quinta-feira, 25 de março de 2010

Mãe

Um dia, a mulher solitária e atormentada chegou ao Céu e, rojando-se em lágrimas, diante do Eterno Pai, suplicou:

- Senhor, estou só! Compadece-te de mim. Meu companheiro fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono!

Quando triunfa no trabalho, absorve-se na atividade mais intensa e, muita vez distraído, afasta-se do lar, onde volta somente quando exausto, a fim de refazer-se. Se sofre, vem a mim, abatido, buscando restauração e conforto...

Tu, que deste flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido do solo, consagras-me, assim, ao isolamento? Reservaste a Terra inteira ao serviço do homem que se agita livre e dominador sobre montes e vales, e concedes a mim apenas o estreito recinto da casa, entre quatro paredes, para meditar e afligir-me sem consolo? Se sou a companhia do homem, que se vale de mim para lutar e viver, quem me acompanhará na Missão a que me destinas?

O senhor sorriu complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes e, afagando-lhe a cabeça curvada e trêmula, falou compadecido:

- Dei o mundo ao homem, mas confiarei a vida ao teu coração.

Em seguida, colocou-lhe nos braços uma frágil criança.

Desde então, a Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz.


Espírito Meimei - Médium Chico Xavier

Fonte: Jornal "A Caridade" - Maio de 1995

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