segunda-feira, 29 de março de 2010

Sexo e Educação

Arrancado das masmorras, dos porões do obscurantismo, da ignorância para a praça pública da agressão e vulgaridade, o sexo continua a merecer, senão a exigir tratamento condigno por parte de educadores, psicólogos, religiosos, de todas as pessoas sensatas.

Ignoradas ou relegadas a plano secundário as funções da sua usança com responsabilidade no ministério procriativo, prossegue recebendo estardalhaço e escândalo, embora sob o disfarce de educação, em moldes provocativos e de escarnecimento.

A ausência de maturidade emocional em muitos daqueles que se encarregam de estuda-lo com objetivos de divulgação, quase sempre portando problemas de complexidade imensa, que os torna incapazes de formulações de elevado conteúdo , esses apressados educadores mais perturbam e açulam as mentes jovens do que as orientam para as finalidades superiores da vida.

De profundas e graves complexidades na sua aparelhagem fisiológica, com correspondentes vinculações psicológicas mais afetas ao campo da alma encarnada, o sexo é sempre resultado, numa vida, das experiências cultivadas nas existências anteriores.

Qualquer estudo das questões da sexualidade, portanto, para alcançar as legítimas finalidades, como contributo imprescindível para a paz do homem e o equilíbrio da comunidade, deverá ser feito mediante o exame da anterioridade da alma, sem o que, por mais se penetrem nas causas atuais dos seus distúrbios, defrontar-se-ão, em realidade, efeitos dos fatores reais que dormitam desde o pretérito espiritual, expressando-se nas caracterizações duvidosas em que ora sejam apreciadas.

Por isso que as várias gamas das suas manifestações fora da heterossexualidade não podem ser examinadas e concluídas perfunctoriamente, assim como os dramas da sexualidade no lar, de difícil compreensão imediata nas suas causalidades, jamais encontrarão soluções nos aberrantes comentários do sensacionalismo livresco ou do periodismo escabroso...

A ciência conhece, sem dúvida, grande parte dos mecanismos fisiológico, anatômicos e alguns resultantes emocionais das engrenagens sexuais, após significativas incursões e honestos trabalhos de investigação responsável.

Falta, no momento, uma filosofia ética sobre a correta utilização do sexo como normativa eficaz para o exercício das suas faculdades.

O homem controla o fogo e drena regiões pantanosas.

Engenhos hidrelétricos extraem dos cursos dágua, em barragens monumentais, força colossal que movimenta cidades gigantescas.

As leis de trânsito corrigem os abusos de condutores de veículos, e policiais, juristas, administradores hábeis conduzem a disciplina na comunidade, tentando evitar a criminalidade, a corrupção...

Espaçonaves engenhosas rasgam os espaços sob controles remotos, respondendo corretamente a programações extensas com que o homem penetra nos intrincados fenômenos do cosmo.

Hábitos de higiene confraternizam com técnicas de comportamento; criteriosas terapêuticas preventivas e medidas profiláticas contribuem eficazmente para o equilíbrio, para a felicidade humana...

Todavia, quando se trata dos compromissos e das relevantes manifestações sexuais recorrem-se a tabus ou a atitudes do cinismo, sem a preocupação de um comportamento sério, grave, com vistas ao entendimento da questão, em clima de elevação, naturalidade, sublimação.

Inclusive no capítulo do sexo, Jesus foi excelente educador, orientando-o, embora veladamente, quanto à necessidade de o conduzir a fim de não ser por ele perturbado e mal dirigido, ao elucidar: "Onde estiver o tesouro aí se encontrará o coração".

O problema do sexo, em grande parte decorrente da educação, resulta, sem dúvida, da atitude mental que se mantém em relação a ele.

Colocando-se o pensamento exclusivamente nas suas necessidades reais ou falsas, estas assomarão em atividade perniciosa, geradora de alienações e promotora de suicídios.

Dirigido pela mente esclarecida, faz-se nobre instrumento da vida, produzindo equilíbrio emocional e paz, na programação para a que foi elaborado pela Divindade com os elevados misteres da perturbação da espécie.


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Terapêutica de Emergência. Ditado pelo Espírito Carneiro de Campos.

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