segunda-feira, 29 de março de 2010

Convite à Prudência

"De maneira que andem na
prudência dos justos. "
(Lucas: 1-17.)


Este, precipitando conclusões mentais chegou, através de raciocínios falsos, a desequilíbrio injustificado.

Aquele, acoimado por inquietação exorbitante, atirou-se em torvelinho pela rota, cansando-se exaustivamente, a meio da jornada.

Esse, por distonia da razão, desesperou-se sem motivo real e exauriu as possibilidades da serenidade interior.

Aqueloutro, pelo hábito contumaz da irreflexão, saltou do despenhadeiro da loucura, perdendo a oportunidade feliz.

Estoutro, condicionado pelas aflições exteriores, deixou-se empolgar pela ira e agiu com desacerto.

Outro ainda, vitimado pelos condicionamentos da vida em desordem, permitiu-se corromper, antes de usar as ensanchas do bem, perdendo-se a si mesmo.

A prudência é atitude de sabedoria.

Prudência no falar; prudência no agir; prudência quando pensar.

Falar com prudência conduz o homem à atitude refletida, pois falando sem pensar, o homem perde o domínio das palavras, que, desatreladas, lavram incêndios, promovem conflitos, desarticulam programas salutares.

A palavra não pronunciada é patrimônio precioso de que o homem se pode utilizar no momento justo: a palavra liberada pode converter-se, quando dita sob impropérios, em látego que volta a punir o irresponsável que a libera.

A ação precipitada, sem a necessária prudência, invariavelmente engendra desacertos e aflições sem nome, conduzindo o aturdido ao despenhadeiro do insucesso, em cuja rampa o remorso chega tardio.

Antes de agir, o homem é depositário de todos os valores que pode investir. Após a ação colhe os resultados do ato.

Agir, portanto, através da ponderação a fim de que a atitude não se converta em algoz, que escravize o próprio instrumento.

Pensar prudentemente.

Uma palavra que nos chegue aos ouvidos, ferina, conduz-nos a uma posição exaltada, impedindo, em conseqüência, a perfeita ordenação mental, que assim nos induz, através de ângulos falsos da observação perturbada, a resultados danosos.

Pensar-refletindo predispõe a ouvir, acostumando a ver, criando o hábito de ponderar para, então, chegar às legítimas conclusões em torno dos veros problemas da vida.

Precipitado, Napoleão conquistou a Europa e, refletindo, meditou tardiamente nos erros cometidos, em Santa Helena.

Conduzido pela supremacia da força, Alexandre Magno dominou o mundo e febres estranhas tomaram-lhe o corpo jovem, antes das reflexões de que muito necessitava.

Com prudência Jesus pensou, falou e agiu.

Construído, paulatinamente, surge um reino de venturas plenas que a pouco e pouco, não obstante a precipitação destes ou daqueles apaniguados do mundo, vai fixando os seus alicerces no imo dos homens, como bandeira de paz e de esperança para a humanidade inteira na direção dos milênios.

Prudência, pois, como atitude de santificação interior.


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Convites da Vida. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

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