Dizem que quando a Terra foi criada,
Fazendo-se possuída
Pelos filhos da vida
Que vinham de outros mundos,
Tudo na estrada humana,
Cortando a imensidão dos campos infecundos,
Era a dominação do ódio que se aferra
À dissenção, à morte, ao desespero e à guerra...
Foi quando um mensageiro
Do Céu às criaturas
Regressou às Alturas
E disse humildemente ao Grande Deus:
- Senhor!
O que posso fazer dos homens sem amor?
Do cérebro mais tardo ao gênio mais precoce,
Tudo na Terra é luta em conquista da posse.
Comparece-te, oh Pai!... veneno, flecha e clava
Formam no mundo inteiro a Humanidade escrava
Da descrença, do mal, da impiedade e do crime.
Sem qualquer esperança a que se arrime.
Já não se agüenta ouvir os urros do mais forte
E o choro dos vencidos,
Pisados, massacrados e caídos
Nos sarcasmos da morte.
Que fazer, Grande Deus, nas trevas dessa luta,
Em que a luz se nos nega e ninguém nos escuta?
Revelou-se que o Pai de Infinita Bondade
Pensou, por muito tempo, e disse, comovido:
- Aceito, filho meu, quanto me falas,
Entendo-te o pedido!...
Volta ao mundo a servir na tarefa em qeu avanças;
Os que morrem no mal renascerão crianças.
A Terra evoluirá - ponderou o Senhor -
Ninguém alterará minha obra de amor.
A fim de desarmar a violência e a cobiça,
Instalarei no mundo a força da Justiça.
E para que haja amor exterminando o orgulho,
Sem pancada, sem grito, sem barulho,
Enviarei alguém,
Que ame os filhos meus, com o meu amor ao bem,
Na exaltação da paz, sem desprezo a ninguém.
Alguém que saiba amar, servir e sofrer,
Cultivando o perdão como simples dever.
Dizem que foi assim
Que a Terra começou a fazer-se jardim.
Ouviu-se verbo novo, alteraram-se imagens.
E conforme o Senhor mandou e prometeu,
Entre as rudes mulheres dos selvagens,
O Coração de Mãe apareceu.
Mensagem ditada por Maria Dolores, recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da Prece, em reunião pública da noite de 12 de Março de 1977, em Uberaba, Minas Gerais.)
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