quinta-feira, 25 de março de 2010

Mãe

Nunca te esqueço os dedos de veludo,

Quando me carregavas no regaço...

Caí da imensidão azul do Espaço,

Qual pássaro da noite triste e mudo.

Cresci... Estás em tudo quanto faço...

No entanto, abandonei o lar, o estudo,

Até que do prazer me desiludo

Arrasado de tédio e de cansaço.

Onde a estrela sublime do Universo,

Em que sintas a dor que há no meu verso?

Vem a mim, alma linda!... Vence a bruma!...

Quanto amor temos nós no mundo inquieto,

Desde a ligeira estima ao grande afeto,

Mãe, porém, ante Deus, só se tem uma!...


Xavier, Francisco Cândido. Ditado pelo espírito Antônio Barros.

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