Quando Jesus recomendou a oração pelo próximo, não o eximiu de orar por si mesmo.
A proposta do Mestre tem um sentido profundo; que pode ser considerado sob vários aspectos. A princípio, porque a vibração daquele que ora, encontrando ressonância vibratória no outro, ajuda-o a ter as forças renovadas. Logo depois, porque esse ato desenvolve e ajuda a manter a fraternidade.
Foi por isso, em favor da verdadeira união fraternal, que mais tarde propôs: Quando dois ou três se reunirem em meu nome eu estarei entre eles, o que não significa estar ausente quando alguém esteja a sós e O busque... .
Em face do utilitarismo e das más interpretações no passado, a acomodação mental e moral de muitos religiosos instituiu o lamentável esquema de rezadores em seu favor, enquanto permaneciam distantes da comunhão com Deus.
Esse método foi utilizado largamente, dando surgimento ao profissionalismo da oração.
Pessoas desocupadas tornaram-se intérpretes dos desejos de pagantes, intercedendo verbalmente a Deus sem qualquer emoção a benefício daqueles que as remuneravam.
Como efeito, a simonia substituiu o sentimento da prece intercessória, quando alguém, tomado de amor e de compaixão, intermedia outrem.
Na atualidade, graças à Informática, surge lentamente, mas com vigor, um novo grupo de preguiçosos mentais que pretendem transferir para outros os deveres que Ihes são pertinentes, entre os quais, o da oração.
Justificam que não dispõem de mérito para ser ouvidos por Deus e não se esforçam por consegui-lo.
Apoiam-se na desculpa sem sentido, na suposição de que ludibriam as leis soberanas da Vida, exculpando-se do dever não cumprido, por se considerarem pecadores ou infelizes, quando deveria ocorrer exatamente o contrário...
Aplicam largos períodos de tempo solicitando orações para a saúde, para a conquista de trabalho, de amor, rogam pelos familiares encarnados e desencarnados em atentado injustificável de utilização negativa da recomendação do Mestre.
Esquecem-se de que aquele que ora, em sintonizando-se com as Fontes Geradoras de Bênçãos, enriquecese de energias saudáveis e de paz interior.
Outros escrevem cartas longuíssimas, verdadeiros relatórios dos seus sofrimentos, reais e imaginados, repassados de queixas e de lamúrias para inspirar compaixão, descarregando nos obreiros do Bem suas aflições, verdadeiras ou supostas, desviando-os dos compromissos que abraçam, a fim de ficarem orando em seu benefício, enquanto eles mesmos se divertem na ociosidade ou se comprazem no transtorno depressivo que se permitem, sem a utilização de terapias próprias e libertadoras.
É justo que se ore pelo próximo necessitado, mas é indispensável que se oriente o irmão a orar por si mesmo.
Se ele justifica que não sabe como fazer, deves ensiná-Io a comungar com Deus, a fim de que avance com o dinamismo do esforço pessoal, sem depender de ninguém.
A estrada da evolução será sempre palmilhada por cada um que se candidata ao processo de crescimento.
Ora, a sós ou em grupo, em favor dos enfermos que necessitam de vibrações salutares e de ondas de ternura durante as provações que experienciam. Simultaneamente, desperta-os para que façam a parte que Ihes compete, a fim de poderem sintonizar com as ondas mentais que Ihes ofereces, introjetando-as e beneficiando-se.
Não te desvies, porém, dos deveres que abraças para os recitativos demorados e as imprecações a Deus a benefício de outros que elegem a comodidade física e mental, distanciando-se dos labores espirituais de autoiluminação.
Todos devem ajudar-se mutuamente, orando uns pelos outros, não, porém, sobrecarregando o seu próximo, a pretexto de que ele é mais e melhor ouvido pelo Pai.
O mérito advém do esforço que cada qual consegue aplicar em forma de devotamento ao trabalho sério e elevado, construindo uma sociedade melhor, mais ordeira e equilibrada.
Para esse mister, todos estão convidados, cada um oferecendo o que possui de melhor, mesmo que seja aparentemente de pequena monta.
Se não pode contribuir com uma seara rica de pão, tem possibilidades de oferecer alguns grãos para a ensementação valiosa.
Jesus dignificou uma dracma, modestas redes de pescar, grãos de mostarda, lírios do campo e pássaros dos céus, com eles enriquecendo as Suas inesquecíveis parábolas, demonstrando que tudo é útil e de alta significação, quando se refere à construção do Reino de Deus nos corações humanos.
Desse modo, oferece a tua dádiva.
Deus é amor que se irradia em favor dos bons e dos maus de maneira equânime.
Presente em todo o Universo, é a Vida que dá vida. Não atenderá à súplica de um justo liberando o mau das conseqüências dos seus atos infelizes, porque, desse modo, violaria Suas próprias leis de justiça.
Antes, induz todos os filhos à busca da Sua Realidade, mediante o esforço de autodepuração, ascendendo na escala moral por meio do trabalho e da incessante renovação no Bem.
Ora, portanto, penetrando-te do pensamento divino, a fim de que te possas beneficiar do sublime auxílio.
E preces pela Internet, convenha-se, não é o melhor e mais eficaz caminho a seguir-se...
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Diretrizes para o Êxito. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
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