- “Quero fazer caridade” –
Dizia Júlio das Graças,
Estou cansado de ver
Tanta penúria nas praças;
Vejo mães abandonadas,
Cujo estômago jejua,
Crianças esfarrapadas
Em tristes bandos na rua...
Se Jesus me der recursos,
Farei com muita alegria
Um lar onde os pobres tenham
O pão para cada dia.
Tanto Júlio falou nisso
Que o difícil sucedeu:
Júlio ganhou grande herança
De um tio que faleceu.
Era um antigo solteirão
Que não mostrava riqueza
E o povo considerava
Sovina por natureza;
Ao morrer, viu-se-lhe a vida,
Revelou-se-lhe o caminho...
Tinha mais de dois bilhões
E deixou tudo ao sobrinho.
Após reter a fortuna,
Alguns irmãos da cidade
Vieram a ele indagando
Dos votos de caridade.
Que faria, enfim, agora?
Perguntou-lhe a comissão:
- “Um lar para os enjeitados
E velhos sem proteção?”
Respondeu Júlio, entretanto,
- “Meus amigos, o dinheiro
Que o tio me destinou
Não dá para um galinheiro.
Mais tarde, conversaremos,
Somos amigos leais...
Os dois bilhões de meu tio
Vêm a ser pouco demais.”
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: “Agência De Notícias” Ditada pelo Espírito Jair Presente
Nenhum comentário:
Postar um comentário