domingo, 20 de abril de 2008

O poder da oração em nossas vidas


Alexis Carrel (28 de Junho de 1873 - 5 de Novembro de 1944) foi um fisiologista, cirurgião, biólogo, sociólogo e escritor francês. Nasceu e cursou a faculdade de medicina na cidade de Lyon, vindo a graduar-se no ano de 1900. Após a sua formação universitária, passou a residir e atuar nos Estados Unidos da América.

Antes da descoberta dos anticoagulantes, só eram possíveis transfusões mediante a ligação dos vasos do receptor aos do doador. Pela concepção da técnica que permitiu essa operação, recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (1912). Desenvolveu também uma bomba de corrente sangüínea imunizada, considerada como o primeiro coração artificial (1936). Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como médico no exército francês e, com H.D. Dakin, inventou o antisséptico Carrel-Dakin para o tratamento de ferimentos.

Este grande cientista escreveu o livro “La Prière”, o qual foi traduzido para a língua portuguesa com o título “A Oração – Seu Poder e Efeitos”. No início desta obra, ele esclarece que não é um filósofo ou teólogo, mas como cientista, “pela observação sistemática do homem que reza”, “poderemos aprender em que consiste o fenômeno da oração, a técnica da sua produção e os seus efeitos.”.

Nomeado Diretor de Pesquisas Médicas da Fundação Rockfeller, desenvolveu suas pesquisas nos laboratórios e hospitais desta instituição, a qual tem sua sede na cidade de Nova York. Em seus trabalhos, teve o apoio de uma equipe altamente qualificada, examinando cuidadosamente centenas de pacientes de todos os níveis sociais, religiosos e culturais.

Observemos alguns dos resultados de suas investigações científicas:

“(...) A influência da Prece sobre o corpo e sobre o Espírito é tão susceptível de ser demonstrada como a das glândulas secretoras. Os seus efeitos podem ser medidos em termos de resistências físicas aumentadas, em maior vigor intelectual, em vitalidade moral e em uma compreensão mais profunda das realidades nas quais assentam as relações humanas. Se vos afizerdes ao hábito de orar com sinceridade, vereis como a vossa vida se modificará profundamente. A Prece marca, com sinais indeléveis, as nossas ações. Uma tranqüilidade de atitude, um estado efetivo de repouso que transparece na fisionomia são, em geral, observados em todos os que enriquecem com tais poderes a sua vida íntima. A Oração é uma força tão real como a gravidade terrestre. (...) Só na Prece realizamos aquela completa e harmoniosa conjugação de corpo e Espírito que dá à fraca argila humana sua solidez inabalável.

“Não é possível que algum homem (ou mulher) reze, um momento que seja, sem obter qualquer resultado. ‘Ninguém jamais rezou’, disse o escritor e filósofo Emerson (1803-1882), ‘sem que houvesse aprendido alguma coisa’. A Prece pode ser feita em toda parte: na rua, no trem, no avião, no escritório, na loja, na escola, tão bem quanto no retiro de um aposento particular, ou entre a multidão que enche uma igreja. Não há atitude exigida, nem hora, nem lugar prescritos. (...) A Oração, o exercício fundamental do Espírito, há que praticá-la ativamente em nossa vida. A descurada Alma do Homem deve tornar-se bastante forte para afirmar-se a si mesma, ainda uma vez. Porque, se a força da Prece for posta em ação na vida de homens e de mulheres, se o Espírito proclamar os seus desígnios claramente, invictamente, haverá então esperança de que não sejam em vão os nossos anseios por um mundo melhor (...)”.

Para orar, basta somente o esforço de nos elevarmos até Deus; tal esforço, porém, deve ser afetivo, e não intelectual.

A melhor maneira de comunicar com Deus é, incontestavelmente, cumprir a sua vontade.

É só tornando-se um hábito que a oração atua sobre o caráter, sendo preciso, portanto, orar freqüentemente.

Longe de consistir numa simples recitação de fórmulas, a verdadeira oração representa um estado místico em que a consciência se absorve em Deus.

Onde e quando se deve orar? Pode-se orar em toda a parte: na rua, num automóvel, num vagão, no escritório, na escola, na oficina. Mas ora-se melhor nos campos, nas montanhas, nos bosques ou na solidão do quarto.

É absurdo que oremos de manhã e, no decorrer do dia, nos comportemos como bárbaros.

A oração atua sobre o espírito e sobre o corpo, por uma forma que parece depender da sua qualidade, da sua intensidade e da sua freqüência.

A oração tem comprovadamente efeitos curativos.

A oração é muitas vezes estéril porque os que oram são egoístas, mentirosos, orgulhosos e fariseus incapazes de fé e amor.

A oração tem efeitos que, por vezes, podemos chamar explosivos. Há doentes que têm sido curados quase instantaneamente.

Nos doentes que oram, e sabem orar, os remédios fazem efeito com maior eficácia; os processos de cicatrização são mais rápidos.

A oração provoca a aceleração dos processos normais de cura.

Para que estes fenômenos se produzam, não há necessidade que o doente ore, caso das criancinhas... (Alguém, porém, orava perto delas).

É pela oração que o homem vai até Deus e que Deus entra nele.

Orar é um ato espiritual e um ato biológico. A oração exerce uma função normal no nosso corpo e no nosso espírito.

Todas as sociedades que põe à margem a necessidade de orar, estão em via de declínio.

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