quinta-feira, 25 de março de 2010

Caridade

Eu sou o Sol que aquece a Vida, em nome da Vida que criou o Sol.

Sou eu que reverdeço o campo, em beijos cálidos, após a demorada invernia.

Eu sou a força que sustenta as criaturas tombadas, a fim de que se ergam, e as desiludidas, para que recomecem a faina do próprio crescimento.

Eu sou o pão que alimenta os corpos e as almas, impedindo-as de experimentar deperecimento.

Sou eu a música que enternece o revoltado e sou o poema de esperança que canta alegria, onde houver devastação.

Por onde passo, um rastro luminoso fica, vencendo a sombra que cede lugar à claridade libertadora.

Eu sou o medicamento que restaura as energias combalidas e sou o bálsamo que suaviza o ardor das chagas purulentas que levam ao estertor e à alucinação.

Sou eu a gentileza que ouve, pacientemente, a narrativa do sofrimento e nunca se cansa de ser solidária, enquanto a aflição se espraia entre as criaturas.

Eu sou o fermento que leveda a massa e dá forma para assenhorear-se do sabor.

Eu sou a paz que visita a charneca desolada e faz nascer flores que bordam o chavascal, adornando-lhe a paisagem lúgubre.

Eu sou o perfume carreado pela brisa mansa, para aromatizar os seres e o vergel.

Eu sou a consolação que circia palavras de fé aos ouvidos da amargura e soergue aqueles que já não confiam em ninguém, aturdidos pelas frustrações e feridos pelas dores excruciantes.

Eu sou a madrugada que ressuscita todos aqueles que são tidos como mortos ou que estão adormecidos, a fim de que possam voltar ao convívio dos familiares saudosos e em angustias devastadas.
Eu sou a água refrescante que sacia a sede de todas as necessidades e limpa as sugidades da alm deteriorada, preparando-as para os renascimentos felizes.

Eu sou o hálito divino, sustentando a criação e penetrando todas as partículas de que se constitui.

Convido minha irmã, a Fé, para que ofereça resistência ao viajor cansado e ao alente em cada passo, concedendo-lhe combustível, para nunca desistir.

E me apoio na irmã Esperança que possui o encanto de reerguer e amenizar as asperezas das provações.

Quando elas chegam, o prado queimado se renova, porque se me associam, fazendo que arrebentem flores e frutos, onde a morte parecia dominar...

As duas, a Fé e a Esperança, constituem os elementos vitais da minha alma, a fim de que o amor permaneça conduzindo todos os seres.

O Senhor enviou-nos em seu nome, com a missão de lembrar-lhes a presença no mundo, desde quando me usou para que as criaturas que Lhe desafiarem a justiça e a misericórdia, pudessem recomeçar o processo de evolução.

Vinde comigo ao banquete suntuoso da ação contínua do Bem e embriagai-vos de felicidade.


Franco, Divaldo Pereira. Ditado pelo Espírito Cáritas

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