Vencendo os milênios que nos separam do Seu berço, ninguém que se Lhe equipare ou sequer apresente as características que O assinalaram.
Havendo nascido em um recinto modesto e quase desprezível, transformou-o num esplêndido reduto de luzes e de harmonias gloriosas.
Residindo mais tarde em uma aldeia desconhecida, tornou-a imortal na História, na literatura e na memória dos tempos.
Convivendo com as pessoas do Seu pequeno burgo, evitou destacar-se, mantendo-se simples e de relacionamento afável, de forma a não os perturbar ou provocar celeuma antes do momento.
Fiel servidor das Divinas Leis, trabalhou na pequena carpintaria do pai sem alarde ou demonstração inoportuna de superioridade.
Conhecendo a tarefa para a qual viera, não se precipitou, tampouco postergou a hora em que se deveria desvelar. E o fez de maneira natural, sem alarde nem provocação, quando tomou do texto de Isaías, inserto no Testamento Antigo e, em plena sinagoga, interpretou-o com inusitada acuidade, deixando-se identificar como o Messias.
Compreendeu a reação de surpresa dos Seus coevos e familiares que, tomados de espanto e ira, atiraram-se contra Ele, ameaçando-O de morte. Mas não reagiu, nem os agrediu com palavras ou ações que desmentissem o Seu ministério de amor, quando predominavam as sombras da ignorância e da perversidade.
Sem qualquer acusação, deixou aqueles sítios e partiu para a gentil Galiléia, onde as almas simples e desataviadas, sedentas de paz, cansadas de sofrimentos e humilhações, anelavam pela oportunidade de serem livres do jugo cruel da servidão e realmente felizes.
Entre os pobres e desafortunados, os sofredores e puros de coração, entoou o Seu hino de amor à Vida como dantes jamais alguém o fizera, e depois nunca mais se repetiria.
A Sua canção de misericórdia e de ação temperada pela sabedoria arrebatou as gentes de todos aqueles rincões, que abririam espaço para se alargarem pelas terras do futuro, dando início à Era da fraternidade que, embora ainda não vivida, já se encontra instalada desde aqueles inesquecíveis momentos.
A Sua revolução diferiu de todas as que a precederam e a sucederiam, porquanto, tratava-se de lutas contínuas nas paisagens do coração contra as más inclinações, as tendências primárias e as heranças asselvajadas do período primitivo.
Amando a todos sem distinção, até mesmo àqueles que obstinadamente O perseguiam e tentavam malsinar-Lhe as horas, Jesus permaneceu incomparável, ensinando compaixão e ternura, trabalho e confança irrestrita em Deus.
Ninguém jamais se Lhe equipararia!
*
Os grandes gênios da fé que O precederam e os nobres missionários do amor que O sucederam foram, respectivamente, Seus mensageiros que Lhe deveriam preparar o advento e continuadores insistindo na preservação dos Seus ensinamentos e atitudes.
Esse homem nascido em Belém e morador em Nazaré, dividiu os fastos históricos, assinalando a Sua trajetória com os incomparáveis testemunhos da Sua elevação.
Quando provocado pelo farisaísmo compreendia a fúria do despeito e da mesquinhez humana, lamentando o atraso moral daqueles que se Lhe apresentavam como adversários. Admoestava-os e esclarecia-os, embora eles não desejassem respostas honestas, porque os seus eram os objetivos perversos...
Visitado pelo sofrimento dos indivíduos e das massas, não obstante sabendo da transitoriedade do corpo físico, renovava os enfermos e curava-lhes as mazelas, advertindo-os quanto aos valores imperecíveis do Espírito.
Acusado de atitudes que se chocavam contra a Lei e os Profetas, informava que não os veio combater, mas vitalizá-los e dar-lhes cumprimento.
Tentado pela hipocrisia e envolvido nas malhas das insensatas ciladas, destrinchava os fios envolventes e devolvia-os aos sistemáticos perseguidores.
Jamais se escusou aos enfrentamentos promovidos pela perversidade dos pigmeus morais, mesmo conhecendo-lhes as artimanhas e propósitos nefastos. Também nunca se recusou a esclarecer qual era a Sua tarefa e quais as bases da Sua revolução, estruturadas no amor a Deus, ao próximo e a si mesmo.
Nunca desmentiu os postulados propostos nos Seus sermões, mediante uma conduta dúbia ante as ameaças e malquerenças que se Lhe apresentavam a cada momento.
Resistiu a todos os tipos de tentação na Sua humanidade, avançando sempre no rumo do holocausto sem qualquer tipo de revolta ou de insegurança quanto aos valores esposados e divulgados.
Profundo conhecedor da psicologia humana, jamais se utilizou desse recurso incomum para humilhar ou submeter quem quer que fosse ao Seu ministério. Pelo contrário, dele se utilizava para identificar as causas transatas geradoras dos sofrimentos que os aturdiam e para aplicar a terapêutica mais conveniente em relação aos múltiplos distúrbios que os afligiam.
Perfeitamente identificado com Deus, não fingiu ser-Lhe igual e jamais se Lhe equiparou, informando sempre ser o Filho, o Embaixador, o Caminho para a Verdade e para a Vida...
Confundido com os profetas que O precederam, revelou a própria procedência, informando que aqueles que vieram antes realizaram o seu mister com elevação, mas a Sua era a confirmação de tudo quanto ensinaram no seu tempo.
Incomparável, Jesus, o Homem libertador de todos os homens e mulheres!
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A humanidade sempre recebeu no transcurso da História guias admiráveis, que vieram iluminar as sombras dominantes.
Em cada povo e em todos os tempos surgiram missionários incomuns, que demonstraram a vacuidade da vida física e a perenidade do ser espiritual, convidando à reflexão e à conquista da liberdade total.
Alguns tiveram a existência assinalada por muitos conflitos antes da revelação que os transformou; outros sentiram o impulso interno e romperam com os preconceitos e condicionamentos existentes, trazendo o conhecimento e a vivência do dever como essenciais, à conquista da paz.
Diversos se imolaram em testemunho do que ensinavam, mas só Jesus é o Modelo e Guia nunca ultrapassado ou sequer igualado.
Havendo chegado à Terra na condição de Espírito puro, por haver realizado o Seu processo de evolução em outra dimensão, permanece como o Homem incomparável para conduzir a humanidade na direção do inefável amor de Deus.
Franco, Divaldo P.. Da obra: Nascente de Bençãos. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
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