domingo, 21 de março de 2010

Compromisso e União

Quer você, prezada Zina,
Dar-se ao desquite comum,
No entanto, você deseja
Agir sem remorso algum.

E afirma: "Diga, Cornélio,
Diga o que posso fazer,
Tenho a mente atribulada
Entre a vontade e o dever.

Além de esposa, sou mãe...
Tenho dois filhos em casa...
Mas o marido infiel
É a provação que me arrasa!...

Dos ensinos de outro mundo,
Dê-me alguma diretriz,
Acolha fraternalmente
O apelo desta infeliz!..."

Não se sinta, minha irmã,
Desditosa ou desprezada;
Lembre: o Sol abraça a todos,
Do monte às pedras da estrada.

Na essência, prezada Zina,
O caso é assim, qual se vê:
Qualquer deliberação
Pertence, em tudo, a você.

Sociedades e grupos
São destinados, ao Bem,
Deus não cria mal nenhum,
Nem cativeiro a ninguém.

Mas Deus nos fez de tal modo
Que a Lei, por todos os lados,
Emancipa as decisões,
E analisa os resultados.

Se possível, entretanto,
Estude esta simples nota:
Quase sempre o esposo é um filho
Que a esposa protege e adota.

Muita vez antes do berço,
Pedimos no Grande Além,
Enlace em luta na Terra
Em favor da paz de alguém.

O Céu nos ouve o pedido,
Tornamos à vida nova,
Querendo agir por servir,
Nosso amor é posto à prova.

Com atender à tarefa
Sem o sacrifício no lar?
Amor é somente amor,
Nada tem a reclamar.

De outras vezes, ligação
Em fogo, martírio e chaga,
É o resgate progressivo
Do débito que se paga.

Em toda prova, no entanto,
O amor é uma luz sublime,
No trabalho, faz-se escola,
No sofrimento, redime.

Querida irmã, pense nisso:
Amor é abnegação,
Insista no amor. Não Fuja
Aos laços do coração.

* * *

Xavier, Francisco Cândido.
Ditado pelo Espírito Cornélio Pires.

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