segunda-feira, 29 de março de 2010

Acima de Nós

Quantas vezes, procuramos à paz, experimentando a tortura do sedento que anseia pela glória!...

Em momentos assim, o passo mais expressivo será sempre a nossa incondicional rendição a Deus, cuja sabedora nos guiará no rumo da tranqüilidade operosa e tonificante.

Imperioso pensar nisso, porque freqüentemente surgem no cotidiano, crises inesperadas que se nos enovelam na vida mental, à feição de problemas classificados por insolúveis no quadro das providências humanas.

Em muitas ocasiões, efetuaste quanto se te fazia possível pela sustentação de um ente amado, no terreno firme dos ideais superiores e, ainda assim, assististe-lhe a queda espetacular nos precipícios da sombra... Entregastes os melhores valores da existência para a felicidade de alguém que os recolheu, enquanto isso lhe conferia vantagens imediatas, e, de instante para outro, sofreste inqualificável abandono, colhendo injúria e sarcasmo, em troca de renúncia e de amor... Responsabilizaste a ti mesmo pelo amigo que te deixou a sós, no labirinto de negócios e compromissos inquietantes, sem qualquer consideração para com os teus testemunhos de confiança... Deste o que és e quanto tens na proteção do grupo doméstico,por tempo vasto de trabalho e de sacrifício, e te viste, de repente, sob o desprezo daqueles mesmos familiares que te deviam carinho e respeito, sem a menor possibilidade de reivindicação...

Em tais circunstâncias, a prova se reveste de tamanha complexidade que, quase sempre, não dispões de outro recurso senão conservá-la por braseiro de angústia, trancado no coração, porquanto, às vezes, no grave assunto, os melhores amigos não te poderiam compreender, de vez que, provavelmente, se inclinariam a intervenções oportunas, complicando-te os problemas.

Diante de quaisquer dificuldades, e, sobretudo, nas horas de amargura suprema, confia à Divina Providência as dores que te vergastam a alma!...

Todos nós, os Espíritos em evolução no Planeta, somos ainda humanos e, nessa condição, nem sempre conseguimos em nós mesmos, a energia suficiente para a superação de nossas deficiências...

À vista disso, nos momentos terríveis e a agoniados da adversidade terrestre, não abras falência diante do desespero!... Recorre aos créditos infinitos do Pai Infinito Amor.

Nenhum de nós está órfão de amparo e socorro, luz e benção, porque ainda mesmo fracassem todas as nossas forças, na direção do bem para o desempenho de nossas obrigações, muito acima de nós e muito acima de nossos recursos limitados e frágeis, temos Deus.


Xavier, Francisco Cândido. Do Livro: Alma e Coração. Ditado pelo Espírito Emmanuel

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