quinta-feira, 25 de março de 2010

Carta à Minha Mãe

Quis visitar-te o anônimo jazigo

Em que a humildade em paz se nos revela,

Contemplo a cruz, antiga sentinela

Erguida ao lado de um cipreste amigo.

Busco a memória e vejo-te comigo;

Estamos sob o verde de aquarela,

Teu sorriso na túnica singela

É luz brilhando neste doce abrigo.

Recordo o ouro, Mãe, que não quiseste,

Subindo para os sóis do Lar Celeste

Para ensinar as trilhas de ascensão...

Venho falar-te, em prece enternecida

Do amor imenso que me deste à vida,

Nas saudades sem fim do coração.


Xavier, Francisco Cândido. Ditado por Auta de Souza.

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