sábado, 27 de março de 2010

Penúria e Riqueza

Penúria e riqueza, na essência, não constam dos elementos que possuímos, mas do sentimento que nos possui.

A grandeza das concessões de Deus pontilha a rota do homem desde a hora primeira em que se lhe estrutura o berço no campo humano.

Tudo se conta, em derredor de seus passos, pelo diapasão da previdência constante.

Ante a melodia silenciosa da renúncia materna, todas as circunstâncias se conjugam favoráveis à criatura para que se desenvolva e ocupe o lugar que a Misericórdia Divina lhe marcou.

O lar e o sol, a escola e o conhecimento, o trabalho e a amizade enriquecem-lhe todos os marcos, em demanda à tarefa que lhe compete cumprir.

Entretanto, muitas vezes, pela vocação da sovinice impenitente, recolhe o ouro do mundo para erigir com ele o túmulo suntuoso em que se lhe sepulta a esperança e recebe a benção do amor para transformá-la na algema que o encarcera, por vezes, no purgatório do sofrimento.

Reter para si somente os bens que a vida espalha é gerar os males reais que nos sitiam a senda e valer-se dos males aparentes da jornada terrestre convertendo-os em valores de entendimento e de aprendizado é criar em si próprio o bem justo que se fará o bem de todos.

Não nos fixemos na reprovação contra os irmãos aprisionados nos enganos da fortuna passageira e sim auxiliemo-los, sem exigência, a compreender a importância do dinheiro e do tempo para a execução das boas obras.

Eleva a própria alma ao trabalho constante suscetível de gerar os patrimônios mais elevados da vida e estudando e aprendendo, auxiliando e amando, na abastança ou na carência de recursos materiais, terás o coração a fulgir no caminho, por brilhar em ti mesmo qual estrela da bênção.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Dinheiro. Pelo Espírito Emmanuel.

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