cai a chuva de rosas.

Na dor que te acontece

Vem o auxílio de Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Auto-Julgamento

Se te decidires a praticar compreensão, adiantar-te-ás, consideravelmente, no caminho do amor, em direção à paz que se te fará suporte à felicidade.

Para isso, é imperioso te situes no lugar dos outros; de modo a que não percas tempo, com qualquer julgamento leviano, capaz de arrojar-te em complicações e enganos, por vezes, de lastimável e longa duração.

Se te observares na condição do agressor, imagina quão valioso se te faria o perdão daqueles a quem houvesse ferido, após reconheceres que te desmandaste num momento de desequilíbrio e loucura.

Fosses a pessoa encarcerada em penúria e doença e saberias agradecer os gestos espontâneos de quem te doasse alguns minutos de reconforto ou leves migalhas de auxílio.

Caso te visses no lugar da pessoa caída em tentação, reflete se poderias haver resistido, com mais eficiência, ao assédio das sugestões infelizes.

Estivesses na posição daqueles que controlam a fortuna ou o poder, a influência ou a autoridades e examina, por ti mesmo, qual seria o teu comportamento.

Colocando-te na situação dos companheiros em lágrimas que viram partir entes amados, sob a neblina da morte, mentaliza a extensão do sofrimento que te dilapidaria o coração ao perder a companhia daqueles que mais amas.

De quando a quando, sujeita-te, no silêncio, aos testes dessa natureza, dialogando intimamente de ti para contigo e descobrirás em ti as fontes de renovação espiritual a te nutrirem os sentimentos com novos princípios de tolerância e humanidade.

Realmente, advertiu-nos Jesus:

- “Não julgues para não serdes julgados.”

O Divino Mestre, entretanto, não nos proclamou impedidos de julgar a nós próprios, de modo a revisarmos nossos ideais e atitudes, colocando-nos finalmente a caminho da própria sublimação.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Anotação no Diálogo

Efetivamente, na Terra de agora, as máquinas se multiplicaram, de tal modo, que se movimentam em todas as direções, mas embora a adaptação meticulosa que se te pede para o respeito devido ao progresso, podes transitar em paz, onde quiseres, desde que te mantenhas no clima da consciência tranqüila.

A luta competitiva, entre os homens, tornou-se na atualidade quase feroz em vista disputa quase indispensável a lugar e destaque, nas áreas de trabalho, contudo, é possível te contentes com aquilo que possuis sem prejudicar a ninguém, conservando o entusiasmo de viver.

Os desastres impuseram conflitos violentos, em toda parte, estabelecendo largas crises de sofrimento, convidando-te, por isso mesmo, ao cultivo da fortaleza de ânimo, a fim de que possas facear esse ou aquele problema da vida.

A tolerância talvez excessiva nos temas do afeto criou dificuldades enormes para a descoberta do verdadeiro amor, ante as emoções tumultuadas que provoca, no entanto, nada te impede a fidelidade aos compromissos assumidos, ciente de que brincar com os sentimentos alheios pode carrear a tragédia, em conseqüência.

Pensa nisso e ama o trabalho que te foi confiado, produzindo, através dele, o teu máximo de rendimento no bem.

Apesar das indagações arrojadas da ciência, que tantas vezes geram diálogos assinalados por demasiada agressividade, guardas as possibilidades de sustentar a dentro de ti mesmo, a simplicidade da própria fé.

Conserva, assim, a certeza de que, não obstante as renovações e provações do mundo de hoje, podes seguir adiante, na alegria do dever valorosamente cumprido, sabendo que entre o barulho das engrenagens do mundo moderno e as arriscadas experimentações do homem, na hora que passa, toda criatura que se determine a guardar a paz, na intimidade da própria alma, consegue caminhar diariamente com Deus e, mesmo no torvelinho das batalhas imensas da vida interior, pode claramente ser feliz.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Âncoras

A vida sobre a Terra

Lembra o mar em tormenta.

Nuvens de provações

Carreiam tempestades.

Dores e antagonismos

São quais ondas revoltas.

Barcos atribulados

Rogam socorro, além ...

Serve, segue e prossegue

Em paz e segurança.

Encontrarás em Cristo

As âncoras de Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Amigo Eterno

Talvez tenhas notado

A grande dor de perto

E guardas a impressão

De estar ainda em trevas.

Entretanto, não pares,

Caminha trabalhando.

Não há nuvens eternas

E o Sol triunfa sempre.

Esquece o que passou,

Serve e segue adiante.

Não temas. Vai contigo

O Amigo Eterno: Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Alguém Contigo

Nunca estarás a sós.

Ante a névoa das lágrimas, quando a incompreensão de outrem te agite os sentimentos, lembra-te de alguém que sempre te oferece entendimento e conforto.

Ante a deserção de pessoas queridas, quando mais necessitavas de presença e segurança, pensa nesse benfeitor oculto que jamais te abandona.

Ante as ameaças do desânimo, nos obstáculos para a concretização de tuas esperanças mais belas, considera o amparo desse amigo certo que, em tempo algum, te recusa bom-ânimo.

Ante a queda iminente na irritação, capaz de induzir-te à delinqüência, refugia-te no clima desse doador de serenidade que te guarda o coração nas bênçãos da paz.

Ante as sugestões do desequilíbrio emotivo, suscetíveis de te impulsionarem a esquecer encargos que assumiste, reflete no mentor abnegado que jamais te nega defesa, para que usufruas a tranqüilidade de consciência.

Ate prejuízos, muitas vezes acusados por amigos aos quais empenhaste generosidade e confiança, medita nesse protetor magnânimo que nunca te desampara e que promove, em teu favor, sempre que necessário, os recursos precisos á recuperação de que careças.

Ante acusações daqueles que se te fazem adversários gratuitos, amargurando-te os dias, eleva-te em pensamento ao instrutor infatigável que sempre te convida à tolerância e ao perdão.

Ante as crises da existência que te sugiram revolta e desespero, recorda o mestre da paciência que te resguarda constantemente na certeza de que não há problemas sem solução para quem trabalha e serve para o bem sem perder a esperança.

Ante acusações daqueles que se te fazem adversários gratuitos, amargurando-te os dias, eleva-te em pensamento ao instrutor infatigável que sempre te convida à tolerância e ao perdão.

Ante as crises da existência que te sugiram revolta e desespero, recorda o mestre da paciência que te resguarda constantemente na certeza de que não há problemas sem solução para quem trabalha e serve para o bem sem perder a esperança.

Ante os desgostos e contratempos que te sejam impostos pelos entes amados, não te emaranhes no cipoal das afeições possessivas, refletindo no companheiro que te ama desinteressadamente muito antes que te decidisses a conhecê-lo.

E quando perguntares quem será esse alguém que nunca te desampara e que te garante a vida, em nome de Deus, deixa que os teus ouvidos se recolham aos recessos da própria alma e escutarás o coração a dizer-te na intimidade da consciência que esse alguém é Jesus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Alegria e Esperança

Beneficência é também viver corajosamente com esperança e alegria.

Pensa nos acidentados da alma.

Os que foram atropelados pelas grandes provações nem sempre se reconhecem tão fortes, a ponto de te dispensarem o socorro espiritual.

Caminha reerguendo os corações caídos em tristeza e desânimo.

Rearticula a fé nos companheiros que se perderam do rumo. Se algum deles se marginaliza, auxilia-o a reajustar-se na trilha certa.

Estende as mãos aos que se imobilizaram no sofrimento para que retomem o trânsito natural de quantos se dirigem para a frente.

Para isso, lembra-te de esquecer os argumentos amargos e as reminiscências infelizes.

Fala no bem, encaminha-te para o futuro, interpreta com a luz do amor os acontecimentos da vida e eleva os assuntos para os cimos da compreensão.

Dispões do olhar de simpatia, do entendimento fraterno, do sorriso amistoso, da palavra benevolente; reaquece a confiança nos irmãos que esmorecem ao contato dos problemas do mundo e ajuda-os a refletir na Bondade Divina que nos acolhe a todos.

Não te detenhas.

Caminha avivando a chama da alegria por onde passes.

Se não trazes contigo fontes de consulta capazes de renovar-te os conhecimentos nem podes ouvir, de imediato, os Mentores da Sabedoria que te reformulem o verbo para a exaltação do bem, medita contigo mesmo e perceberás que da erva esquecida no campo aos sóis que resplendem no Espaço Cósmico, tudo te falará de alegria e de esperança na Criação de Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Abrigo

Haja o que houver na estrada,

Deus te protegerá.

Nas horas de alegria,

Pede equilíbrio a Deus.

Nos momentos de prova,

Refugia-te em Deus.

Se alguém te prejudica,

Entrega o assunto a Deus.

Se sofres menosprezo,

Fica firme com Deus.

Tudo parece contra?

Serve e confia em Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: “Algo Mais”. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Vontade de Morrer

Estávamos na livraria do Konrad, no centro da cidade, e com ele conversávamos, notando em sua expressão certo desalento, parecendo-nos um tanto cansado da vida.

Nesse entretempo, o Chico aparece para comprar alguns livros, como é de costume seu, e com ele desenvolvemos descontraído diálogo.

Nosso jovem amigo, que parecia, tão cedo, já cansado das lutas do mundo, quiçá pensando poder encontrar, além-túmulo, uma vida mais suave e risonha, talvez levado pelo seu estado de espírito, toma a palavra, dirigindo-se amigavelmente ao estimado médium:

- Chico! Você não teme a morte, não é?

E concluiu, perguntando:

- Você não tem vontade de desencarnar?

O Chico, que manuseava alguns livros, volta-se e, numa expressão bem jovial e com muita graça, responde:

- Lá em baixo eles não me aceitam mais, porque já me conhecem, e , quando eu lá chegar, vão dizer: “-Ah! Esse é bastante matreiro. Nós já o conhecemos bem. Aqui é que ele não fica!” Então, sendo assim, terei que voltar logo mesmo, noutra encarnação... Portanto...eu não penso em morrer.

Notando, então, que, com aquela simples conversa, contagiante de alegria, o jovem amigo se renovou, recebendo vigoroso elixir de vida nova para as lutas do dia-dia.


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Padrinho de Batismo

O assunto girava em torno de cultos exteriores.

Um companheiro lembrava que o Espiritismo nos proporciona libertação das fórmulas exteriores de adoração.

Comentava-se se o espírita devia ou não aceitar convites para apadrinhamento nos batizados de crianças, quando Isaltino da Silveira, conhecido espírita de Juiz de Fora, jocosamente asseverou:

- Deixem-me contar uma boa saída “deste negão aqui!...”

(assim falando, referia-se ao Chico ali presente)

- Algumas vezes – continuou -, agradecidas pela assistência recebida e pelo carinho que devotam ao nosso estimado amigo, várias mães o procuram, pedindo que aceite ser padrinho de batismo de seus filhos. Encontrava-se, certa feita, ao seu lado, numa dessas ocasiões.E sabem o que o Chico lhe respondeu?

Ouvindo aquela evocação calorosa do querido amigo e lúcido orador espírita, o Chico confirmava sorrindo.

Contou-nos, então, o ocorrido, nosso prezado confrade de Juiz de Fora.

- Quando foi procurado para um batismo, ele explicou, com muito respeito, que no Espiritismo não existem tais cerimônias.

- “Mas a senhora me dá o nome da criança e dos pais, que irei ao cartório para registrá-la. Ficarei, assim, sendo seu padrinho espiritual...”

Aí, então, Isaltino remata, gracioso:

- Não foi uma boa saída essa do Chico?!

E, mirando-o, concluiu:

- Só você mesmo para se sair com uma tirada destas!...


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Orientações Precipitadas

“Como é que eu vou dar opinião, se não faço parte da equipe de vocês?!

“Para opinar, precisaria participar do grupo.

Resolvam entre vocês mesmos. Troquem idéias e chegarão a uma conclusão.”

Estas palavras foram ditas pelo Chico, numa tarde ao ar livre, na vila dos passistas que o procuraram, pedindo-lhe orientação para o trabalho de passes que realizam num hospital de atendimento a cancerosos.

Registramos esse ensinamento, por que julgamos ser útil a muitos grupos espíritas que ficam na dependência de orientações de guias espirituais ou de pessoas estranhas ao trabalho que realizam, esquecendo-se que, com o diálogo entre os elementos da equipe, solucionariam os problemas encontrados.

Ele é válido também para qualquer um que queira precipitadamente orientar atividades alheias, sem bases no espírito de fraternidade legítima.

Dentro do assunto, recolhemos a seguinte orientação de Emmanuel, intitulada: “Agindo, saberás”(*)

Se trabalhas com fé em Deus na Seara do Bem, não precisas articular muitas perguntas acerca daquilo que te compete fazer”.

(*) Emmanuel/”Livro de Respostas – Editora Cultural Espírita União – SP


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Os Espíritos do Senhor

Desde 1965, com a equipe do Centro Espírita “Aurélio Agostinho”, realiza uma peregrinação nos moldes das que sempre foram feitas pelo Chico.

Em casa de Dona Noêmia, bondosa preta que vivia em pequeno mas muito asseado casebre, estudávamos uma lição do livro “Fonte Viva” , em que Emmanuel comenta certo trecho da epístola de Paulo aos Coríntios.

Depois de analisar o conteúdo doutrinário da página lida, era lembrada a destacada posição hierárquica de nossos Mentores Espirituais, colocados por nós nos cimos da evolução espiritual.

Naquela terça-feira, tínhamos a satisfação da companhia do sempre irmão Isaltino, de Juiz de Fora.

Contou-nos o dedicado amigo que se lembrava de um fato ocorrido numa peregrinação igual àquela, feita por Chico e seus companheiros de Pedro Leopoldo.

-Naquele dia – narrou-nos -, também comentávamos a grandeza espiritual de nossos Benfeitores. E sabem o que nos disse Chico?

-Emmanuel esta aqui dizendo que, para ele e seus companheiros trazerem essas mensagens, eles vão para as faixas mais elevadas. Lá, ouvem os Espíritos do Senhor, que de Esferas Sublimes descem às esferas mais elevadas da Terra, trazendo os ensinamentos que ele depois procuram deixar-nos, como podem, através da mediunidade.

Disse ainda Emmanuel que tanto ele como seus companheiros se sentiam como crocodilos na presença daqueles Espíritos Sublimados. . .


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Num Bar

Costumeiramente, há 10 anos, víamos o Chico, acompanhado por amigos, tomar café em bares da cidade e aí, como em qualquer lugar, onde vinha a encontrar-se, surgiam as mais educativas conversas com ele.

Relativamente ao caso, contou-nos a prezada amiga Francisco Martins de Oliveira, da cidade de Araxá:

- A primeira vez que me encontrei com o Chico foi aqui em minha terra. Eu ia por uma rua, quando, de repente, o avistei em companhia do Dr. Waldo Vieira. Felicíssima, dirigi-me ao encontro deles, abraçando-os afetuosamente, no que fui correspondida. Conversando com eles, seguíamos adiante, quando o Chico, segurando meu braço, procurou conduzir-me para um bar.

- Chica, vamos tomar um cafezinho...

Pensei então: “Mas logo num bar?! O ambiente ali deve ser péssimo.” E, na certeza de que poderia conduzi-lo a outro lugar, eu lhe redargüi:

- Chico, vamos pra minha casa. Fica perto daqui. Lá estaremos mais á vontade.

Mas bem –humorado, ele respondeu-me com sua cativante bondade:

- Chica, quando o espírita entra num bar, ele vira lar!...

E sabe você, Cezar, que ali observei, admirada, com que carinho e respeito ele tratou aqueles que nos atenderam? Para min, aquilo foi uma valiosa lição...

Com o Chico, aprendi que em todos os lugares a que formos, poderemos ver ali coisas de Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Jovem Obsediado

Um moço, visivelmente desequilibrado, abeira-se de Chico e pede-lhe orientação para seu caso.


Notamos, ao ouvir a narrativa daquele jovem em processo obsessivo, a acurada atenção do médium orientador, o qual lhe indaga:

- Você está trabalhando?

- Não! Não consigo – respondeu-lhe o moço. Sinto-me muito mal quando tento trabalhar...

E contemplava-o com os olhos fixos e confiantes, aguardando-o do médium uma palavra amiga esclarecedora.

- Isso não!...Você precisa trabalhar; não pode ficar sem fazer nada!

Logo após, envolvendo-o com semblante paternal, amorosamente concluiu:

- Procure um serviço qualquer. Limpa, o chão com um pano molhado, espanar movéis, lavar uma privada...É preciso ocupar seu tempo! Você deve orar e tomar passes, mas é necessário o trabalho.

Aproveitando, talvez, uma pausa que se fez mais longa, indagou-lhe o jovem:

- Penso ir para a roça...O que o senhor acha?

- Faça o que o seu coração pedir – ajuntou –, mas trabalhe! Qualquer serviço na fazenda lhe fará muito bem.

Tentando infundir coragem ao solicitante e atestando a todos nós, que seguíamos aquele dialogo, sua espontânea simplicidade, continuou sereno o abnegado servidor:

- Um dos meus primeiros serviços na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo, foi o de lavar a escarradeira do chefe! Naquela época, usavam-se esses vasilhames nos escritórios e eu tinha o dever de lavá-los!

Passeando em nós seu olhar muito lúcido, conclui:

- Todo trabalho, por mais insignificante, quando feito com responsabilidade, dá paz e alegria ao nosso coração.


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Exercícios Psicográficos

Certa jovem espírita praticava exercícios psicográficos em sua residência, restringindo sua atividade mediúnica unicamente ao grupo familiar.


As mensagens recebidas eram subscritas por nomes respeitáveis. Desejando confirmar a autenticidade delas, a médium foi ao Chico solicitar sua opinião.

- Mas você só escreve em casa? – indagou-lhe, respeitoso, o consultado.

- Sim...

- Mas em casa são só flores!...Você precisa procurar um grupo e participar de suas tarefas.

Sem a mínima idéia de infirmar-lhe os propósitos de desenvolver a psicografia, o Chico apenas lhe recomendou isso.

E , de fato, como sabemos, numa instituição espírita sempre existem companheiros que auxiliarão o medianeiro a discernir com facilidade as mensagens recebidas por seu intermediário, livrando-o de ciladas armadas por espíritos mistificadores.

Num grupo de atividade doutrinária é que os espinhos aparecem; mas, além das flores, virão os frutos.


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Dúvidas da Mediunidade

Uma médium abeirou-se do Chico, mostrando-lhe páginas mediúnicas produzidas pelas suas mãos.


A dúvida em sua mente a contrariava.

Perguntou ele ao conhecido médium de Emmanuel:

- Mas será que isso não é meu mesmo?! Tem mensagem até em Esperanto!... E eu conheço está língua! O que você acha?

- Não se inquiete – tranqüilizou-a ele, alegando, em seguida, que a honestidade de estava no coração dela.

Que ela, a médium, fizesse como o navio, o qual, para servir, tinha de estar em alto-mar e não só ancorado.

- Não se preocupe com os nomes que venham assinados; que sejam Joaquim, José, isto não importa; subscreva-os, mas não pare de trabalhar.

Muito feliz e encorajada pelas palavras do devotado amigo, a médium saiu renovada para sua tarefa...


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Dois Casos com a Médium Baiana

Dona Maria Martins, dedicada médium baiana, kardecista atuante, viera a Uberaba visitar Chico. Hospedou-se em casa de Dona Opala, conhecida Secretária da Comunhão Espírita-Cristã e do próprio Chico, que, sobrecarregado de pedidos vários, lhe confiou, por dezoito anos, o cuidado do atendimento a milhares de correspondências a ele dirigidas, as quais não lhe era possível atender pessoalmente.

Conta-nos Dona Maria que naqueles dias cresceu muito seu desejo de mudar-se para Uberaba, e que chegou até formular um projeto neste sentido. “Venderia sua residência em Itabuna e compraria outra aqui – pensava. Assim, poderia ficar bem pertinho do Chico.“Só em imaginar a concretização deste projeto, emocionava-se sobremaneira. O coração pulsa forte e lágrimas serenas represavam-se em seus olhos esperançosos.

- A ninguém confiara meus propósitos – falou-me ela -, mas, no outro dia, quando no Centro Espírita fui assistir aos trabalhos do Chico, ele me chamou à sua presença. Assustei-me, pois nem sequer me encontrava na fila!

- Maria – disse-me ele -, eu tenho um recado de Emmanuel para você.

Tremi de emoção, pensando: um recado de Emmanuel?!

- O que é?

- Emmanuel diz que você deve ficar lá mesmo, em Itatiba; não é para você vir para cá, não!

Apesar de não ser o que queria, eu compreendi. Emmanuel tinha toda a razão: foi lá em minha terra, que as coisas se encaminharam, dando tudo certo.

II

Noutra ocasião, vindo novamente a Uberaba, Dona Maria foi visitar amigos residentes numa cidade próxima.

Em Montes Carmelo, estando a conversar com o Sr. Joaquim Veloso sobre convite que este lhe fizera para vir dirigir um Lar Espírita para meninas daquela cidade, foram surpreendidos com a chegada de um garimpeiro amigo do Sr. Joaquim, que lhes mostra um diamante extraído daquelas terras. Vendo aquela pedra preciosa, a valorosa médium de Itatiba, confiou-me depois:

- Sabe que me entusiasmei, achando aquilo maravilhoso? Aquela terra dava ouro e diamantes valiosos – pensei. Aqui as pessoas poderiam melhorar de vida!

Quando retornei a Uberaba, fui ao Chico e comuniquei-lhe, tímida:

- Chico, fui convidada para ser a diretora do Lar das Meninas, de Monte Carmelo, e eu gostei muito daquela casa...

- É, mas não pense você que vai cavar ouro lá! – interrompendo-me ele.

Aquelas palavras pegaram-me de surpresa, pois não havia revelado a ninguém os pensamentos que tivera! De fato, eu estava com a idéia de, com o dinheiro ganho no meu trabalho de costura, pagar um homem para cavar ouro pra min.

Nunca mais pensei em sair de Itabuna. Sei agora que tenho extraído ouro e diamantes preciosíssimos do meu pequenino trabalho espírita, com a colaboração valiosa de bondosos e sábios companheiros das atividades doutrinárias e assistências de minha cidade.


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Amor e Paixão

Há algum tempo, em seguida ao triste acontecimento do Edifício Joelma, na cidade de São Paulo, estávamos às despedidas com o querido Chico, após longas horas de seu abençoado trabalho no Espiritismo Cristão.

Do lado de fora, nas calçadas da Comunidade Espírita-Cristã, uma jovem, mal saída da adolescência, segura-lhe a mão e pergunta-lhe emocionada:

- Chico! O que é o amor? E o que é paixão?...

Com um sorriso amigo, surpreso pela pergunta da menina moça, o médium respondeu:

- Minha filha! O amor?!...O amor é o lume do fogão que aquece a água para lavar a fralda do nenê, para esquentar o leite da mamadeira, cozer o alimento, fazer a sopinha... A paixão... Ela é o fogo destruidor; a paixão é o “Joelma”.

Virmos brilhar os olhos daquela bela criaturinha, agradecida pela sábia resposta.

Ela depreendeu-se de seus braços, beijou-lhe a mão e retirou-se feliz...


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

Recomeço

Quando o teu próprio trabalho te pareça impossível...

Quando dificuldade e sofrimento te surjam a cada passo...

Quando te sintas à porta de extremo cansaço...

Quando as críticas de vários amigos te incitem ao abatimento e à solidão...

Quando adversários de teus ideais e tarefas te apontem por vítima do azar...

Quando as sombras em torno se te afigurem mais densas...

Quando companheiros de ontem te acreditem incapaz a fim de assumir compromissos novos...

Quando te inclinas à tristeza...

Levanta-te, trabalha e segue adiante.
Quando tudo reponte no caminho das horas, não te desanimes, porque terás chegado ao dia de mais servir e recomeçar.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: "Doutrina Escola" Ditada pelo Espírito Emmanuel.

Continuar e Recomeçar

Continuemos firmes em nossa tarefa abençoando aqueles que nos firam e orando pelos que nos perseguem e caluniam.

Edificar e edificar.

Jesus era sozinho e nós somos uma família de corações pulsando à luz do Evangelho.

Sofrer, sim. Recuar, nunca.

O Senhor segue à frente. Ainda que lágrimas se nos constituam salário permanente, é indispensável seguir-lhe os passos, trabalhando e amando sempre.

Em nosso favor, os créditos do equilíbrio, da paz e da felicidade íntima, no dever retamente cumprido, com o serviço em nossas mãos.
Recomeçar, sim, porque Deus também, cada dia, recomeça no mundo os processos de criação e renovação. Cada manhã se envolve a Terra de nova luz e cada dia experiências humanas são transfiguradas para melhor em todas as direções. A própria semente obscura e anônima é chamada a reconstituir-se e ressurgir na sombra do solo. Não nos faltarão trabalho, cooperação, solidariedade, esperança.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: "Mais Luz" Ditada pelo Espírito Batuíra.

Começar de Novo

Erros passados, tristezas contraídas, lágrimas choradas, desajustes crônicos!...

Às vezes, acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se mostram cerradas à necessária renovação!...

Esqueces-te, porém, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se refaça cada amanhã.

Começar de novo é o processo da Natureza, desde a semente singela ao gigante solar.

Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a corrente do desencanto. Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais sólidas, e torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forças novas.

O fracasso visitou-nos em algum tenta-me de elevação, mas isso não é motivo para desgosto e autopiedade, porquanto, freqüentemente, o malogro de nossos anseios significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo é o caminha para o êxito desejado.

Temos sido desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão; no entanto, é perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da simpatia, oferecendo bondade e compreensão àqueles que nos cercam.

Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo, por isso, que venhamos a cair em desânimo.

O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades autênticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.

Desfaçamo-nos de pensamentos amargos, das cargas de angústia, dos ressentimentos que nos alcancem e das mágoas requentadas no peito! Descerremos as janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa íntima.

Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e de aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.
Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e reassumi-las, mas nunca tarde demais.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: "Alma e Coração" Ditada pelo Espírito Emmanuel.

Carta de Ano Novo

Novo tempo no caminho!

Ano novo, vida nova

Na Terra, a escola bendita

Que nos ampara ou reforma!


João, recebi sua carta,

No entanto, convém saber:

Você faz tantas perguntas

Que não posso responder.


Você sabe: a disciplina

Muita prudência requer;

Agradeço o que me diga,

Falarei o que eu puder.


À grande festa do caso

Você pergunta se fui ...

Fui, sim! Estava comigo

O nosso irmão Pedro Rui.


Descemos para o local

Indicado para a festa:

Uma vila, parecendo

O coração da floresta.


A música se espraiava ...

Uma orquesta das melhores;

Entrei contente a dançar

Mas não faço pormenores.


Já sei que perguntará

Por que caí no fandango;

Procure as informações

Na carcaça de algum frango.


Você indaga se a mesa

Era farta, farta e boa,

Nada posso esclarecer,

Convém ouvir a leitoa.


Alguém se exibiu na festa

Com brilho mais destacado?

Dirija a sua consulta

Ao grande cabrito assado.


Havia ali, muita gente

De prestígio e de valor?

Muita gente amiga a simples,

Procurando paz e amor.


De quando a quando, os presentes

Entrelaçavam as mãos

Demonstrando que ali eram

Quais legítimos irmãos.


Bebidas? O que bebemos,

Pondo alegria na praça?

Vi um barril de quentão

De erva cidreira e cachaça.


Namorados eram muitos?

Desse assunto, tenho medo ...

Ouça você, com respeito,

Os cochichos do arvoredo.


Quanto ao mais, serve e confie,

Não sofra, nem se atordoe.

Vamos todos trabalhar
E que Deus nos abençoe.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: "Rapidinho" Ditada pelo Espírito Jair Presente.

Carta de Ano Bom

Entre um ano que se vai

E outro que se inicia,

Há sempre nova esperança,

Promessas de Novo Dia...


Considera, meu amigo,

Nesse pequeno intervalo,

Todo o tempo que perdeste

Sem saber aproveitá-lo.


Se o ano que se passou

Foi de amargura sombria,

Nosso Pai Nunca está pobre

Do pão de luz da alegria.


Pensa que o céu não esquece

A mais ínfima criatura,

E espera resignado

O teu quinhão de ventura.


Considera, sobretudo

Que precisas, doravante,

Encher de luz todo o tempo

Da bênção de cada instante.


Sê na oficina do mundo

O mais perfeito aprendiz,

Pois somente no trabalho

Teu ano será feliz.


Não esperes recompensas

Dos bens da vida terrestre,

Mas, volve toda a esperança

A paz do Divino Mestre.


Nas lutas, nunca te esqueça

Deste conceito profundo:

O reino da luz de Cristo

Não reside neste mundo.


Não olhes faltas alheias,

Não julgues o teu irmão,

Vive apenas no trabalho

De tua renovação.


Quem se esforça de verdade

Sabe a prática do bem,

Conhece os próprios deveres

Sem censurar a ninguém.


Ano Novo!... Pede ao Céu

Que te proteja o trabalho,

Que te conceda na fé

O mais sublime agasalho.


Ano Bom!... Deus te abençoe

No esforço que te conduz

Das sombras tristes da Terra

Para as bênçãos de Jesus.


Xavier, Francisco Cândido. Ditada pelo Espírito Casemiro Cunha

Versos do Natal

Enquanto a glória do Natal se expande

Na alegria que explode e tumultua,

Lembra o Divino Amigo, além, na rua...

E repara a miséria escura e grande.


Aqui, reina o Palácio do Capricho

Que a louvores e júbilos se entrega,

Onde a prece ao Senhor é surda e cega

E onde o pão apodrece sobre o lixo.


Ali, ergue-se a Casa da Ventura,

Que guarda a fé por fúlgido tesouro,

Onde a imagem do Cristo, em prata e ouro,

Dorme trancada em cárceres de usura.


Além, é o Ninho da Felicidade

Que recorda Belém, cantando à mesa,

Mas, de portas cerradas à tristeza

Dos que choram de dor e de saudade.


Mais além clamam sinos com voz pura:

- “Jesus nasceu!” – É o Templo dos Felizes

Que não se voltam para as cicatrizes...

Dos que gemem nas chagas de amargura...


Adiante, o Presépio erguido em trono

Louva o Rei Pequenino e Solitário,

Olvidando os herdeiros do Calvário

Sobre as cinzas dos catres de abandono.


De quando em quando, o Mestre, em companhia

Daqueles que padecem sede e fome,

Bate ao portal que lhe relembra o nome,

Mas em respostas encontra a noite fria.


E quem contemple a Terra que se ufana,

Ante o doce esplendor do Eterno Amigo,

Divisará, de novo, o quadro antigo:

- Cristo esmolando asilo na alma humana.


Natal!... O mundo é todo um lar festivo!...

Claros guisos no ar vibram em bando...

E Jesus continua procurando

A humildade manjedoura do amor vivo.


Natal! Eis a Divina Redenção!...

Regozija-te e canta renovação,

Mas não negues ao Mestre desprezado

A estalagem do próprio coração.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: “Antologia Mediúnica do Natal”. Ditada pelo Espírito Cármen Cinira

Rimas de Natal

Natal! – enquanto enfarpelas

teu salão aurifulgente,

desfilam, junto às janelas,

as dores de muita gente.


Natal!... Um pobre foi visto,

passando sobre pedradas.

Soube, depois, que era o Cristo

batendo as portas fechadas.


Natal! Quem foge ao preceito

de repartir o seu pão

carrega um calhau no peito,

em forma de coração.


O Natal em toda idade

é sempre nova alegria,

mas nos dons da caridade,

o Natal é todo dia.


Natal!... Festeja esquecendo

quaisquer preconceitos vãos...

Natal é Jesus dizendo

que todos somos irmãos.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: “Antologia Mediúnica do Natal”. Ditada pelo Espírito Leôncio Correia

Na Noite de Natal

Noite de Paz e amor! Repicam sinos,

Doces, harmoniosos, cristalinos,

Cantando a excelsitude do Natal!...

A estrela de Belém volta, de novo,

A brilhar, ante os júbilos do povo,

Sob a crença imortal.


De cada lar ditoso se erradia

A glória da amizade e da harmonia,

Em festiva oração;

Une-se o noivo à noiva bem-amada,

Beija o filho a mãezinha idolatrada,

O irmão abraça o irmão.


Dentro da noite, há corações ao lume

E há sempre um bolo, em vagas de perfume,

Sob claro dossel...

Em edens fechados de carinho,

De esperança e de mel.


Mas, lá fora, a tristeza continua...

Há quem chora sozinho, em plena ria,

Ao pé da multidão;

Há quem clama piedade e passa ao vento,

Ralado de tortura e sofrimento,

Sem a graça de um pão.


Há quem contempla o céu maravilhoso,

Rogando à morte a bênção do repouso

Em terrível pesar!

Ah! Como é triste a imensa caravana,

Que segue, aflita, sob a treva humana

Sem consolo e sem lar...


Ti, que aceitaste a luz renovadora

Do Rei que se humilhou na manjedoura

Para amar e servir,

Volve o olhar compassivo à senda escura,

Vem amparar os filhos da amargura,

Que não podem sorrir.


Desce do pedestal que te levanta

E estende a mão miraculosa e santa

Ao desalento atroz;

Para unir-nos no Amor, fraternalmente,

Desceu Jesus do Céu Resplandecente

E imolou-se por nós.


Vem medicar quem geme na calçada!...

Oferece à criança abandonada

Um velho cobertor;

Traze a quem sofre a lúcida fatia

Do teu prato de sonho e de alegria,

Temperado de amor.


Visita as chagas negras da mansarda

Onde a miséria súplice te aguarda

Em nome de Jesus,

Há muita criança enferma, quase morta,

Que só pede um sorriso brando à porta,

Para tornar à luz.


Natal!... Prossegues o Mestre, de viagem,

Em vão buscando um quarto de estalagem,

Um ninho pobre, em vão!...

E encontra sempre a cruz, ao fim da estrada,

Por não achar socorro, nem pousada

Em nosso coração.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: “Antologia Mediúnica do Natal”. Ditada pelo Espírito João de Deus

Na Noite de Natal

- “Minha mãe, porque Jesus,

Cheio de amor e grandeza.

Preferiu nascer no mundo

Nos caminhos da pobreza?


Porque não veio até nós

Entre flores e alegrias,

Num berço todo enfeitado

De sedas e pedrarias?”


- “Acredito, meu filhinho,

Que o Mestre da Caridade

Mostrou, em tudo e por tudo,

A luminosa humildade!...


Às vezes, penso também,

Nos trabalhos deste mundo,

Que a Manjedoura revela

Ensino bem mais profundo!”


E a pobre mãe de olhos fixos

Na luz do céu que sorria,

Concluiu com sentimento

Em terna melancolia:


- “Por certo, Jesus ficou

Nas palhas, sem proteção,

Por não lhe abrirmos na Terra

As portas do coração.”


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: “Antologia Mediúnica do Natal”. Ditada pelo Espírito João de Deus

Na Glória do Cristo

Se entre as vidas magnificentes da Terra uma existe, na qual a mediunidade comparece com todas as características, essa foi a vida gloriosa do Cristo.

Surge o Evangelho do contacto entre dois mundos.

Zacarias, o sacerdote, faz-se clarividente de um instante para outro e vê um mensageiro espiritual que se identifica pelo nome de Gabriel, anunciando-lhe o nascimento de João Batista.

O mesmo Gabriel, na condição de embaixador celestial, visita Maria de Nazaré e saúda-lhe o coração lirial, notificando-lhe a maternidade sublime.

Nasce, então, Jesus sob luzes e vozes dos Espíritos Superiores.

Usando o magnetismo divino que lhe é próprio, o Excelso Benfeitor transforma a água em vinho, nas bodas de Caná.

Intervém nos fenômenos obsessivos de variada espécie, nos quais as entidades inferiores provocam desajustes diversos, seja na alienação mental do obsidiado de Gadara ou na Exaltação febril da sogra de Pedro.

Levanta corpos cadaverizados e regenera as forças vitais dos enfermos de todas as procedências.

Apazigua elementos desordenados da Natureza e multiplica alimentos para as necessidades do povo.

Sonda os ideais mais íntimos da filha de Magdala, quanto lê na samaritana os pensamentos ocultos.

Conversa, Ele mesmo, com desencarnados ilustres, no cimo do Tabor, ante os discípulos espantados.

Avisa a Pedro que Espíritos infelizes procurarão induzi-lo à queda mortal, e faz sentir a Judas que não desconhece a trama de sombras de que o apóstolo desditoso está sendo vítima.

Ora no horto, antes da crucificação, assinalando a presença de enviados divinos.

E, depois da morte, volta a confabular com os amigos, fornecendo-lhes instruções quanto ao destino da Boa Nova.

Reaparece, plenamente materializado, diante dos aprendizes, no caminho de Emaús, e, mais tarde, em Espírito, procura Saulo de Tarso, nas vizinhanças de Damasco, para confiar-lhe elevada missão entre os homens.

E porque o jovem perseguidor do Evangelho nascente se mostre traumatizado, ante o encontro imprevisto, busca Ele próprio a cooperação de Ananias para socorrer o novo companheiro dominado de assombro.

É inútil, assim, que cristãos distintos, nesse ou naquele setor da fé, se reúnam para confundir respeitosamente a mediunidade em nome da metapsíquica ou da parapsicologia – que mais se assemelham a requintados processos de dúvida e negação -, porque ninguém consegue empanar os fatos mediúnicos da vida de Jesus, que, diante de todas as religiões da Terra, permanece por Sol indiscutível, a brilhar para sempre.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: “Antologia Mediúnica do Natal”. Ditada pelo Espírito Emmanuel

Sugestões da Paz

Aceita, na Terra, a existência que a Divina Sabedoria te confiou, mantendo-te na atitude do cultivador que se consagra sinceramente ao trato de solo que lhe cabe lavrar.


Quando e quanto se te faça possível, auxilia aos companheiros de experiência, sem absorver-lhes as responsabilidades.


Se alguns daqueles que te compartilham a paisagem se mostrarem desinteressados, quanto as obrigações que lhes competem ou se desorganizarem as tarefas que lhes dizem respeito, ajuda-os no reajuste desejável, sem tisnar-lhes o livre arbítrio, mas não te lamentes se não conseguires fazer isso, de vez que todos responderemos pelos nossos próprios encargos.


Ama aos familiares e aos entes queridos sem vinculá-los a qualquer exigência e sejamos agradecidos aos que nos estendam compreensão e bondade.


Não aspires a retificar apressadamente os outros, quando os consideres errados, segundo os teus pontos de vista, porque também nós, quando em erro, nem sempre admitimos corrigendas imediatas.


Quando ofensas te espancarem o coração, esquece todo mal, recordando quantas vezes teremos ferido impensadamente aos outros e não conserves mágoas que te envenenariam a vida.


Não imponhas o teu ideal de felicidade àqueles que estimas, de vez que a felicidade das criaturas varia sempre conforme o degrau evolutivo em que se encontrem.


Diante de opiniões alheias, respeita no próximo o direito de emiti-las conquanto nem sempre te sintas no dever de adotá-las, reconhecendo que os pensamentos de nossos vizinhos podem ser diferentes dos nossos.


Em matéria de fé, procura acatar o modo pelo qual esse ou aquele irmão se coloca à busca de Deus, porque, se para cada cidade terrestre dispomos de trilhas numerosas, imagina quantas vias de acesso existirão para o acesso aos Lugares Divinos.


Administra com equilíbrio e abnegação os bens materiais e espirituais que a Eterna Bondade te situou nas mãos, entretanto, não olvides que a tua permanência na Terra guarda por objetivo essencial, acima de tudo, ensinar-te a ser um Espírito Sublimado para a Verdadeira Vida, além da morte, e que, um dia, partirás do mundo, carregando contigo unicamente os valores que houverdes entesourado dentro de ti.


Quanto puderes, como puderes e onde puderes, guardando a consciência tranqüila, trabalha servindo sempre. Assim agindo, ainda que não percebas, desde agora, estarás, imperturbavelmente, nos domínios da paz.


Xavier, Francisco Cândido. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

Voto de Amigo

Recebi a sua carta

Na qual encontrei o ensejo

De escrever-lhe esclarecendo

Aquilo que lhe desejo.


Não posso dizer-lhe tudo

Quanto quero e mais me agrade,

Peço a Jesus que lhe dê

A luz da felicidade.


Mas alguns pontos ligeiros

Posso aqui assinalar,

Por tratarem claramente

De seu próprio bem-estar.


Deus o livre de ambição

Sobre as posses do vizinho,

Das palavras mal faladas,

Das tentações do caminho.


Deus o livre do costume

De pular cerca ou porteira,

De qualquer moça fogosa,

De mulher alcoviteira.


Peça a Jesus que o socorra

Com recursos naturais,

Peça o que se faz preciso,

Mas não peça o que é demais.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: “Agência De Notícias”. Ditado pelo Espírito Jair Presente.