segunda-feira, 29 de março de 2010

Dois Casos com a Médium Baiana

Dona Maria Martins, dedicada médium baiana, kardecista atuante, viera a Uberaba visitar Chico. Hospedou-se em casa de Dona Opala, conhecida Secretária da Comunhão Espírita-Cristã e do próprio Chico, que, sobrecarregado de pedidos vários, lhe confiou, por dezoito anos, o cuidado do atendimento a milhares de correspondências a ele dirigidas, as quais não lhe era possível atender pessoalmente.

Conta-nos Dona Maria que naqueles dias cresceu muito seu desejo de mudar-se para Uberaba, e que chegou até formular um projeto neste sentido. “Venderia sua residência em Itabuna e compraria outra aqui – pensava. Assim, poderia ficar bem pertinho do Chico.“Só em imaginar a concretização deste projeto, emocionava-se sobremaneira. O coração pulsa forte e lágrimas serenas represavam-se em seus olhos esperançosos.

- A ninguém confiara meus propósitos – falou-me ela -, mas, no outro dia, quando no Centro Espírita fui assistir aos trabalhos do Chico, ele me chamou à sua presença. Assustei-me, pois nem sequer me encontrava na fila!

- Maria – disse-me ele -, eu tenho um recado de Emmanuel para você.

Tremi de emoção, pensando: um recado de Emmanuel?!

- O que é?

- Emmanuel diz que você deve ficar lá mesmo, em Itatiba; não é para você vir para cá, não!

Apesar de não ser o que queria, eu compreendi. Emmanuel tinha toda a razão: foi lá em minha terra, que as coisas se encaminharam, dando tudo certo.

II

Noutra ocasião, vindo novamente a Uberaba, Dona Maria foi visitar amigos residentes numa cidade próxima.

Em Montes Carmelo, estando a conversar com o Sr. Joaquim Veloso sobre convite que este lhe fizera para vir dirigir um Lar Espírita para meninas daquela cidade, foram surpreendidos com a chegada de um garimpeiro amigo do Sr. Joaquim, que lhes mostra um diamante extraído daquelas terras. Vendo aquela pedra preciosa, a valorosa médium de Itatiba, confiou-me depois:

- Sabe que me entusiasmei, achando aquilo maravilhoso? Aquela terra dava ouro e diamantes valiosos – pensei. Aqui as pessoas poderiam melhorar de vida!

Quando retornei a Uberaba, fui ao Chico e comuniquei-lhe, tímida:

- Chico, fui convidada para ser a diretora do Lar das Meninas, de Monte Carmelo, e eu gostei muito daquela casa...

- É, mas não pense você que vai cavar ouro lá! – interrompendo-me ele.

Aquelas palavras pegaram-me de surpresa, pois não havia revelado a ninguém os pensamentos que tivera! De fato, eu estava com a idéia de, com o dinheiro ganho no meu trabalho de costura, pagar um homem para cavar ouro pra min.

Nunca mais pensei em sair de Itabuna. Sei agora que tenho extraído ouro e diamantes preciosíssimos do meu pequenino trabalho espírita, com a colaboração valiosa de bondosos e sábios companheiros das atividades doutrinárias e assistências de minha cidade.


Xavier, Francisco Cândido. Da Obra: “Além da Alma” Ditada pelo Espírito Emmanuel

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